A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (6) no Rio de Janeiro a Operação Lóris, visando a empresa Petra Gold, acusada de crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência de Eduardo Monteiro Wanderley, proprietário e CEO da empresa.

A 8ª Vara Federal Criminal do Rio também ordenou o bloqueio de ativos de Wanderley e outros investigados, totalizando R$ 300 milhões.

A Petra Gold é reconhecida no mercado financeiro por suas operações com debêntures, títulos de dívida de empresas de médio e longo prazo utilizados para financiar projetos, aumentar lucros e reestruturar dívidas.

Em seu auge, o grupo investiu em cultura e esportes, adquirindo um teatro no Leblon em 2019, patrocinando os museus de Arte do Rio (MAR) e de Arte Moderna (MAM) e impulsionando artistas e pilotos.

Entretanto, segundo as investigações, o grupo emitia e oferecia debêntures sem autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), captando centenas de milhões de reais. Em 2021, a CVM proibiu a empresa de atuar nesse tipo de investimento.

Ao adquirirem esses papéis, os investidores teriam direito a crédito sobre a empresa e receberiam remunerações baseadas em juros, com a promessa de 1,3% de rendimento ao mês.

No início do ano, o RJ2 revelou que a Petra Gold era alvo de investigação pela Polícia Civil do RJ por suspeita de estelionato e organização criminosa. A empresa, que atua no mercado financeiro desde 2016, teria impedido o resgate de valores aplicados por clientes, ultrapassando R$ 3,5 milhões.

Os envolvidos podem enfrentar acusações de lavagem de dinheiro, emissão ilegal de debêntures e gestão fraudulenta de instituição financeira, sujeitos a penas de até 30 anos de reclusão.

A PF esclareceu que o nome da operação, Lóris, faz alusão ao único primata venenoso, cuja aparência dócil e receptiva oculta os riscos associados ao contato com ele.

Com informações de G1