Quais ações Donald Trump investe hoje? Um panorama atualizado para investidores

Saiba quais ações Donald Trump investe hoje e como interpretar seu portfólio. Veja setores favoritos, riscos e o que isso significa para investidores.

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Última atualização:  24 de nov, 2025 às 20:15
Retrato de Donald Trump diante da bandeira dos EUA e do prédio da Casa Branca ao fundo. Foto de Library of Congress na Unsplash

Donald Trump sempre chamou atenção por seus negócios, e agora, novamente à frente da presidência dos Estados Unidos, seus investimentos voltam ao centro das discussões. Muitos investidores, inclusive no Brasil, querem saber quais ações Donald Trump investe hoje e se acompanhar esses movimentos pode trazer boas oportunidades.

Embora as declarações financeiras oficiais tenham limitações, elas revelam pistas importantes sobre os setores e empresas que compõem seu portfólio.

No Melhor Investimento, você confere um panorama atualizado das participações mais recentes de Trump, entende o que esses dados realmente significam e descobre como usá-los de forma estratégica sem cair em armadilhas.

Patrimônio de Donald Trump

Segundo estimativas divulgadas por registros oficiais, o patrimônio de Trump vem variando significativamente em razão da oscilação das ações da TMTG (ticker: DJT) e também da queda no valor de criptomoedas ligadas ao ecossistema da empresa.

A desvalorização do papel DJT, que recuou para cerca de US$ 10, somada ao enfraquecimento dos criptoativos associados ao ecossistema da empresa, retirou aproximadamente US$ 1,1 bilhão de sua fortuna desde setembro.

Com isso, o patrimônio estimado do presidente caiu de US$ 7,3 bilhões para US$ 6,2 bilhões. A baixa também reflete perdas do token WLFI, lançado pela plataforma World Liberty Financial, cofundada pela família Trump e marcada por volatilidade desde sua estreia em 2024.

Ainda que Trump alegue ter se afastado da gestão direta dos negócios, documentos oficiais mostram que ele permanece beneficiário de estruturas que detêm quase 115 milhões de ações da DJT, o que torna seu patrimônio altamente sensível ao desempenho da empresa.

Panorama geral do portfólio de Donald Trump

As declarações financeiras mais recentes de Donald Trump apontam que seu portfólio de investimentos inclui ações de empresas de tecnologia, finanças, semicondutores, inteligência artificial, plataformas digitais e fundos de investimentos alternativos.

Além disso, o ponto de maior destaque e volatilidade é sua participação bilionária na Trump Media & Technology Group (TMTG), controladora da plataforma Truth Social.

Mesmo assim, o presidente mantém um portfólio diversificado em outras gigantes da tecnologia global, incluindo:

  • Apple (AAPL);
  • Microsoft (MSFT);
  • Nvidia (NVDA);
  • Alphabet (GOOG e GOOGL);
  • Broadcom (AVGO).

Além disso, há participações em gestoras de investimentos e fundos, como:

  • Blackstone (BX);
  • Blue Owl Capital Corp. (OBDC).

As faixas de valores são variadas, mas os números indicam investimentos milionários em praticamente todas elas.

Participações declaradas mais recentes

A seguir, veja uma lista das principais ações que constam nas últimas declarações oficiais:

EmpresaTickerSetorValor estimado declarado*
Trump Media & Technology GroupDJTMídia/CriptoUS$ 1,8 bilhão
Blue Owl Capital CorpOBDCInvestimentos/CréditoUS$ 5 a 25 milhões
AppleAAPLTecnologiaUS$ 650 mil a 1,4 milhão
MicrosoftMSFTTecnologiaUS$ 630 mil a 1,4 milhão
NvidiaNVDAIA/SemicondutoresUS$ 615 mil a 1,3 milhão
BlackstoneBXGestão de ativosUS$ 603 mil a 1,3 milhão
BroadcomAVGOSemicondutoresUS$ 580 mil a 1,2 milhão
AlphabetGOOG/GOOGLTecnologia/InternetUS$ 431 mil a 965 mil

*As declarações financeiras americanas não exigem que políticos informem valores exatos, apenas intervalos aproximados.

Outro ponto relevante é o envolvimento de Trump e de seus filhos com a World Liberty Financial, plataforma de criptoativos criada em 2024 que lançou o token WLFI.

Além disso, documentos indicam que Trump ainda controla, direta ou indiretamente, estruturas empresariais responsáveis pela administração de cerca de 115 milhões de ações da DJT.

