O Banco Central (BC) decidiu manter a Selic em 15% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada nesta quarta-feira (30 de julho de 2025), interrompendo o ciclo de altas que vinha desde setembro de 2024. A decisão ocorre em um momento marcado por incertezas econômicas internas e externas, que influenciam o panorama da taxa básica de juros.

Selic em 15%: o que significa para a economia brasileira?

Manter a Selic em 15% ao ano representa uma pausa no processo de elevação dos juros iniciado em setembro de 2024, quando a taxa estava em 10,50%. Essa decisão foi tomada diante da necessidade de acompanhar de perto as projeções de inflação e o cenário econômico, tanto no Brasil quanto no exterior. A Selic não estava em patamares tão elevados desde julho de 2006, o que reforça o cuidado do Banco Central em controlar a inflação sem prejudicar o crescimento econômico.

A manutenção dos juros no atual patamar visa equilibrar a pressão inflacionária ainda presente na economia brasileira e os impactos negativos de uma taxa de juros muito alta, que pode desacelerar ainda mais a atividade econômica.

Cenário internacional impacta decisões do Banco Central

A decisão do Copom também foi influenciada por fatores externos, como a política tarifária adotada pelos Estados Unidos. Na mesma data, o governo americano, sob liderança de Donald Trump, anunciou uma ordem executiva que impõe tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, gerando incertezas no comércio bilateral.

Além disso, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, manteve seus juros estáveis entre 4,25% e 4,50% pela quinta vez consecutiva. Essa estabilidade nos juros americanos indica uma política monetária cautelosa diante das condições globais, o que repercute nas decisões do Banco Central brasileiro.

Projeções de inflação mostram leve recuo, mas ainda estão acima da meta

O Copom tem acompanhado atentamente as projeções de inflação divulgadas no Relatório Focus, que indicam uma redução gradual das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2025, a mediana das projeções caiu de 5,25% para 5,09%, e para 2026, de 4,50% para 4,44%.

Apesar desse recuo, o IPCA acumulado em 12 meses até junho de 2025 está em 5,35%, ainda acima da meta oficial do governo, que é de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Essa situação reforça a necessidade de cautela por parte do Banco Central na condução da política monetária.

Atividade econômica desacelera e preocupa o mercado

Outro ponto que motivou a decisão do BC foi a desaceleração da atividade econômica brasileira. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), mostrou um recuo de 0,74% em maio em relação ao mês anterior, indicando uma redução do ritmo de crescimento da economia.

Essa desaceleração reforça a importância de que a política monetária seja conduzida de forma equilibrada, evitando que juros elevados demais impactem negativamente a recuperação econômica.

Mercado de trabalho apresenta melhora com queda do desemprego

Apesar dos desafios econômicos, o mercado de trabalho apresenta sinais positivos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio, o menor índice para o período desde o início da série histórica.

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