Fusão Petz-Cobasi avança com venda de ações de Sérgio Zimerman

A fusão Petz-Cobasi ganhou novo impulso com a venda de ações do CEO da Petz, Sérgio Zimerman, aos controladores da Cobasi.

imagem do autor
30 de dez, 2025 às 11:30
Os logotipos das empresas Petz e Cobasi lado a lado, sobre um fundo dividido. Imagem: reprodução LinkedIn Junior Borneli

A fusão Petz-Cobasi ganhou um novo capítulo relevante após o diretor-presidente da Petz (PETZ3), Sérgio Zimerman, reduzir sua participação acionária na companhia por meio da venda de ações aos controladores da Cobasi. O movimento, comunicado ao mercado nesta terça-feira (30), reforça o alinhamento entre as empresas às vésperas da conclusão da combinação de negócios que dará origem ao Grupo Petz Cobasi, prevista para janeiro de 2026.

A operação ocorre em um momento estratégico do processo de integração, já aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), e sinaliza ajustes na estrutura acionária antes da efetiva fusão das duas maiores redes do setor pet no Brasil.

Aproveite para ler:

Segundo o comunicado divulgado pela Petz, Sérgio Zimerman passou a deter 184,9 milhões de ações ordinárias da companhia após a transação. Esse volume representa 41% do capital social da empresa, incluindo cerca de 11 milhões de instrumentos financeiros derivativos que não alteram sua participação direta.

Os compradores das ações foram o Kinea Private Equity V Master Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia e a Tefra, principais acionistas controladores da Cobasi. Com a operação, ambos passaram a deter conjuntamente 75,6 milhões de ações da Petz, o equivalente a 16,3% do capital social.

Antes do negócio, informações públicas indicavam que os controladores da Cobasi possuíam cerca de 10,6% da Petz, enquanto Zimerman detinha aproximadamente 31%. A nova configuração reforça a presença do grupo controlador da Cobasi na base acionária da Petz, antecipando a unificação societária prevista na fusão Petz-Cobasi.

Por que a movimentação é estratégica para a combinação de negócios

A venda de ações ocorre em um contexto de reorganização societária necessária para viabilizar a fusão Petz-Cobasi. O negócio foi estruturado para consolidar as operações das duas empresas em uma única plataforma, criando a maior rede de produtos e serviços para animais de estimação do Brasil e uma das maiores da América Latina.

Do ponto de vista estratégico, a redução da participação direta de Sérgio Zimerman e o aumento da fatia dos controladores da Cobasi contribuem para alinhar interesses, simplificar a governança e reduzir potenciais conflitos antes da efetiva consolidação das operações.

Esse tipo de movimentação é comum em processos de fusão e aquisição de grande porte, especialmente em companhias listadas, e tende a facilitar a transição para o novo modelo operacional e societário.

Aprovação do Cade e exigências concorrenciais

A fusão Petz-Cobasi foi aprovada pelo Cade no dia 10 de dezembro, mas condicionada à assinatura de um Acordo em Controle de Concentração (ACC). O órgão antitruste avaliou que a união das duas redes poderia gerar riscos à concorrência em determinadas regiões, especialmente no estado de São Paulo.

Como contrapartida, o acordo prevê a venda de 26 lojas localizadas em municípios paulistas. De acordo com fato relevante divulgado pela Petz, essas unidades representaram cerca de 3,3% do faturamento consolidado das empresas combinadas nos últimos 12 meses.

Apesar da exigência, o impacto financeiro é considerado limitado frente ao tamanho da operação e não altera a tese central da fusão, que busca ganhos de escala, eficiência logística e ampliação do portfólio de produtos e serviços.

Quando e como será concluída a fusão Petz-Cobasi

A conclusão da combinação de negócios está prevista para ocorrer em 2 de janeiro de 2026. A partir dessa data, será criado oficialmente o Grupo Petz Cobasi, que passará a ter ações negociadas na B3 sob o ticker AUAU3.

A operação será realizada por meio de uma reorganização societária. Nesse modelo, a Petz se tornará uma subsidiária integral da Cobasi, e as bases acionárias das duas companhias serão unificadas. Os acionistas atuais passarão a deter participação na nova empresa combinada, conforme os termos já aprovados.

Impacto no setor pet e próximos passos

A fusão Petz-Cobasi representa um marco para o mercado pet brasileiro, um dos segmentos que mais cresceram nos últimos anos. A empresa combinada terá maior poder de negociação com fornecedores, capilaridade nacional ampliada e capacidade de investir em novos serviços, como saúde veterinária, planos de assinatura e canais digitais.

Para investidores, o movimento segue sendo acompanhado de perto, especialmente diante das mudanças no controle acionário e da expectativa de sinergias operacionais. Mais detalhes sobre a integração devem ser divulgados nos próximos meses.

Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: 

Instagram | Facebook