O que é marcação na curva e qual a sua relação com os investimentos de renda fixa
No mundo dos investimentos, há uma série de termos e conceitos que podem parecer complicados em um primeiro instante. Um desses termos é a marcação na curva. Trata-se de um indicador no mercado financeiro para acompanhar aplicações em renda fixa. Se você está buscando entender mais sobre como funciona e como ela pode afetar seus […]

No mundo dos investimentos, há uma série de termos e conceitos que podem parecer complicados em um primeiro instante. Um desses termos é a marcação na curva. Trata-se de um indicador no mercado financeiro para acompanhar aplicações em renda fixa.
Se você está buscando entender mais sobre como funciona e como ela pode afetar seus investimentos, saiba que o termo em questão se diferencia da marcação a mercado.
Provavelmente você já sabe que a renda fixa é um investimento que trabalha por você, mesmo quando você não está trabalhando, devido aos juros compostos. A marcação na curva permite que investidores e instituições financeiras tenham uma visão do valor de seus investimentos, levando em consideração as taxas de juros diárias.
Mesmo que você não domine a fundo o significado, compreender a questão não é tão difícil quanto você imagina. Então, acompanhe a leitura para não restar dúvidas!
O que é marcação na curva e para que serve?
A marcação na curva é um parâmetro utilizado para quem investe em renda fixa e deseja acompanhar a rentabilidade diária das aplicações financeiras. Ela é utilizada para os que querem resgatar valores na data de vencimento — e não antecipadamente.
Logo, serve para casos em que o investimento é uma aposta no futuro. Além disso, o investidor pode saber em um prazo curto como está o retorno de seus investimentos. É uma forma de precificá-lo levando em consideração a taxa de juros vigente.
Porém, se você tem a intenção de fazer o resgate antes da data prevista, o quanto você vai receber não é necessariamente o mesmo valor estabelecido pela marcação na curva.
O motivo é que se considera os juros anuais estipulados no momento em que foi feito o investimento, ainda que os juros sejam calculados diariamente.
Nesse caso, para antecipar a retirada do título, deve-se atentar à marcação a mercado, que apresenta valores reais sobre o título na data presente.
A marcação na curva é uma prática comum no mercado financeiro. Por outro lado, a marcação a mercado passou a ser exigida em janeiro deste ano (2023) pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Como funciona a marcação na curva?
Se você é um investidor de renda fixa, a marcação na curva funciona para que você acompanhe o quanto está rendendo o título para resgate no vencimento.
Quando você compra um título público, você já sabe no instante da aquisição qual é a taxa de juros e quanto vai render, certo? É essa taxa que será considerada na marcação da curva.
Portanto, não se consideram as possíveis oscilações que possam ocorrer no dia a dia no mercado. Tais oscilações não causam interferência no valor final que você vai receber na data prevista.
Qual a diferença entre marcação na curva e marcação a mercado?
A marcação na curva considera a taxa anual de juros estipulada no momento da aquisição de um ativo financeiro. Já a marcação a mercado considera as oscilações, levando em conta as condições do mercado.
Marcação na curva
Você já deve saber que investir em renda fixa é como plantar uma semente que cresce e se multiplica ao longo do tempo. Então, imagine um investimento em um título cujos juros são de 14% ao ano.
Se a perspectiva for sobre a marcação na curva, o percentual é convertido em taxas diárias correspondentes, incluindo cálculo de juros compostos, até a data do vencimento.
Vamos considerar o exemplo de João, que investe R$ 10.000 em um ativo prefixado com rendimento de 0,1% ao dia, ou seja, R$ 10 por dia. No primeiro dia, João receberá R$ 10 de retorno, totalizando um saldo de R$ 10.010.
No segundo dia, o valor do título pode oscilar devido a diferentes fatores do mercado, mas a marcação na curva garante que João continue recebendo o rendimento fixo de 0,1%. Assim, ele receberá mais R$ 10, alcançando um saldo de R$ 10.020.
No terceiro dia, receberá R$ 10.030, e assim por diante. Ou seja, a cada dia João receberá R$ 10 adicionais, independentemente das oscilações do preço do título.
Logo, a rentabilidade contratada permanece constante, proporcionando previsibilidade e segurança para o investidor que vai resgatar o valor no vencimento.
Marcação a mercado
A marcação a mercado demonstra variações que a marcação na curva não apresenta, pois permite avaliar o preço de venda do título, que pode flutuar a cada dia devido à oferta e à demanda.
Ou seja, inclui a volatilidade. Afinal, há momentos em que o universo financeiro é como uma gangorra, com altos e baixos.
