Juros compostos: o que são como influenciam o rendimento dos seus investimentos
Juros compostos podem fazer seu dinheiro render mais ou aumentar dívidas rapidamente. Entenda como funcionam e como usá-los a seu favor.

Os juros compostos podem ser grandes aliados ou vilões das finanças pessoais. Eles funcionam como um efeito bola de neve: nos investimentos, ajudam seu dinheiro a crescer de forma exponencial ao longo do tempo, tanto na renda fixa quanto na renda variável.
Por outro lado, quando se trata de dívidas, como compras parceladas no cartão ou empréstimos, esses mesmos juros fazem o valor aumentar rapidamente. Se não houver controle, a dívida pode sair do controle e comprometer todo o seu orçamento. Por isso, entender como os juros compostos funcionam é essencial para usá-los a seu favor. Continue lendo no Melhor Investimento para saber mais!
O que são juros compostos?
Os juros compostos são uma forma de calcular o valor de investimentos, empréstimos, financiamentos e outras operações de crédito ao longo do tempo, a partir de uma taxa de juros que incide sobre um valor principal.
Essa taxa pode ser mensal, trimestral ou anual. A cada período, os juros são acrescentados a um montante acumulado. O acréscimo acontece de forma exponencial e não linear.
Para que servem os juros compostos?
Os juros compostos servem para remunerar o uso do dinheiro. Quando uma pessoa decide fazer um investimento, ela aloca recursos para tal finalidade.
Esses recursos podem servir para financiar a dívida do governo, no caso de títulos públicos, por exemplo, ou podem servir como uma forma de empréstimo no caso dos fundos de investimento.
Em contrapartida, a pessoa que investiu esses recursos recebe uma “recompensa” na forma de juros compostos. Ou seja, ela vai receber no futuro um valor maior do que aplicou.
Para quem faz um empréstimo, a lógica é similar. Você consegue um adiantamento em dinheiro, mas precisa pagar juros nas parcelas.
Quais as diferenças entre juros simples e compostos?
A principal diferença entre juros simples e compostos é que, no primeiro, o cálculo é linear e, no segundo, o cálculo é exponencial.
Nos juros simples, eles são calculados apenas sobre o valor principal do investimento. Nos juros compostos, eles são calculados sobre o valor principal com acréscimo de juros acumulados.
Como calcular juros simples?
O valor dos juros simples é sempre o mesmo em cada período. A fórmula é a seguinte:
J = C x i x t
Para que você entenda com mais clareza, as siglas significam:
- J = juros
- C = capital inicial
- t = tempo
Vamos ver agora um exemplo prático!
Suponha que Fernando tenha pegado um empréstimo de R$ 1.000 a uma taxa de juros simples de 5% ao mês, com pagamento de parcelas divididas em 12 meses. Veja como é o cálculo dos juros simples:
J = C x i x t
J = 1000 x 0.05 x 12
J = 600
Ao longo de 12 meses, serão R$ 600 em juros. Ou seja, ela terá que pagar um total de R$ 1.600, sendo cada parcela aproximadamente R$ 133,34.
Mês | Juros simples | Parcelas |
1 | R$ 50 | R$ 133,34 |
2 | R$ 50 | R$ 133,34 |
3 | R$ 50 | R$ 133,34 |
4 | R$ 50 | R$ 133,34 |
5 | R$ 50 | R$ 133,34 |
6 | R$ 50 | R$ 133,34 |
7 | R$ 50 | R$ 133,34 |
8 | R$ 50 | R$ 133,34 |
9 | R$ 50 | R$ 133,34 |
10 | R$ 50 | R$ 133,34 |
11 | R$ 50 | R$ 133,34 |
12 | R$ 50 | R$ 133,34 |
Como calcular juros compostos?
Nos juros compostos, o valor dos juros aumenta a cada período de tempo, pois eles são cumulativos.
A fórmula é a seguinte:
M = C (1 + i ) ^ t
As siglas significam:
- M = montante
- C = capital inicial
- i = taxa de juros
- ^ = sinal de potência
- t = tempo
Nem todos nos lembramos das aulas de matemática da escola, a menos que precisemos aplicá-la em uma situação prática do dia a dia. Por isso, vamos ver um exemplo para relembrarmos os conceitos.
Considere a seguinte situação: Fernando fez um investimento de R$ 1.000 com juros compostos de 5% ao ano. Quanto ele vai receber ao longo de 5 ou 20 anos?
Para um período de 5 anos, temos:
M = 1000 (1 + 0.05) ^ 5
M = 1000 (1.05) ^ 5
M = 1000 (1.27628)
M = 1.276,28
Inicialmente, ele fez uma aplicação de R$ 1.000 e, ao final, recebeu R$ 1.276,28.
