Uma holding é um arranjo empresarial destinado a atender diversas finalidades. Na maioria dos casos, o que se deseja é exercer um controle facilitado sobre um grupo de companhias, obtendo, ao mesmo tempo, eficiência a nível de custos e de gestão. Para alguns gestores, o objetivo está diretamente relacionado à gestão patrimonial, como no caso das holdings.

Para quem deseja compreender a fundo o funcionamento das holdings, desde a sua finalidade, passando por sua constituição e vantagens societárias, preparamos um conteúdo exclusivo sobre o tema. Continue a leitura para saber mais.

O que é uma holding?

Uma holding é uma empresa que possui ações de outras empresas, geralmente com o objetivo de controlá-las ou influenciar suas atividades. Em outras palavras, é uma empresa que detém participação acionária significativa em uma ou mais outras companhias, conhecidas como subsidiárias.

As holdings podem ser criadas por uma variedade de motivos, incluindo facilitar a gestão e coordenação de diversas empresas, para fins de investimento, para consolidar o controle sobre diferentes organizações em um determinado setor ou mercado, ou, ainda, para simplificar a estrutura de propriedade e governança corporativa.

Elas podem ser classificadas em holdings puras, que apenas possuem ações de outras empresas, e holdings operacionais, que também estão envolvidas na gestão e operação das subsidiárias.

Como funciona uma holding?

Uma holding funciona principalmente por meio da aquisição de participações acionárias em outras empresas, chamadas de subsidiárias. Existem duas principais maneiras pelas quais uma holding pode adquirir essas participações:

  1. Compra de ações: a holding pode comprar ações das empresas-alvo no mercado aberto ou diretamente dos acionistas existentes. Essas ações concedem à holding direitos de propriedade sobre as empresas subsidiárias.
  2. Fusões e aquisições: a holding pode adquirir empresas inteiras por meio de fusões ou aquisições. Nesse caso, a holding compra a totalidade ou uma parte substancial das ações da empresa-alvo em troca de dinheiro, ações da própria holding ou uma combinação de ambos.

Uma vez que a holding possui participações significativas nas empresas subsidiárias, ela pode exercer influência sobre suas operações e estratégias de negócios. Dependendo da quantidade de controle exercido sobre as companhias do grupo, ela pode ter uma variedade de responsabilidades e atividades, incluindo:

  • definição de políticas e estratégias de negócios para as subsidiárias;
  • nomeação de membros do conselho de administração e da alta gerência das subsidiárias;
  • coordenação de atividades entre as subsidiárias para alcançar sinergias e eficiências;
  • acesso a recursos financeiros e capital para investimentos e crescimento das subsidiárias;
  • utilização de estruturas fiscais e financeiras para otimizar a tributação e o desempenho financeiro do grupo de empresas.

Em resumo, uma holding opera como uma entidade central que detém controle ou influência sobre um conjunto de empresas subsidiárias, consolidando suas operações e recursos sob uma única estrutura de governança corporativa.

Quais são os tipos de holding?

Sim, existem vários tipos de holdings, cada uma com seus objetivos e estruturas específicas. Vejamos quais são elas.

Holding Patrimonial

Uma holding patrimonial é uma empresa cujo principal objetivo é administrar e proteger o patrimônio de uma família ou indivíduo. Ela pode deter participações em diversas empresas, imóveis, investimentos financeiros e outros ativos.

Holding Familiar

Similar à holding patrimonial, a holding familiar é uma estrutura empresarial usada para gerenciar e preservar o patrimônio de uma família ao longo das gerações. Ela pode ser usada para facilitar a transição de ativos familiares para os membros da família, bem como para fins de planejamento tributário e sucessório.

Holding Pura

Uma holding pura é uma empresa cujo único propósito é deter participações acionárias em outras empresas. Ela não está envolvida na operação ou gestão das subsidiárias e geralmente tem uma estrutura corporativa simplificada.

Holding Mista

Uma holding mista, também conhecida como holding operacional, além de deter participações em outras empresas, também está envolvida na gestão e operação das subsidiárias. Ela pode coordenar estratégias de negócios, alocação de recursos e operações entre suas subsidiárias.

Holding Administrativa

Uma holding administrativa é uma empresa que fornece serviços de gestão, administração e suporte a suas subsidiárias. Ela pode oferecer serviços como recursos humanos, finanças, jurídico e operacionais para suas subsidiárias.

Holding de Participação

Uma holding de participação é uma empresa que detém participações acionárias em outras empresas, geralmente com o objetivo de investimento estratégico. Ela pode buscar lucros por meio do crescimento do valor das participações, dividendos ou outras formas de retorno do investimento.

Holding de Controle

Uma holding de controle é uma empresa que detém uma participação acionária suficiente em outra empresa para exercer controle direto sobre suas operações e políticas. Isso geralmente significa que a holding possui mais de 50% das ações com direito a voto da subsidiária.

