Como economizar energia? Veja 10 maneiras de reduzir a conta de luz

Deseja economizar energia, mas sua conta de luz está cada vez mais alta? Se a resposta for sim, você não está sozinho. Uma pesquisa recente da consultoria Accenture, divulgada pelo O Globo, revelou que 48% dos brasileiros enfrentaram dificuldades para pagar a conta de energia no último ano, um índice superior à média dos 18 países analisados no estudo.

Hoje, economizar energia se tornou não apenas uma necessidade financeira, mas também uma questão ambiental. Os dados da Accenture mostram que 86% dos brasileiros demonstram interesse na transição energética, embora apenas 34% estejam dispostos ou tenham condições de arcar com custos adicionais para apoiar fontes de energia limpa.

Diante desse cenário, a ideia é apostar em pequenas mudanças nos hábitos diários que podem gerar um impacto significativo na conta de luz. Neste artigo, você descobrirá, ao menos, 10 maneiras práticas e eficientes de reduzir o consumo de energia em sua casa. 

Inflação e energia elétrica

Assim como em qualquer produto ou serviço, a inflação tem relação direta com o preço da energia elétrica. A inflação registrou uma forte alta em fevereiro de 2025, impulsionada pelo aumento expressivo na conta de luz. 

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço da energia elétrica residencial subiu mais de 16% no mês, o que impactou diretamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – tido como medidor oficial da inflação no contexto nacional. O setor de Habitação foi o que mais influenciou o indicador, contribuindo com 0,65 ponto percentual na inflação do período.

Esse aumento significativo nas tarifas de eletricidade ocorre devido à normalização dos preços, já que, em janeiro, os consumidores haviam recebido um desconto temporário na conta de luz por conta do Bônus de Itaipu. Sem esse alívio financeiro, os valores voltaram ao patamar usual, resultando em um impacto direto no bolso dos brasileiros.

O que foi o Bônus de Itaipu?

O Bônus de Itaipu foi um crédito concedido pelo governo federal e aplicado diretamente na conta de luz dos consumidores brasileiros. A medida teve como base um saldo positivo da hidrelétrica de Itaipu referente ao ano de 2023. No total, foram distribuídos aproximadamente R$ 1,3 bilhão em descontos, beneficiando cerca de 78 milhões de brasileiros.

O bônus garantiu uma redução temporária na tarifa de energia, que poderia chegar a R$ 49 por conta. No entanto, como esse desconto foi pontual, seu fim resultou em um reajuste significativo nos preços da eletricidade em fevereiro, contribuindo para a pressão inflacionária observada no período.

IPCA – Inflação oficial mês a mês

Nos últimos 12 meses, até fevereiro de 2025, o IPCA acumulou alta de 5,06%. Apenas no primeiro bimestre do ano, a inflação já soma 1,47%. Em fevereiro, o índice registrou um avanço de 1,31%, a maior elevação para o mês desde 2003. Esse resultado representa uma forte aceleração em comparação a janeiro, quando a alta foi de apenas 0,16%.

Variação mensal do índice (comparação com o mês anterior):

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Economizar energia elétrica é hábito?

Pode-se dizer que a economia de energia elétrica é uma questão de hábito, isto não está errado, muito embora seja preciso reconhecer que existem fatores externos que podem impactar a conta de luz e estão fora do controle individual. Alguns exemplos desses fatores incluem:

• Variação de tarifas e impostos: mudanças na bandeira tarifária, por exemplo, já representam um impacto direto.
• Condições climáticas: O calor intensifica o uso de ar-condicionado e ventiladores, enquanto o frio aumenta a demanda por aquecedores, elevando o consumo de energia.
• Ausência de chuvas: crises hídricas no Brasil também culminam no aumento da conta de luz, haja visto que a energia hidrelétrica é a matriz mais utilizada no país. 

Apesar dessas influências externas, o consumo consciente de energia é, sim, uma questão de hábito. Pequenas mudanças no dia a dia podem gerar uma redução significativa nos custos ao final do mês. São sobre essas práticas que trataremos mais adiante. 

