Postagem de Trump abala mercados e derruba US$ 2 trilhões nas bolsas dos EUA
O republicano criticou a China pelo controle de metais de terras raras e sinalizou aumento de tarifas sobre produtos chineses, gerando quedas significativas no S&P 500, Nasdaq e Dow Jones.

Uma postagem de Donald Trump provocou uma forte reação nos mercados financeiros dos Estados Unidos, resultando em uma perda estimada de US$ 2 trilhões em valor de mercado, segundo cálculos divulgados pela CNBC nesta sexta-feira (10). O episódio reforça o quanto as declarações do ex-presidente norte-americano ainda exercem influência sobre o comportamento dos investidores e sobre a economia global.
A publicação foi feita nas primeiras horas da manhã e, em questão de minutos, as principais bolsas de valores dos EUA começaram a registrar quedas expressivas. O impacto negativo refletiu a apreensão dos investidores diante de um possível agravamento nas tensões comerciais entre Washington e Pequim, tema recorrente durante o mandato de Trump e que voltou a ganhar força com suas declarações recentes.
Declarações sobre a China e o controle de metais estratégicos
Na postagem, Trump afirmou que a China estava se tornando “muito hostil” com o resto do mundo, especialmente por causa de seu domínio sobre os metais de terras raras, recursos fundamentais para a indústria tecnológica e de energia limpa. O republicano acusou o país asiático de “manter o mundo como refém” ao explorar seu monopólio sobre esses elementos, usados na fabricação de semicondutores, baterias e veículos elétricos.
Pouco depois, Trump ampliou o tom das críticas, dizendo que considerava aumentar as tarifas sobre produtos chineses importados pelos Estados Unidos. A simples menção à possibilidade de novas barreiras comerciais foi suficiente para acender o alerta no mercado, provocando vendas em massa de ações e derrubando os principais índices da Bolsa de Nova York.
De acordo com a Bespoke Investment Group, consultoria de pesquisa financeira citada pela CNBC, a reação imediata dos investidores fez com que as empresas listadas nas bolsas norte-americanas perdessem cerca de US$ 2 trilhões em valor de mercado ao longo da sessão.
Índices registram forte recuo com temores sobre guerra comercial
O S&P 500, um dos principais termômetros do mercado acionário dos EUA, caiu 2,7%, marcando seu pior desempenho desde abril. O Nasdaq Composite, dominado por empresas de tecnologia — muitas delas dependentes do comércio com a China —, recuou 3,56%. Já o Dow Jones Industrial Average encerrou o pregão em queda de 1,9% (879 pontos), registrando sua pior sessão desde maio.
Os analistas ouvidos pela CNBC destacaram que o movimento de queda generalizada reflete a sensibilidade do mercado às declarações políticas em um contexto de alta volatilidade e incerteza global. A simples possibilidade de retomada da guerra comercial entre Estados Unidos e China trouxe à tona lembranças de 2018 e 2019, quando as tarifas impostas por ambos os países impactaram fortemente a cadeia de suprimentos mundial e elevaram custos para empresas de diversos setores.
Mercado global reage e analistas alertam para riscos políticos
A repercussão não se limitou aos EUA. Bolsas da Europa e da Ásia também registraram quedas moderadas, refletindo o receio de que novas tarifas possam pressionar o comércio internacional e desacelerar a economia global. O episódio evidenciou, mais uma vez, como as redes sociais se tornaram um canal direto de influência sobre os mercados, permitindo que líderes políticos afetem instantaneamente o comportamento dos investidores.
Especialistas consultados pela CNBC afirmam que o caso ilustra um fenômeno cada vez mais comum: a financeirização da comunicação política. Segundo eles, a velocidade com que informações são disseminadas pelas redes cria um ambiente em que mensagens isoladas podem gerar reações econômicas em escala mundial, mesmo sem a formalização de medidas concretas.
Além disso, o momento ocorre em meio a discussões sobre dependência tecnológica dos Estados Unidos em relação à China, tema que tem pautado o debate político em Washington. A fala de Trump reforça a pressão sobre o atual governo para adotar medidas mais duras de proteção à indústria nacional, o que pode elevar o nível de tensão entre as duas potências.
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