A Dívida Pública Federal (DPF) registrou uma leve queda em maio devido ao grande volume de títulos vinculados à inflação que venceram. De acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (28), a DPF diminuiu de R$ 6,033 trilhões em abril para R$ 6,014 trilhões no mês passado, representando uma redução de 0,31%.

Apesar do declínio, o valor ainda se mantém acima de R$ 6 trilhões, uma marca histórica que foi ultrapassada pela primeira vez em abril. O Tesouro prevê um aumento na DPF nos próximos meses, de acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF) divulgado no final de janeiro, estimando que o estoque da DPF encerre 2023 entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), que se refere aos títulos emitidos internamente, teve uma queda de 0,4%, passando de R$ 5,79 trilhões em abril para R$ 5,767 trilhões em maio.

No último mês, o Tesouro resgatou R$ 74,68 bilhões a mais em títulos do que emitiu, principalmente em papéis vinculados à inflação. No entanto, a dívida interna não caiu ainda mais devido à apropriação de R$ 51,46 bilhões em juros.

Através da apropriação de juros, o governo reconhece mensalmente a correção dos juros sobre os títulos e incorpora esse valor ao estoque da dívida pública. Com a taxa Selic (taxa básica de juros da economia) em 13,75% ao ano, a apropriação de juros aumenta a pressão sobre o endividamento do governo.

Em maio, o Tesouro emitiu R$ 139,775 bilhões em títulos da DPMFi. Devido ao grande volume de vencimentos no mesmo mês, os resgates totalizaram R$ 214,458 bilhões.

No mercado externo, a valorização do dólar em maio contribuiu para o aumento do endividamento do governo. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) teve um aumento de 1,8%, passando de R$ 242,42 bilhões em abril para R$ 246,78 bilhões em maio. O principal fator para esse aumento foi a queda de 1,9% do valor do dólar no último mês.

Equipe MI

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