Além disso, é bom lembrar que, enquanto a marcação na curva é voltada para investimentos de longo prazo de renda fixa, a marcação a mercado se aplica também a fundos de investimentos, ações e outros ativos financeiros.
Qual é o melhor?
É bom utilizar os dois indicadores para analisar a situação dos seus investimentos, pois eles se complementam. Investir sem acompanhar indicadores é como dirigir sem olhar para a estrada.
Por isso, se você não tem experiência, é sempre bom contar com a ajuda de uma assessoria especializada, como a InvestSmart, para evitar deslizes.
De forma resumida: se deseja resgatar apenas no vencimento, você pode acompanhar a marcação na curva. Vale lembrar que, se houver variações no preço diário, o que você vai receber no vencimento não se altera.
Por sua vez, se você deseja vender seus ativos antes do vencimento, é recomendado acompanhar a marcação a mercado. O motivo é que você terá uma melhor noção sobre uma possível desvalorização ou valorização no momento em que deseja se desfazer do ativo.
O que você quer é afastar possíveis prejuízos, não é mesmo? Logo, é importante saber a diferença entre esses dois indicadores.
Quais são as vantagens da marcação na curva?
É sempre bom conhecer os principais indicadores de investimentos para que você tenha mais segurança ao acompanhar suas aplicações financeiras. Então, conheça os pontos positivos da marcação na curva!
Acompanhamento diário das aplicações
Uma das principais vantagens deste método é que você pode acompanhar a cada dia as aplicações financeiras. Isso é possível porque a marcação na curva leva em consideração as taxas de juros diárias, calculadas a partir da taxa anual.
Dessa forma, o investidor pode ter uma visão de curto prazo quanto ao desempenho dos seus investimentos ao longo do tempo.
Não se preocupar a desvalorização do ativo
Com a marcação na curva, você pode acompanhar o andamento dos investimentos em renda fixa sem se preocupar se o ativo vai se desvalorizar ao fazer os resgates no vencimento.
Ou seja, é importante porque o mercado financeiro é volátil e pode sofrer mudanças significativas em curtos períodos de tempo. Mas isso não vai impactar no valor a receber quando seu título vencer.
Transparência
A marcação na curva traz mais transparência ao investidor. Os valores são demonstrados em gráficos. Por conseguinte, você pode ter uma ideia clara do desempenho dos seus investimentos.
Uma analogia para a transparência nos investimentos seria um vidro transparente em uma vitrine de uma loja. Quando os produtos são claramente visíveis, os clientes sabem exatamente o que estão comprando.
Da mesma forma, quando as informações sobre os investimentos são demonstradas, os investidores têm uma visão sobre como o dinheiro está sendo aplicado. Pensando nisso, a marcação a mercado é ainda mais transparente se comparada à marcação na curva.
Quais são as desvantagens da marcação na curva?
Uma desvantagem é que este índice pode não ser equivalente ao real valor de mercado. Isso acontece porque a marcação na curva não leva em consideração fatores externos que podem influenciar o universo financeiro.
Então, se em um determinado dia um título apresentou variação negativa devido a alguma flutuação do mercado, a marcação na curva exibirá apenas o valor positivo. Por isso, este indicador é bom para investidores iniciantes que não desejam se expor emocionalmente às oscilações diárias.
É preciso entender principalmente o seguinte: se você deseja vender seu ativo antes do vencimento, ela não é a medida mais adequada para que você decida vendê-lo de forma antecipada.
No entanto, esta não é a única medida disponível para acompanhar o desempenho dos investimentos em renda fixa. Existem outras, como a marcação a mercado.
Conseguimos esclarecer suas dúvidas? Leia também o artigo: Aplicações financeiras: confira as opções mais rentáveis
Resumindo
Como calcular marcação na curva?
Para fazer o cálculo da marcação na curva, leva-se em conta a taxa de juros anual estipulada no instante em que você fez o investimento.
As taxas são convertidas diariamente. Então, suponha que a taxa de juros é de 15% ao ano. Tal porcentagem é transformada em uma taxa diária equivalente, inclusive com juros compostos.
Qual a função da marcação a mercado?
O principal objetivo da marcação a mercado é saber qual é o valor presente dos ativos financeiros. Ela considera as variações de acordo com a oferta e a demanda. Ou seja, é interessante para investidores que desejam resgatar valores antes do vencimento.
Quais títulos sofrem marcação a mercado?
Segundo a Anbima, a marcação a mercado é uma prática que vale para CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), debêntures e títulos públicos, com exceção do Tesouro Direto.