Uso inteligente dos eletrodomésticos

O uso consciente dos eletrodomésticos pode gerar uma grande economia na conta de luz. Evitar abrir a geladeira com frequência, utilizar a máquina de lavar e o ferro de passar roupas com carga máxima e optar por eletrodomésticos de menor potência para tarefas do dia a dia são algumas práticas que reduzem o consumo. 

Nos dias mais quentes, o ar-condicionado pode se tornar indispensável, apesar de ser um dos maiores responsáveis pelo aumento na conta de luz. Para minimizar o impacto no consumo, é essencial utilizá-lo de forma eficiente, evitando abrir portas e janelas enquanto o aparelho estiver ligado. Adicionalmente, pondere na temperatura necessária, visto que “cada grau a menos pode elevar o consumo de energia em até 8%”, informa a Neoenergia. 

Por fim, desconectar aparelhos da tomada quando não estão em uso é uma prática simples, mas eficiente, para reduzir o consumo de energia. Muitos dispositivos continuam consumindo eletricidade mesmo desligados, devido ao modo stand-by, que mantém algumas funções ativas. Esse consumo, embora pareça pequeno, pode fazer a diferença na conta final. 

• Leia também: IEE da B3: veja como funciona o Índice de Energia Elétrica na Bolsa

Iluminação eficiente é uma boa economia

A adoção de lâmpadas de LED (Light Emitting Diode) é uma das maneiras mais eficazes de reduzir o consumo de energia elétrica. Embora, no início, esses modelos fossem mais caros, seu preço caiu significativamente com o avanço da tecnologia, tornando-se a melhor escolha para o uso residencial.

As lâmpadas de LED se destacam pela eficiência energética, durabilidade e economia. Elas consomem até 85% menos eletricidade em comparação com as lâmpadas incandescentes e cerca de 60% menos do que os modelos fluorescentes. Especialistas explicam que a conta de energia é calculada com base no consumo medido em quilowatts-hora (kWh), ou seja, quanto menor a potência dos equipamentos utilizados, menor será o valor a ser pago.

Além da escolha de lâmpadas eficientes, outras estratégias podem contribuir para uma iluminação mais econômica. Aproveitar ao máximo a luz natural, utilizar cores claras nas paredes para refletir melhor a iluminação e instalar sensores de presença em áreas de passagem são medidas simples, mas que fazem diferença na redução do consumo de energia.

Equipamentos com selo Procel de eficiência energética

A escolha de eletrodomésticos com o Selo Procel é uma estratégia inteligente para reduzir o consumo de energia. Esse selo, concedido pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), certifica os aparelhos mais eficientes, garantindo que entreguem alto desempenho com menor gasto energético. Afinal, eficiência significa fazer mais com menos, algo necessário para quem deseja economizar energia.

Criado em 8 de dezembro de 1993, o Selo Procel é uma iniciativa do Governo Federal, executada pela Eletrobras, em parceria com o Inmetro, fabricantes e pesquisadores. Seu objetivo é estimular a produção e comercialização de equipamentos cada vez mais eficientes, beneficiando tanto os consumidores quanto o meio ambiente.

Ao optar por produtos com classificação “A”, o consumidor garante menor consumo energético ao longo do tempo, sem abrir mão do conforto e da qualidade.

Controle do consumo com tecnologias: tecnologia como aliada

Monitorar o consumo de energia em tempo real pode ajudar a identificar desperdícios e otimizar o uso da eletricidade. Atualmente, o mercado dispõe de uma alta variedade de produtos capazes de te auxiliar nessa medida.

• Medidores Inteligentes – dispositivos conectados à rede elétrica que monitoram o consumo em tempo real e exibem os dados em uma interface acessível. Isso permite saber mais precisamente, como a energia está sendo utilizada.

• Tomadas Inteligentes – Permitem programar horários de funcionamento dos aparelhos eletrônicos, desligando-os automaticamente quando não estão em uso, evitando desperdício de energia.
  
