Agenda econômica da semana: inflação, varejo e FMI dominam o radar dos mercados

A agenda econômica da semana entre 13 e 17 de outubro promete movimentar os mercados com a divulgação de uma série de indicadores-chave no Brasil e no exterior. Dados de inflação, atividade econômica e reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) estão entre os destaques que podem influenciar o comportamento dos investidores e as expectativas sobre os rumos da política monetária global.

No Brasil, a atenção se volta para o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, enquanto nos Estados Unidos o foco recai sobre o CPI (índice de preços ao consumidor) e o PPI (índice de preços ao produtor). Na Europa e na Ásia, indicadores de produção, balança comercial e inflação também estarão no radar, compondo um cenário de grande relevância para as decisões de política econômica em todo o mundo.

Brasil: IBC-Br e varejo devem indicar ritmo da economia

A semana será decisiva para medir o ritmo da atividade econômica brasileira. Na quinta-feira (16), o Banco Central divulga o IBC-Br, indicador que funciona como uma prévia do PIB e ajuda a avaliar o desempenho da economia antes da divulgação oficial dos dados trimestrais.

Além disso, na quarta-feira (15), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicará as vendas no varejo, que indicarão o comportamento do consumo das famílias — um dos principais motores do crescimento nacional.

Outro ponto de atenção é o IGP-10, previsto para sexta-feira (17), que deve mostrar como estão as pressões inflacionárias no atacado e no varejo. Na segunda-feira (13), o Relatório Focus do Banco Central trará as projeções atualizadas para PIB, inflação, câmbio e Selic, oferecendo uma leitura antecipada das expectativas do mercado financeiro.

Esses indicadores serão fundamentais para calibrar as apostas sobre os próximos passos da política monetária brasileira, especialmente após os sinais de que o Copom pode adotar uma postura mais cautelosa nos cortes da taxa de juros.

Estados Unidos: CPI, PPI e varejo orientam expectativas sobre o Fed

Nos Estados Unidos, a agenda econômica da semana será dominada pelos indicadores de inflação e atividade. O destaque principal é o CPI (Consumer Price Index), que será divulgado na quarta-feira (15), seguido pelo PPI (Producer Price Index) e pelas vendas no varejo, ambos na quinta-feira (16).

Esses dados serão cruciais para o Federal Reserve (Fed) definir seus próximos passos em relação à taxa de juros. Se os números mostrarem uma desaceleração consistente da inflação, o mercado pode reforçar as apostas em uma política monetária mais flexível até o fim do ano.

O Payroll, relatório de emprego americano, segue previsto para sexta-feira (17), embora ainda sem confirmação oficial de divulgação. Paralelamente, as reuniões do FMI, que ocorrem ao longo da semana em Washington, devem reunir líderes econômicos e financeiros de todo o mundo para discutir o crescimento global e os desafios inflacionários.

Europa: Lagarde e inflação guiam os olhares

Na zona do euro, o foco estará dividido entre a divulgação da inflação (CPI) e os comentários da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. O discurso da dirigente, agendado para quinta-feira (16), pode trazer novas pistas sobre o ritmo dos cortes de juros na região, após sinais mistos sobre a força da recuperação econômica.

Além disso, o bloco europeu apresentará nesta semana os dados de produção industrial (quarta-feira, 15) e balança comercial (quinta-feira, 16). O resultado da inflação será divulgado na sexta-feira (17), podendo influenciar diretamente as projeções para o BCE e o euro.

Ásia: indicadores chineses e japoneses em foco

A China abre a semana com a divulgação da balança comercial (segunda-feira, 13), seguida pelo índice de preços ao consumidor (CPI), previsto para terça-feira (14). Esses dados devem indicar se a segunda maior economia do mundo está conseguindo consolidar sua recuperação, diante da fraqueza no setor imobiliário e das exportações.

O Japão inicia a semana em feriado, mas retoma a divulgação de indicadores na quarta-feira (15), com a produção industrial, importante termômetro da atividade manufatureira japonesa.