O Follow on, também conhecido como oferta subsequente de ações, abrange tipos específicos de ofertas disponíveis para investidores no mercado financeiro. Essas ofertas são de empresas que já estão na Bolsa de Valores (B3). Mas como funciona?

Se você está interessado nessa modalidade de investimento, pode haver boas oportunidades para conseguir retornos financeiros satisfatórios.

Existem vantagens que podem favorecer tanto as empresas quanto os investidores. No entanto, sempre que se considera renda variável, há riscos envolvidos. Por isso, quanto mais você se informar, menores se tornam suas possibilidades de perdas.

Mas, fique tranquilo, viu! Estamos aqui para ajudá-lo a entender este mercado. Para isso, explicaremos os detalhes dessa modalidade, mostrando como você pode diversificar sua carteira. Acompanhe!

O que é follow on?

O follow on (oferta subsequente de ações) é um processo pelo qual uma empresa listada na B3 emite novas ações, visando levantar capital e financiar projetos.

O processo envolve a venda para investidores novos ou já existentes. Isso aumenta as ações da empresa em circulação.

Portanto, pode haver diluição no valor dos ativos, mas se a empresa tiver um bom desempenho, o valor das ações pode aumentar no longo prazo. Essa é uma forma de captar recursos.

Para que serve?

No lançamento de novas ações pelas empresas, os investidores têm a possibilidade de comprar uma participação e compartilhar seus lucros e prejuízos futuros.

Em suma, o follow on captaliza uma empresa e equilibra o seu orçamento. Por exemplo, o dinheiro levantado pode ser utilizado para reduzir dívidas ou para financiar a expansão dos negócios.

É uma maneira eficaz de gerar recursos sem ter que obter empréstimos bancários e contribui para aumentar a liquidez no mercado financeiro.

Para citarmos um caso interessante, a Magazine Luiza (MGLU3) realizou um follow-on em 2021. Ela emitiu ações a um valor percentual menor e conseguiu levantar recursos na ordem de R$ 4,55 bilhões.

Outro exemplo é a Hapvida, que lançou um edital com estimativa de movimentação de R$ 1 bilhão. O preço das ações da empresa recuou 48% de janeiro a abril de 2023. Assim, a oferta teve por objetivo fortalecer o capital da empresa.

Logo, algumas das finalidades do follow on são:

  • levantar capital para projetos ou pagar dívidas;
  • permitir que a empresa se expanda ou adquira outras empresas;
  • diluir a participação de acionistas;
  • oferecer a oportunidade para novos investidores comprarem ações.

Quais são os tipos de follow on?

Conheça a seguir os tipos de follow on, as características de cada um e a quem se destinam.

Ofertas primárias

Nesse caso, a empresa lança novas ações para o público e o montante de recursos vai para o caixa da organização. O preço das ações é determinado pelo processo de bookbuilding, ou seja, conforme a demanda.

Aqui, o capital social das empresas e os recursos captados serão usados para investimentos ou para outros objetivos.

Ofertas secundárias

As ofertas secundárias de ações ocorrem quando um acionista com bom aporte de ativos decide vender suas ações na B3 para gerar capital.

Diferente das ofertas primárias, as empresas não aumentam seu capital social. As ofertas secundárias dão liquidez aos empreendedores ao vender suas ações a outros investidores do mercado.

Assim, o capital social da empresa não sofre alteração. Muitas vezes os sócios decidem diminuir ou finalizar a participação no negócio. Por conseguinte, o valor da venda não vai para o caixa, mas para os próprios acionistas que realizaram o follow on.

Ofertas públicas

Essa modalidade é um tipo de oferta em que as ações são vendidas ao público investidor em geral, ou seja, qualquer pessoa pode comprar as ações oferecidas.

A exemplo das demais, ela é regulamentada pela CVM (Comissão de Valores imobiliários), conforme a instrução 400.

Para garantir a segurança nas negociações, as ofertas, em regra, precisam estar registradas.

Oferta com esforços restritos

A oferta com esforços restritos é uma opção válida apenas para investidores profissionais que desejam adquirir ações exclusivas.

Esse modelo, regulado pela CVM, tem algumas limitações. Por exemplo, as ações são ofertadas para apenas 75 investidores e no máximo 50 podem fazer a compra. Ela segue a instrução 476 da CVM.