Por que saber em que ações Trump investe?

Saber quais ações Donald Trump possui hoje não é apenas uma curiosidade. Para muitos investidores, especialmente aqueles que acompanham a política americana, essas informações ajudam a traçar alguns cenários importantes.

1. Trump tem influência direta na economia

Como presidente dos Estados Unidos, suas decisões podem impactar:

  • tarifas de importação,
  • políticas de tecnologia,
  • regras para indústria de semicondutores,
  • regulação de big techs,
  • acordos internacionais,
  • incentivos fiscais e industriais.

Quando um presidente investe em setores que também dependem das políticas que ele próprio implementa, isso tende a atrair interesse do mercado.

2. Preferências de Trump indicam setores de potencial

Assim como investidores famosos (Warren Buffett, Cathie Wood, Michael Burry) as escolhas de Trump ajudam a revelar os temas de investimento do momento, tendências que ele acredita que vão crescer e empresas com força política e econômica.

Por exemplo:

  • Seu forte investimento em tecnologia mostra confiança em big techs, mesmo com críticas públicas.
  • Suas posições em semicondutores e IA (Nvidia, Broadcom) sugerem atenção a setores estratégicos para o mundo pós-2025.
  • Suas participações em gestoras de ativos (Blackstone e Blue Owl Capital) sinalizam interesse em negócios resilientes ao longo dos ciclos econômicos.

3. Pode ajudar investidores a compreender o cenário americano

Para quem opera ações internacionais ou BDRs, acompanhar o portfólio de Trump pode servir como uma ferramenta complementar de leitura dos mercados.

Setores em foco no portfólio de Trump

Mesmo com as limitações, é possível observar um padrão.

1. Tecnologia (Big Techs e IA)

Setor de tecnologia é um dos pilares mais evidentes nas declarações financeiras de Trump, com presença de gigantes como:

  • Apple;
  • Microsoft;
  • Alphabet;
  • Nvidia;
  • Broadcom.

Essas empresas têm algo em comum: são líderes globais em inovação, altamente resilientes e presentes em praticamente todos os segmentos da economia digital.

Além disso, atuam diretamente em áreas consideradas estratégicas para o futuro, como inteligência artificial, semicondutores, computação em nuvem e plataformas digitais.

Para investidores, isso importa porque são companhias que historicamente crescem independentemente de ciclos políticos ou econômicos de curto prazo.

A corrida por chips mais avançados, algoritmos mais potentes e novos modelos de IA coloca essas empresas no centro da nova economia mundial, e reforça por que elas aparecem com peso no portfólio de Trump.

2. Defesa e nacionalização tecnológica

Trump sempre defendeu políticas de fortalecimento industrial interno. Isso se conecta a empresas como:

  • Broadcom (semicondutores),
  • Nvidia (IA e chips avançados),
  • Microsoft (cibersegurança e infraestrutura digital).

Seu interesse por essas empresas reflete um movimento global de disputa tecnológica entre EUA, China e Europa.

3. Matérias-primas estratégicas e ativos alternativos

No campo das matérias-primas estratégicas e dos ativos alternativos, o portfólio de Trump revela participações que vão além das ações tradicionais.

Entre elas estão Blackstone, uma gigante de private equity e investimentos imobiliários; Blue Owl Capital, focada em crédito corporativo de médio porte; e ativos vinculados ao universo das criptomoedas, especialmente por meio da TMTG e dos tokens da plataforma World Liberty Financial (WLFI).

Esse conjunto de investimentos indica alguns comportamentos claros: uma forte busca por proteção patrimonial, já que private equity e imóveis tendem a oferecer resiliência em momentos de volatilidade; uma estratégia de geração de renda, especialmente com empresas que distribuem dividendos ou rendimentos recorrentes; e, por fim, uma exposição calculada a mercados menos tradicionais, como criptoativos, que ampliam o potencial de retorno, mas também elevam o risco.

Limitações da divulgação e por que não replicar automaticamente

Apesar da curiosidade natural, replicar o portfólio de Donald Trump pode ser um erro grave. E existem razões sólidas para isso.

Os dados são incompletos

As declarações financeiras exigidas de um presidente não incluem valores exatos, datas de compra, porcentagens detalhadas ou movimentações recentes. Elas registram apenas faixas aproximadas de valor, tipos de ativos e estruturas de controle.

Isso significa que Trump pode ter vendido algo recentemente, aumentado posição, recebido ações por estrutura societária ou apenas mantido ativos passivamente.