• Lâmpadas Smart – além de consumir menos energia, podem ser controladas remotamente por aplicativos, permitindo ajuste de intensidade, horários de ativação e desligamento programado.
  
• Relógios Programáveis – temporizadores que controlam o tempo de funcionamento de determinados aparelhos, como aquecedores e ventiladores, desligando-os após um período definido.
  
• Sensores de Presença – Ativam a iluminação apenas quando detectam movimento no ambiente, sendo ideais para áreas de passagem, como corredores e banheiros, evitando luzes acesas sem necessidade.

Energia Solar e Alternativas sustentáveis de energia

A busca por alternativas sustentáveis de energia tem se tornado cada vez mais relevante no contexto atual. A energia solar, em particular, tem se destacado como uma solução viável e eficiente para reduzir o consumo de energia. 

Energia Solar

É amplamente conhecido que a energia solar é uma fonte renovável e sustentável, capaz de gerar tanto eletricidade quanto calor. No contexto da conta de luz, destaca-se a energia fotovoltaica, obtida por meio de painéis solares que convertem diretamente a luz do sol em eletricidade.

No Brasil, a energia solar tem se destacado por sua abundância e pelo potencial de redução de custos. Segundo o Portal Solar, o país é referência mundial no uso de fontes alternativas de energia, com 85% de sua matriz energética composta por fontes renováveis. No que diz respeito à conta de luz, a energia solar pode proporcionar uma economia de até 95% no valor pago.

Placas Solares

As placas solares ou painéis fotovoltaicos, são justamente os dispositivos que captam a luz solar e a convertem em energia elétrica. Existem diferentes tipos de placas solares, como as de silício monocristalino e policristalino, cada uma com suas características específicas. 

Um estudo realizado pelo Portal Solar mostrou que, para uma residência com consumo médio de 500 kWh mensais, seriam necessárias aproximadamente 14 placas solares para suprir essa demanda. O custo de instalação de um sistema fotovoltaico varia conforme a região e a quantidade de painéis necessários, mas, em geral, o investimento inicial é compensado pela economia gerada na conta de luz ao longo dos anos.

Programas de Tarifas Diferenciadas

No Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) regulamenta diferentes modalidades tarifárias, como a Tarifa Branca e a Tarifa Horária. A Tarifa Branca, por exemplo, oferece preços mais baixos para o consumo de energia fora dos horários de pico, incentivando o uso eficiente da eletricidade. 

Já a Tarifa Horária, voltada para consumidores de alta tensão, estabelece valores diferenciados conforme o período do dia. Essas opções podem economizar energia e potencialmente reduzir a conta de luz, especialmente para aqueles que conseguem adaptar seus hábitos de consumo para aproveitar os momentos de tarifas reduzidas.

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10 pequenos Hábitos que fazem a diferença na conta de luz

1. Ajuste a temperatura da geladeira conforme a estação do ano – Reduzir a potência no inverno evita desperdício de energia.
2. Verifique a borracha de vedação da geladeira – Uma vedação danificada faz o motor trabalhar mais, aumentando o consumo.
3. Posicione a geladeira em um local ventilado – Evita superaquecimento e melhora a eficiência energética.
4. Instale temporizadores de movimento – Lâmpadas acendem apenas quando necessário, reduzindo o consumo.
5. Limpe frequentemente os filtros do ar-condicionado – Filtros sujos forçam o aparelho a gastar mais energia.
6. Use fotocélulas em áreas externas – As luzes só acendem à noite, o que é potencialmente produtivo para quem quer economizar energia.
7. Desligue aparelhos da tomada quando não estiverem em uso – Mesmo em stand-by, eles continuam consumindo energia.
8. Reduza a frequência de banhos quentes – O chuveiro elétrico é um dos maiores vilões da conta de luz.
9. Controle o uso do ferro elétrico – Acumule roupas para passar de uma vez, evitando ligar o aparelho várias vezes.
10. Consulte programas sociais – Mediante a inscrição no Cadastro Único (CadÚnico), famílias de baixa renda podem obter descontos na fatura.

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