TIPO DE OFERTADEFINIÇÃOPONTOS IMPORTANTES
Oferta primáriaEmpresa emite novas ações para o público e o dinheiro vai para o caixa da empresa.Preço das ações é determinado pelo processo de bookbuilding.
Oferta secundáriaAcionista decide vender suas ações na B3 para gerar capital.Dá liquidez aos acionistas; não aumenta o capital social da empresa.
Oferta públicaAções da empresa são vendidas ao público investidor em geral.As ofertas precisam estar registradas na CVM.
Oferta com esforços restritosAções exclusivas para investidores profissionais.Ações são ofertadas para apenas 75 investidores; no máximo 50 podem fazer a compra.

Como identificar?

Em geral, a empresa anuncia antecipadamente sua intenção de realizar uma oferta de follow on. Em seguida, determina o preço e a quantidade de ações.

É possível descobrir o follow on acompanhando de perto a empresa, os comunicados que ela emite ou observando o aumento da atividade de negociação em torno das ações na B3.

Além disso, para quem investe no mercado financeiro, é essencial ler o noticiário econômico.

Logo, acompanhar as notícias e os anúncios dessas ofertas em geral é, de fato, uma estratégia relevante para obter os melhores insights.

Qual a importância do follow on?

O follow-on é importante para as instituições privadas porque é uma forma de levantar capital adicional para financiar seus projetos de crescimento ou para outras finalidades.

Além disso, ele é visto como um sinal positivo pelos investidores, que podem conseguir comprar ações a um preço mais baixo, dependendo da oferta e do contexto.

Para os acionistas, a oferta secundária oferece a eles a oportunidade de captar recursos.

Existem diversas razões pelas quais os acionistas podem decidir vender as ações, como a decisão de diversificar sua carteira de investimentos de outra forma ou simplesmente porque eles acreditam que o preço atual da ação não subirá mais.

Essa é uma maneira de obterem liquidez em seus investimentos. Já para os novos investidores, o follow on pode ser uma oportunidade de investir em uma empresa em crescimento e com boas projeções de longo prazo.

Qual a diferença entre follow on e IPO?

O IPO (Initial Public Offering) acontece quando uma empresa emite ações pela primeira vez com capital aberto, enquanto o follow on ocorre quando uma empresa emite novas ações para investidores atuais ou novos. 

No caso do IPO, significa que a partir daquele momento os papéis da empresa podem ser comprados e vendidos por investidores na B3.

É como a abertura de um novo restaurante. Um estabelecimento que inaugura e abre as portas pela primeira vez precisa atrair clientes. Da mesma forma, uma empresa que realiza um IPO precisa convencer os investidores a adquirir suas ações.

Vale lembrar, quando uma empresa se torna uma empresa de capital aberto, ela precisa seguir as regras e regulamentações da Bolsa, como:

  • divulgar informações financeiras para o público;
  • enviar balanços periódicos.

Quais são as vantagens do follow on?

Uma das principais vantagens do follow on é que ele é visto como um sinal positivo pelos investidores que desejam boas oportunidades de comprar ações a preços competitivos.

Além disso, as empresas que adotam essa estratégia, geralmente, têm um histórico de negociação no mercado financeiro, o que leva a uma maior estabilidade no preço das ações após a oferta.

Veja nos próximos tópicos os principais benefícios:

Gerar capital para a empresa

Imagine uma rede varejista que precisa gerar capital com objetivo de abrir uma nova filial e, para isso, faz follow on. Nesse caso, o objetivo são os planos de expansão, que pode ser na própria cidade ou ainda em outros estados.

Para financiar esse projeto, ela pode oferecer novas ações aos investidores em um período limitado de oferta pública, por exemplo.

Com a captação de recursos provenientes da venda dessas ações, a empresa investe na construção do espaço, na instalação de equipamentos e na inauguração da filial.

Isso aumenta o valor das ações no longo prazo, uma vez que a instituição está em crescimento.

Possibilidade de redução de dívidas

Suponha que uma empresa do setor aéreo precise reduzir dívidas. Nesse caso, ela planeja fazer um follow on, pois enfrenta dificuldades financeiras devido à pandemia.

Ao realizar a oferta, a empresa pode captar recursos para quitar pendências financeiras, reduzir incertezas em relação aos investidores e voltar a ter um equilíbrio orçamentário e patrimonial.

