Saiba mais sobre as Big Techs na Bolsa de Valores

Nos últimos anos, as Big Techs têm se destacado como protagonistas no cenário financeiro global, especialmente no âmbito da bolsa de valores. Empresas como Apple, Amazon, Meta (Facebook), Microsoft e Alphabet (Google) não apenas revolucionaram seus respectivos setores, mas também transformaram a dinâmica do mercado de ações. 

Dentre os diversos aspectos que podem justificar esse fenômeno, a inovação contínua e a capacidade de adaptação dessas companhias, ainda representam os fatores-chave do expressivo desempenho do setor tech.  No Brasil, a presença de empresas de tecnologia na B3 tem aumentado, por meio dos chamados BDRs (Brazilian Depositary Receipts).

Quer aprender mais sobre os líderes deste setor promissor? Neste artigo, o Melhor Investimento apresenta as informações essenciais que todo investidor deve conhecer sobre as chamadas Big Techs. Continue lendo e mantenha-se atualizado.

O que são Big Techs

O termo Big Tech é comumente utilizado para designar as grandes empresas da tecnologia com um expressivo domínio nos mercados internacionais. Sua influência se estende por todo o globo, impactando desde a maneira como acessamos a informação até as relações interpessoais e o panorama econômico mundial.

Tais empresas, que incluem colossos como Meta, Microsoft e Apple, acenderam nas últimas décadas do século XX, impulsionadas pela revolução digital e pela globalização.

Embora a maioria das Big Techs tenha sede nos Estados Unidos, principalmente no Vale do Silício, na Califórnia, sua atuação se estende por todo o planeta. Através da internet e de suas plataformas digitais, transcendem barreiras geográficas e impactam o dia a dia de bilhões de pessoas.

Um dos exemplos mais notáveis, senão o mais, é o Google. Afinal, a empresa se consolida entre as gigantes da tecnologia, ao ser simplesmente o maior mecanismo de pesquisa do mundo. 

Com mais de 4 bilhões de usuários, o Google reina absoluto no mercado de buscas. Apenas em 2022, detinha um market share de 92,07%. No Brasil, sua hegemonia é ainda mais expressiva, alcançando impressionantes 97,18%.

Apenas na China, o Google encontra um obstáculo significativo, com um market share de apenas 5,03%. Essa exceção se deve, principalmente, à saída da empresa do país em 2010, abrindo espaço para o domínio do Baidu, que conforme números de 2022, detinha 79.49% de market share no país.

O que caracteriza uma Big Tech? 

De forma geral, pode-se definir uma Big Tech por meio de certas características fundamentais, são elas: 

• Cultura da Inovação: aspecto atrelado à busca incessante por novas tecnologias, produtos e serviços. Big Techs investem pesadamente em pesquisa e desenvolvimento, criando um ambiente propício à experimentação e à disrupção; 
• Adaptabilidade: Big Techs costumam se adaptar rapidamente às mudanças do mercado e às novas demandas dos consumidores. São amplamente caracterizadas pela agilidade e flexibilidade de suas operações;
• Escalabilidade global: possuem ampla base de usuários espalhados por todo planeta, de modo que acessam bilhões de pessoas em diferentes países e culturas. Para tal, investem em infraestrutura robusta, incluindo data centers, redes de comunicação e sistemas de armazenamento de dados; 
• Influência Significativa: exercem um impacto significativo na sociedade, influenciando costumes, tendências e comportamentos. Devido a isso, são cada vez mais cobradas por suas ações e pelo impacto que causam neste âmbito social. 

História das Big Techs no mercado financeiro

A trajetória das Big Techs no mercado financeiro é marcada por uma trajetória de inovação, crescimento exponencial e impacto significativo na economia global. 

Inicialmente focadas em hardware e software, as grandes referências do campo das techs, expandiram seus horizontes de forma notável, em um movimento que abrangeu agora uma gama completa de produtos e serviços voltados às finanças. 

O um impacto significativo das Big Techs no mercado financeiro, passou a ser percebido entre o final da década de 90 e meio dos 2000. Neste período, muitas dessas empresas começaram a negociar suas ações nas principais bolsas de valores globais, como Nasdaq e NYSE. 

Além de sua influência direta no mercado de ações, as Big Techs também estão transformando o setor financeiro de outras maneiras. Empresas como Apple e Google têm investido pesadamente em serviços financeiros, oferecendo soluções como carteiras digitais (Apple Pay, Google Pay) e plataformas de pagamento. 

Principais Big Techs listadas na Bolsa

As principais Big Techs do globo são empresas de capital aberto, ou seja, suas ações estão disponíveis para compra e venda no mercado acionário. É possível encontrar os papeis listados em bolsas estrangeiras, com destaque para a Nasdaq.

Além disso, essas gigantes da tecnologia também estão presentes na bolsa de valores brasileira através dos BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Em suma, eles representam um recibo de depósito que representa ações de empresas estrangeiras negociadas na B3. 

A Grosso modo Isso significa que você pode investir em gigantes como Apple, Microsoft e Amazon sem precisar comprar ações diretamente nas bolsas internacionais.