Veja agora como esse valor cresceu exponencialmente a cada ano. Para o primeiro ano, o cálculo é:
M = 1000 (1 + 0.05) ^ 1
M = 1000 (1.05) ^ 1
M = 1050
Para o segundo ano, o valor do capital inicial não será R$ 1.000, e sim R$ 1050. Veja:
M = 1050 (1 + 0.05) ^ 2
M = 1000 (1.05) ^ 2
M = 1102.50
A mesma lógica vale para os anos seguintes. Por isso mesmo, esse tipo de cálculo muitas vezes é denominado de “juros sobre juros”.
Confira os valores de rendimento de cada ano:
Ano | Valor final |
1 | R$ 1.050,00 |
2 | R$ 1.102,50 |
3 | R$ 1.157,63 |
4 | R$ 1.215,51 |
5 | R$ 1.276,28 |
Se ele deixar esse dinheiro investido por 20 anos, terá este resultado:
M = 1000 (1 + 0.05) ^ 20
M = 1000 (1.05) ^ 20
M = 1000 (2.65329)
M = 2.653.39
Ou seja, ele investiu R$ 1.000 e os rendimentos foram de R$ 1.653,39. Porém, nessa situação que apresentamos, se Fernando investiu em renda fixa, por exemplo, nada impede que ele faça aportes mensais ao longo desses 20 anos, além dos R$ 1.000 iniciais.
Com isso, o valor a receber também será acrescido exponencialmente. Ou seja, ao longo do tempo, o montante final aumentará significativamente devido ao efeito da capitalização dos juros compostos.

Onde os juros compostos são aplicados?
Os juros compostos são aplicados em diversas áreas financeiras. Eles estão bastante presentes na nossa vida, mesmo com o fato de não nos lembrarmos com tanta frequência.
Confira a seguir as principais áreas nas quais incidem esse tipo de juros.
Investimentos
Os investimentos de curto ou de longo prazo, como Tesouro Direto e ações, usam juros compostos para calcular o retorno do investimento. Ou seja, quanto você ganhará a mais pela aplicação.
Cartão de crédito
Se você usa cartão de crédito, sabe que o atraso no pagamento acarretará juros. Esses juros são compostos. Além disso, ao fazer compras parceladas, eles também estarão lá dependendo da quantidade de parcelas.
Empréstimos
Os empréstimos, principalmente os de longo prazo, utilizam juros compostos no cálculo das parcelas a serem pagas por quem o solicitou.
Financiamentos
Para quem deseja financiar um carro ou uma casa, haverá também incidência de juros compostos sobre os valores ao longo do tempo.
Quais os melhores investimentos para juros compostos?
Existem diferentes tipos de investimentos que oferecem juros compostos. Saiba mais nos tópicos seguintes!
Renda fixa
Muitos dos investimentos em renda fixa trabalham com essa forma de capitalização. Por exemplo:
- Tesouro Direto;
- CDB (Certificado de Depósito Bancário);
- LCI (Letra de Crédito Imobiliário);
- LCA (Letra de Crédito do Agronegócio);
- CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários);
- CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio).
Renda variável
Os investimentos de renda variável também utilizam o cálculo exponencial de juros. Porém, no caso das ações, por exemplo, a rentabilidade varia e não é fixa, visto que existe a questão da volatilidade do mercado.
Alguns exemplos de investimentos em renda variável que rendem juros compostos são:
- Ações;
- Fundos de investimentos;
- EFTs;
- BDRs.
Como é o rendimento de juros compostos?
Funcionam com uma forma de rendimento que cria um “efeito de bola de neve” ao longo do tempo.
Em outras palavras, ele permite que o valor do investimento cresça cumulativamente. O motivo é que, a cada período, os juros incidem sobre o montante e não sobre o valor inicial.
Qual a importância do tempo nos juros compostos?
O tempo é um fator crucial nos juros compostos. Quanto mais tempo você deixar o seu investimento crescer, maior será o valor final. Isso ocorre porque os juros compostos vão incidir sobre um montante que aumenta a cada período de tempo.
Leia também o artigo: Decisão de investimento: como uma assessoria especializada pode te ajudar?
Resumindo
Como fazer o cálculo de juros compostos?
Juros compostos são calculados sobre o valor principal e os juros acumulados, segundo essa fórmula: M = C (1 + i ) ^ t.
Qual o melhor investimento para juros compostos?
Os melhores investimentos para juros compostos são os de renda fixa, por terem uma rentabilidade mais previsível, como títulos públicos, CDBs de letras de crédito. No entanto, eles também incidem sobre renda variável, como ações e fundos de investimento.