Com o dinheiro proveniente do follow-on, ela também poderá:

  • pagar dívidas com fornecedores e credores;
  • investir em renegociação de contratos;
  • realizar cortes de custos e enxugamento de despesas;
  • ter uma melhor percepção da saúde financeira perante os investidores.

Por outro lado, caso continue se afundando em dívidas, pode ter problemas de solvência e ficar impossibilitada de honrar seus compromissos financeiros, levando em último caso à falência.

Nesse exemplo, o follow on é uma alternativa para evitar que grande instituições cheguem a esse ponto, ao ajudá-las a obterem novos recursos e a conquistarem a confiança dos investidores no mercado financeiro.

Comprar ações por preços menores

Vamos supor que uma empresa no setor de siderurgia esteja fazendo uma follow on porque teve uma queda de receitas.

O preço atual das ações é de R$ 20, mas devido à oferta adicional, o preço cai para R$16 cada. Então, você decide comprar 100 ações por R$1.600 no total.

Após um ano, a empresa tem um desempenho bom e o preço das ações sobe para R$19,20. Com isso, você decide vender suas 100 ações e recebe R$1.920, obtendo assim um lucro de R$320, ou 20% de retorno sobre o investimento inicial de R$1.600.

Nesse caso, a oferta se tornou vantajosa para o investidor. No entanto, é importante lembrar que o desempenho futuro de uma empresa depende de vários fatores, como a concorrência, a economia e as decisões de gestão.

É sempre necessário fazer uma análise criteriosa antes de decidir se o investimento vale a pena. Afinal, nenhum retorno passado é garantia de retorno futuro.

Maior liquidez das ações

Agora, vamos imaginar outro cenário, ainda no exemplo da empresa de siderurgia. Suponha que um acionista tenha comprado 500 ações em um follow on por R$ 10,00 cada, totalizando R$ 5.000,00 em investimento.

Após um ano, a empresa de siderurgia mantém o valor da constante em R$ 10,00, não havendo valorização. Com isso, o investidor não teve ganho ou perda no período.

Como o acionista deseja ter liquidez, ele decide vender todas as 500 ações por R$ 10,00. Seu retorno seria o mesmo valor de R$ 5.000,00 do investimento inicial, sem contar taxas e impostos.

Por outro lado, ele prefere tomar essa decisão porque deseja investir em empresas com melhores perspectivas de retorno. Ou seja, o follow on também oferece a liquidez.

No mercado de ações, a liquidez se refere à capacidade de compra e venda de uma ação com facilidade e rapidez, sem afetar significativamente o preço.

Como participar do follow on?

Para participar de um follow on, é preciso seguir esses passos:

  • ter uma conta em uma corretora que faça parte da distribuição, dê as ações lançadas;
  • consultar o site da empresa para saber quais corretoras estão listadas;
  • informar-se à corretora sobre os documentos e dizer o quanto deseja investir;
  • quando finalizar o período de reserva, a corretora informará a quantidade de ações que o investidor conseguiu comprar;
  • depois, basta fazer o pagamento das ações à corretora.

No caso dos acionistas da empresa que desejam participar, eles têm direito de subscrição, o que garante prioridade na compra de papéis.

Vale a pena?

Para as empresas, o follow on vale a pena se elas precisam reunir capital por algum motivo.

Para os investidores, a decisão dependerá da análise corporativa. É importante considerar fatores como a saúde financeira, estratégia de crescimento e perspectivas futuras, além do preço das ações durante o período de oferta.

Em resumo, é preciso considerar:

  • saúde financeira da empresa que está realizando o follow on;
  • estratégia de crescimento e perspectivas futuras da empresa;
  • preço das ações durante o período de oferta;
  • análise individual de cada investidor conforme os objetivos financeiros;
  • acompanhamento do mercado financeiro;
  • riscos envolvidos na participação em uma oferta pública.

Por fim, participar de uma oferta pública pode representar riscos, sendo recomendado contar com a orientação de um profissional especializado em investimentos que acompanha com um olhar apurado o mercado financeiro.

Conseguimos esclarecer suas dúvidas sobre follow on? Leia também o artigo: Como investir em ações!

Equipe MI

Equipe de redatores do portal Melhor Investimento.