Agenda da semana: IPCA, ata do Copom e dados de atividade definem o rumo dos mercados

A agenda da semana entre 10 e 14 de novembro promete movimentar o cenário econômico brasileiro, mesmo com o calendário internacional mais esvaziado. Os destaques ficam por conta da divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro e da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que devem orientar as expectativas do mercado sobre os próximos passos da política monetária. Além disso, indicadores de atividade econômica, como serviços, varejo e produção industrial, ajudarão a medir o ritmo da economia brasileira.

Principais eventos no Brasil: IPCA e ata do Copom dominam a agenda da semana

O principal evento da agenda da semana será a divulgação do IPCA de outubro, na terça-feira (11). O índice é a principal medida de inflação do país e serve de referência para o Banco Central (BC) no cumprimento da meta de preços. A variação do indicador será fundamental para calibrar as expectativas de analistas e investidores sobre o ritmo de desaceleração inflacionária e o possível impacto nas futuras decisões de juros.

No mesmo dia, o Banco Central divulga a ata do Copom, documento que detalha os argumentos da autoridade monetária por trás da decisão sobre a taxa Selic. Após o tom mais cauteloso na reunião anterior, o mercado espera que a ata ofereça pistas sobre se o ciclo de cortes de juros está próximo do fim ou se ainda há espaço para novos ajustes.

Já na segunda-feira (10), o Relatório Focus abre a semana trazendo as projeções do mercado para inflação, PIB, câmbio e taxa básica de juros, servindo como termômetro das expectativas econômicas.

Dados de atividade devem medir ritmo da recuperação

A partir de quarta-feira (12), a agenda da semana ganha novo foco: os indicadores de atividade econômica. O setor de serviços, que tem forte peso no PIB, divulga seus resultados de setembro, permitindo avaliar se a economia mantém fôlego no último trimestre do ano.

Na quinta-feira (13), saem os números das vendas no varejo, importantes para medir o comportamento do consumo das famílias em meio a um cenário de juros ainda elevados. No mesmo dia, a indústria automotiva apresenta os dados de produção e vendas de veículos, um dos principais termômetros da atividade industrial.

Por fim, a Fundação Getulio Vargas (FGV) publica, na sexta-feira (14), o IGP-10, indicador que acompanha a inflação no atacado e ajuda a antecipar movimentos de preços que podem se refletir no IPCA nos próximos meses.

Esses dados, combinados, devem oferecer uma visão abrangente sobre a trajetória da economia brasileira, ajudando analistas e investidores a ajustarem suas projeções de crescimento e inflação.

Cenário internacional: Europa e China no radar

No exterior, a agenda da semana é marcada pela ausência de indicadores relevantes nos Estados Unidos, o que deve direcionar a atenção dos investidores para Europa e China.

Na zona do euro, a agenda começa na terça-feira (11) com o índice ZEW de Percepção Econômica, que mede a confiança dos analistas em relação ao desempenho da economia europeia. Na quarta-feira (12), ocorre o encontro do Eurogrupo, com ministros das Finanças discutindo estratégias para estimular o crescimento.

Já na quinta-feira (13), será divulgado o resultado da produção industrial da região, seguido na sexta-feira (14) pelos números de PIB, balança comercial e taxa de desemprego. Esses dados devem oferecer um retrato mais claro da recuperação europeia em meio a um cenário de inflação controlada e desafios fiscais.

Na China, o destaque da quinta-feira (13)** fica por conta dos números de vendas no varejo e taxa de desemprego, que indicarão o ritmo da recuperação da segunda maior economia do mundo. Os resultados são observados de perto por economias emergentes, como o Brasil, devido ao forte peso da demanda chinesa nas exportações de commodities.