Estratégias pessoais não são replicáveis

Trump investe de forma diferente da maior parte dos investidores comuns. Ele tem:

  • acesso a consultores e estratégias sofisticadas,
  • patrimônio bilionário,
  • possibilidade de assumir riscos maiores,
  • investimentos com foco político ou pessoal,
  • participações decorrentes de acordos empresariais e não de compras diretas.

A volatilidade do portfólio é altíssima

A TMTG, por exemplo, registrou queda de mais de 70% em um ano, prejuízo de US$ 54,8 milhões em um trimestre e forte correlação com oscilações do mercado de cripto.

Isso faz com que grande parte da variação do patrimônio de Trump dependa de um único ativo altamente especulativo.

As motivações não são apenas financeiras

Muitas escolhas envolvem afinidade ideológica, relações estratégicas e alianças de negócios. Esses fatores não devem influenciar estratégias de investidores comuns.

Como o investidor comum pode usar essas pistas

O investidor comum não deve simplesmente copiar o portfólio de Trump, mas pode, sim, aprender com a lógica por trás dele. A primeira lição é observar setores, e não ações individuais.

Quando líderes globais concentram parte relevante de seu patrimônio em áreas como tecnologia, semicondutores, inteligência artificial e gestão de ativos, isso aponta para tendências estruturais que vão muito além do nome de uma empresa específica.

Outra orientação importante é buscar diversificação real. O portfólio de Trump reúne big techs, semicondutores, ativos alternativos, gestoras de investimento, empresas de mídia e até criptoativos. Esse tipo de pluralidade ajuda a diluir riscos, especialmente quando um ativo apresenta queda brusca, como ocorreu com a TMTG.

Para quem quer seguir a tese setorial sem necessariamente comprar ações individuais, os ETFs são alternativas eficientes. Fundos como QQQ (tecnologia), SMH (semicondutores), IVV ou SPY (S&P 500), ARKK (inovação disruptiva) e BRK.B (alocação gerida pela Berkshire Hathaway) são opções acessíveis. No Brasil, é possível investir por meio de BDRs desses ETFs, ampliando a exposição internacional.

Por fim, é essencial considerar o risco político. Empresas diretamente influenciadas por decisões presidenciais tendem a apresentar maior volatilidade.

Por isso, as informações sobre o portfólio de Trump devem ser usadas como complemento para sua análise, nunca como única direção na hora de investir.

Fontes para acompanhar e atualizar as informações

As principais fontes para acompanhar os investimentos de Donald Trump são simples e confiáveis. O ponto de partida são as declarações financeiras oficiais divulgadas pelo Office of Government Ethics (OGE), que trazem atualizações periódicas e públicas sobre o patrimônio do ex-presidente.

Para companhias em que Trump tem influência direta, como a TMTG, documentos da SEC oferecem dados detalhados e regulatórios. Além disso, grandes veículos internacionais, como Bloomberg, Reuters, Financial Times e New York Times, publicam análises frequentes e contextualizadas.

Por fim, plataformas de mercado como Nasdaq, Yahoo Finance e MarketWatch ajudam a confirmar preços, oscilações e informações atualizadas sobre ações relacionadas ao portfólio dele.

Como aplicar essas informações?

As ações que Donald Trump investe hoje revelam um portfólio que mistura tecnologia, semicondutores, ativos digitais, fundos alternativos e uma participação gigantesca em sua própria empresa. Apesar da curiosidade natural, essas informações devem ser usadas com cuidado.

O investidor comum deve olhar para os setores, não para copiar compras individuais, e sempre considerar que as motivações e riscos do presidente são muito diferentes daqueles enfrentados por brasileiros que buscam construir patrimônio aos poucos.

Se você deseja acompanhar tendências, diversificar e aprender com grandes nomes, ótimo, mas sua estratégia deve ser personalizada, consciente e ajustada ao seu perfil.

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Este conteúdo tem finalidade informativa e educacional. Não se trata de recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. Sempre consulte um assessor de investimentos ou profissional certificado antes de tomar decisões no mercado.

Carolina Gandra

Jornalista do portal Melhor Investimento, especializada em criptomoedas, ações, tecnologia, mercado internacional e tendências financeiras. Transforma temas complexos como blockchain, inteligência artificial e estratégias de mercado em conteúdos acessíveis e envolventes. Com análises atuais e visão estratégica, ajuda leitores a decifrar o futuro dos investimentos e identificar oportunidades no mercado financeiro.