Principais Big Techs Listadas na B3 por BDRs:

• Apple (AAPL34);
• Alphabet (GOGL34);
• Amazon (AMZO34);
• Nvidia (NVDC34);
• Meta (M1TA34);
• Microsoft (MSFT34);
• Tesla (TSLA34);
• Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC34);
• ASML Holding (ASML34).

Desempenho das Big Techs nos últimos anos

Em um histórico de forte expansão, as Big Techs – Apple, Amazon, Meta, Microsoft e Alphabet – registraram um expressivo crescimento. Se considerarmos somente a alta das empresas, ela supera em 1,37 vezes o valor de mercado de todas as empresas listadas na B3, a bolsa de valores brasileira.

Para ilustrar essa disparidade impressionante, basta analisar os números: no final de 2022, o valor de mercado combinado das Big Techs era de US$ 6,17 trilhões. Já no dia 3 de fevereiro de 2023, esse valor havia saltado para US$ 7,28 trilhões, representando um aumento de US$ 1,11 trilhão em apenas um ano.

De acordo com os dados do Trend Map, o valor de mercado somado de todas as empresas listadas na bolsa brasileira na época atingiu a marca de US$ 810 bilhões, reportou a CNN Brasil no começo do último ano.

Crescimento e valorização em 2024

Em 2024, as Big Techs americanas protagonizaram um novo capítulo de seu domínio avassalador no mercado: juntas, as cinco maiores empresas do ramo registraram um crescimento colossal de US$ 489 bilhões. 

Esse valor equivale a 54% do valor de mercado de todas as empresas listadas na B3, a bolsa de valores brasileira, demonstrando o poderio e a influência descomunais dessas gigantes da tecnologia.

No topo do ranking, Apple e Microsoft reinam supremas, ostentando valores de mercado de US$ 3 trilhões e US$ 2,99 trilhões, respectivamente. Somente neste ano, que ainda nem chegou ao fim, a Microsoft já acumula um aumento impressionante de US$ 197 bilhões, evidenciando seu ritmo de crescimento acelerado.

As empresas pioneiras no campo da computação são seguidas pela Alphabet (US$ 1,87 trilhão), Amazon (US$ 1,62 trilhão) e Meta (US$ 1 trilhão). Os dados divulgados no início do ano são de um levantamento da Elos Ayta Consultoria. 

• Leia também: Insurtech: Saiba o que é e como estão revolucionando o mercado de Seguros

Fatores que influenciam o valor das ações

Embora sejam as empresas mais valorizadas do planeta, as ações das gigantes da tecnologia também estão sujeitas às flutuações do mercado acionário. Seu valor pode ser influenciado por uma série de fatores, tanto internos quanto externos à empresa.

De forma geral, pode-se destacar os seguintes aspectos que influem no valor dos papéis: 

• Desempenho financeiro: resultados trimestrais, como receitas, lucros e margens de lucro, têm um impacto significativo. Investidores acompanham de perto esses indicadores para avaliar a saúde financeira da empresa e seu potencial de crescimento futuro; 
• Gestão: A qualidade da equipe de gestão também é um fator importante. Investidores buscam empresas com equipes experientes e com histórico de sucesso na governança;
• Condições Macroeconômicas: taxas de juros, inflação e crescimento econômico global afetam o mercado de ações em geral. As Big Techs não são exceção e podem ser impactadas por mudanças nessas condições;
• Tendências de Mercado: Mudanças nas preferências dos consumidores e tendências tecnológicas, como a adoção de inteligência artificial e computação em nuvem, também desempenham um papel importante.

Impacto econômico global das Big Techs

Sem dúvida, as Big Techs representam um fenômeno em constante evolução, que se adapta às demandas e tendências do mercado. Sua influência, por vezes questionada, gera debates sobre os impactos sociais, éticos e até mesmo políticos de seu poder.

As gigantes da tecnologia possuem uma influência que reverbera em diversas esferas, sobretudo, nos aspectos:  

• Econômicos, uma vez que ostentam valores de mercado exorbitantes, geram milhares de empregos e impulsionam o crescimento em larga escala; E
• Culturais, na medida em que influenciam costumes, tendências e comportamentos, moldando a sociedade de acordo com suas inovações e valores.

Tendo isso em mente, surge a necessidade de regular devidamente esse mercado, em proporção ao seu poder de impacto. As decisões governamentais, como leis de privacidade e outras políticas, podem influenciar significativamente o desempenho dessas empresas, tanto positiva quanto negativamente.

Desafios enfrentados

Nesse contexto, torna-se crucial abordar os desafios específicos que a regulamentação das Big Techs apresenta:

1. Proteção de Dados e Privacidade, a fins de garantir a segurança e o controle dos usuários sobre seus dados pessoais;
2. Combate à Desinformação e ao Discurso de Ódio. Isso inclui medidas para identificar e remover conteúdo nocivo, promover a verificação de fatos e garantir a liberdade de expressão responsável;
3. Responsabilização por danos causados aos consumidores e à sociedade, seja por meio de práticas anticompetitivas, disseminação de conteúdo prejudicial, violações de privacidade, a exemplo do escândalo de dados do Facebook. 

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