Onde investir em 2026? Santander aposta em construtoras de baixa renda

Santander vê oportunidade em ações cíclicas domésticas em 2026 e aponta potencial de crescimento para Cyrela e Direcional.

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Última atualização:  30 de dez, 2025 às 11:50
ações para 2026 santander Reprodução Santander

Após a forte liquidação das ações cíclicas domésticas em dezembro, o Santander afirma que o início de 2026 pode marcar uma virada positiva para esses papéis.

Em relatório divulgado na última semana de 2025, o banco destaca que a dissipação dos ruídos políticos e a redução da pressão sobre o câmbio tendem a criar um ambiente mais favorável para a Bolsa brasileira, abrindo espaço para recuperação de ativos ligados ao ciclo econômico interno.

Construtoras do Minha Casa, Minha Vida ganham destaque

Entre os setores mais impactados pela queda recente, o Santander chama atenção para as construtoras voltadas ao segmento de baixa renda, especialmente as empresas ligadas ao programa Minha Casa, Minha Vida. Segundo o banco, a demanda resiliente por habitação popular segue como um dos principais vetores de crescimento, mesmo diante de um cenário macroeconômico ainda desafiador.

Cyrela e Direcional no foco do banco

Diante dessa leitura, o Santander aumentou em 1 ponto percentual a exposição às ações da Cyrela (CYRE3) e da Direcional (DIRR3) em seu portfólio recomendado. Ambas seguem com classificação outperform, o equivalente a desempenho acima da média do mercado, de acordo com o relatório dos analistas.

Ajustes de portfólio refletem maior seletividade

Ao mesmo tempo, o banco reduziu em 2 pontos percentuais a posição em Mercado Livre, mantendo a estratégia de priorizar empresas que demonstram capacidade de adaptação e crescimento mesmo em períodos de maior incerteza econômica. Para o Santander, a seleção criteriosa de ativos será determinante para capturar oportunidades ao longo de 2026.

Fluxos, câmbio e juros no radar para 2026

O Santander aponta ainda que os fluxos extraordinários de dividendos no fim do ano pressionaram o dólar frente ao real, movimento que tende a perder força após a virada do calendário. A expectativa do banco inclui aumento do fluxo estrangeiro para ações brasileiras e mercados emergentes em janeiro, além do início de um ciclo de afrouxamento monetário pelo Banco Central, fatores que podem beneficiar ações cíclicas domésticas no próximo ano.

Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.