As ações da Ambipar (AMBP3) dispararam 13,68% às 14h18 (horário de Brasília) nesta sexta (09), atingindo a cotação de R$ 93,58. Com isso, a companhia acumulou uma impressionante valorização de 471% em 2024, consolidando-se como a maior alta da Bolsa brasileira este ano. Este desempenho notável reflete não apenas a reação positiva ao recente balanço financeiro, mas também um fenômeno de “short covering” que tem impulsionado ainda mais o preço dos papéis.

No segundo trimestre de 2024, a Ambipar reportou um lucro líquido recorrente de R$ 45,5 milhões, representando um crescimento robusto de 90,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este resultado é um reflexo da forte expansão da companhia, que atua na gestão ambiental, oferecendo uma gama de serviços e produtos voltados para a sustentabilidade.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) atingiu um recorde de R$ 436,4 milhões, marcando um aumento de 18% em comparação ao trimestre anterior. A receita também foi histórica, alcançando R$ 1,4 bilhão, o que corresponde a um crescimento de 17,5% em relação ao ano passado. Esses números destacam a capacidade da empresa de gerar resultados robustos e continuar expandindo sua presença no mercado.

A XP Investimentos avaliou positivamente os resultados operacionais da Ambipar, que superaram as expectativas do mercado. No entanto, a XP destacou a dívida líquida da empresa, que alcançou R$ 4,9 milhões, como um ponto de atenção. A companhia anunciou que pretende reduzir a alavancagem para 2,5 vezes até o final de 2024, o que poderá aliviar preocupações relacionadas à sua estrutura de capital.

A ascensão acelerada das ações da Ambipar coincidiu com um aumento na participação de Tércio Borlenghi Júnior, fundador da empresa, que optou por ampliar sua participação em um momento de elevada atividade de posições vendidas. Este movimento gerou o fenômeno conhecido como “short covering”, no qual investidores que haviam apostado na queda das ações são forçados a comprar papéis para cobrir suas posições, contribuindo para a disparada do preço.

A Ambipar, em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), afirmou não ter conhecimento de qualquer ato ou fato relevante que justificasse a disparada dos papéis. No entanto, a empresa reconheceu que o fenômeno de “short covering” e a estratégia de Borlenghi Júnior foram fatores significativos para a valorização das ações.

A companhia informou que a alavancagem (dívida líquida sobre Ebitda) deve ser reduzida ainda mais com negociações de contratos de locação e venda de ativos que estão em andamento. Essas ações são parte da estratégia da empresa para fortalecer sua posição financeira e melhorar sua estrutura de capital ao longo do tempo.