Copom eleva Selic em 0,50 p.p., atingindo 11,25% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, levando-a para 11,25% ao ano.
Na reunião desta quarta-feira (06), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, de forma unânime, elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, passando de 10,75% para 11,25% ao ano. A decisão está alinhada com as expectativas do mercado, que previam um aumento no ritmo de aperto monetário devido a uma deterioração nos indicadores econômicos. A medida reflete a preocupação com o aumento da inflação e os desafios econômicos enfrentados pelo país.
A decisão do Copom: o que mudou?
O Copom anunciou a elevação da Selic para 11,25% ao ano, em uma decisão que reflete o aumento da pressão inflacionária e a necessidade de conter a economia. O Comitê justificou a alta como uma resposta à piora das expectativas econômicas desde a reunião de setembro, destacando a importância de ajustes rápidos para evitar que o cenário se agrave ainda mais.
A expectativa de uma elevação da taxa básica de juros já estava presente entre os analistas, que observavam uma tendência de piora nas variáveis econômicas desde a última reunião. Para o Banco Central, o aumento da Selic é uma estratégia para controlar os preços, já que o custo do crédito mais alto tende a diminuir o consumo e controlar a inflação.
O impacto da decisão no mercado
Com o aumento da Selic para 11,25%, as taxas de juros de longo prazo tendem a seguir a mesma tendência de alta, o que deve afetar diretamente o custo do crédito para empresas e consumidores. A decisão de elevar os juros também é um reflexo de um cenário de inflação ainda persistente, mesmo após os cortes feitos ao longo de 2023. Para o consumidor, a alta da Selic significa mais dificuldade para acesso ao crédito, e para as empresas, pode representar um aumento nos custos de financiamento.
As projeções para o fim deste ano indicam que o BC continuará com a política de aperto, e há previsão de novas altas de 0,50 p.p. em dezembro, levando a Selic para 11,75% ao ano.
Trajetória da Selic nos últimos anos
Para entender o cenário atual, é importante observar a trajetória da Selic nos últimos meses. O ciclo de aperto iniciado em setembro de 2024 marcou o retorno a um aumento da taxa, que havia sido reduzida no período anterior. Até maio deste ano, o BC havia promovido cortes consecutivos, passando a Selic de 13,75% para 10,75%, a fim de estimular a economia e promover o crescimento. No entanto, a retomada do aperto monetário foi necessária devido ao retorno da pressão inflacionária, que passou a impactar as expectativas de mercado e os dados econômicos.
Este ciclo de aperto monetário iniciado pelo BC em setembro é considerado crucial para a retomada do controle sobre a inflação, que ainda persiste em níveis acima da meta estabelecida. De acordo com o Banco Central, o foco agora é garantir que os índices de preços não voltem a crescer de maneira descontrolada.
O que esperar para os próximos meses?
Com a alta da Selic, o mercado já começa a se preparar para uma nova dinâmica econômica no final do ano. O Copom deixou claro que a taxa de juros deverá continuar a ser ajustada conforme os dados econômicos, sem descartar a possibilidade de novas elevações. O mercado de crédito pode continuar mais restrito, o que pode impactar tanto o consumo quanto o crescimento de setores que dependem de financiamento.
Economistas consultados pelo Banco Central já projetam uma Selic de 11,75% até o fim de 2024. A expectativa é que o Comitê continue monitorando a evolução dos dados econômicos, como a inflação e a atividade econômica, para tomar novas decisões sobre os próximos passos da política monetária.