Com a queda da Selic, o Brasil se encontra em um ótimo momento para investir em fundos imobiliários ligados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). É o que afirma Rodrigo Possenti, responsável pelos fundos imobiliários na Fator Administração de Recursos. Ele expressou essa opinião durante o FII Experience 2023, o maior evento dedicado a fundos imobiliários, realizado na sede da B3, em São Paulo, nesta quinta-feira (21).

Possenti destacou que estamos testemunhando ama era de queda das taxas de juros e uma redução da inflação. Ele prevê a manutenção desse nível de inflação e a consequente estabilidade, o que torna os fundos vinculados ao IPCA uma escolha segura para proteger o poder de compra.

Além disso, o gestor ressaltou que existe uma conexão direta entre a diminuição das taxas de juros e o crescimento da indústria de fundos imobiliários. Essa queda nas taxas de juros beneficiou os fundos de papel durante a pandemia, por exemplo.

Ele também explicou a diferença entre os fundos de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os fundos de ativos físicos (tijolo), enfatizando que nos primeiros é possível obter rendimentos mensais ajustados à inflação, enquanto nos segundos, em linhas gerais, os aluguéis são corrigidos anualmente.

Possenti observou ainda que os fundos de CRI oferecem a vantagem de uma diversificação significativa, mesmo em um mercado imobiliário que pode ser considerado “ilíquido”. Isso significa que é possível comprar e vender CRIs e realizar negociações sem grandes dificuldades.

Fundos imobiliários e a relação com a Selic

Na visão de Vitor Duarte, CIO da Suno Asset, a taxa de juros, a Selic, em queda, movimento que já começou a acontecer, melhora a perspectiva em relação à capacidade das empresas e dos empreendimentos de pagar as suas dívidas.

“A pior parte dos riscos está acomodada. Como não entrou dinheiro novo, quem conseguir captar, acho que vai conseguir alocar numa boa relação risco-retorno ainda nesse mercado de CRIs”, disse Duarte.

Neste sentido, Brunno Bagnariolli, sócio da Jive e CIO dos Fundos Mauá, destacou que o segmento de papel é mais defensivo frente ao segmento de tijolo, e que o momento atual, de migração de um fundo para o outro, é bastante natural.

“Ele [fundo de papel] fez muito bem o trabalho de ser um segmento defensivo em um momento que a gente passou por crise econômica, sanitária, e é natural que essa classe defensiva fosse para onde os investidores migrassem. Agora que a gente está em um momento que o ciclo está ‘com cara’ de que vai melhorar, é natural que os investidores migrem para a classe de risco, que são os tijolos”, destacou.


Com informações de Suno Notícias