Holding de Investimentos

Uma holding de investimentos é uma empresa cujo principal objetivo é investir em diversas classes de ativos, como ações, títulos, imóveis e outros investimentos financeiros, visando a diversificação e o retorno financeiro.

Esses são alguns dos tipos comuns de holdings, cada um com suas características e finalidades específicas. A escolha do tipo de holding depende dos objetivos e das necessidades dos proprietários e investidores envolvidos. Parte superior do formulário

Quais as vantagens associadas a uma holding?

As holdings oferecem diversas vantagens para empresas e investidores. Vejamos quais são elas.

Diversificação de investimentos

Holdings permitem que os investidores diversifiquem seus investimentos ao deter participações em várias empresas ou setores diferentes, reduzindo o risco associado a ter todos os ovos na mesma cesta.

Eficiência fiscal

Holdings podem aproveitar eficiências fiscais, como redução da carga tributária, por meio de estratégias de planejamento tributário, como o uso de créditos fiscais, deduções, entre outras vantagens disponíveis para empresas.

Gestão simplificada

Holdings podem simplificar a gestão de um grupo de empresas, consolidando a tomada de decisões e coordenação de estratégias de negócios sob uma única entidade controladora, o que pode resultar em uma administração mais eficiente.

Proteção de ativos

Holdings podem ser usadas para proteger os ativos de uma empresa contra riscos e responsabilidades, isolando os ativos de cada subsidiária e limitando a exposição a processos judiciais ou falências em uma subsidiária específica.

Facilitação de sucessão patrimonial

Holdings familiares podem ser usadas para facilitar a sucessão empresarial ao longo das gerações, permitindo uma transição suave de propriedade e controle para os membros da família.

Acesso a capital

Holdings podem facilitar o acesso a capital e financiamento para as subsidiárias, por meio do uso de recursos financeiros compartilhados, garantias cruzadas e outras formas de suporte financeiro.

Economias de escala

Holdings podem realizar economias de escala ao centralizar funções administrativas, como recursos humanos, finanças e compras, entre as subsidiárias, reduzindo custos e melhorando a eficiência operacional.

Sinergias operacionais

Holdings podem promover sinergias operacionais entre as subsidiárias, permitindo a partilha de recursos, conhecimentos e melhores práticas de negócios para maximizar o desempenho coletivo do grupo de empresas.

Quais as desvantagens associadas a uma holding?

Embora as holdings ofereçam várias vantagens, também existem algumas desvantagens associadas a esse tipo de estrutura empresarial. Vejamos quais são elas.

Complexidade administrativa

Holdings podem introduzir complexidade administrativa adicional devido à necessidade de gerenciar múltiplas empresas e subsidiárias. Isso pode exigir uma equipe de gestão experiente e recursos adicionais para coordenar as operações e políticas de todas as empresas no grupo.

Custos operacionais

O funcionamento de uma holding pode resultar em custos operacionais adicionais, incluindo despesas administrativas, legais e contábeis associadas à manutenção de várias entidades legais separadas. Além disso, pode haver custos adicionais relacionados à coordenação de estratégias entre as subsidiárias.

Conflitos de interesse

Em alguns casos, pode haver conflitos de interesse entre os acionistas, especialmente em holdings familiares, onde diferentes membros da família podem ter objetivos e prioridades divergentes em relação ao gerenciamento do negócio e à distribuição de dividendos.

Riscos de governança

Holdings podem enfrentar riscos de governança corporativa devido à concentração de poder nas mãos de poucos acionistas ou gestores. Isso pode resultar em práticas de governança questionáveis, como nepotismo, má alocação de recursos e decisões que beneficiam apenas os interesses dos acionistas controladores.

Dificuldades de integração

Em caso de fusões e aquisições, a integração de novas subsidiárias à estrutura existente da holding pode ser desafiadora e demorada. Diferenças culturais, operacionais e organizacionais entre as empresas adquiridas e as subsidiárias existentes podem dificultar a realização de sinergias e a maximização do valor para os acionistas.

Risco de falência em cascata

Se uma subsidiária enfrentar dificuldades financeiras ou legais significativas, isso pode afetar negativamente toda a holding, especialmente se houver garantias cruzadas de dívidas entre as subsidiárias ou se os ativos das subsidiárias forem considerados parte dos ativos da holding em caso de falência.

Restrições regulatórias

Holdings podem estar sujeitas a regulamentações específicas em determinadas jurisdições que governam a propriedade e operação de empresas holding. Isso pode incluir restrições à concentração de poder econômico, exigências de divulgação financeira e outras obrigações regulatórias.

Como criar uma holding?

Criar uma holding envolve uma série de passos legais, financeiros e estratégicos. Vejamos quais são eles.

1. Planejamento Estratégico:

  • Defina os objetivos da holding: determine por que você deseja criar uma holding e quais serão seus principais objetivos, como diversificação de investimentos, proteção de ativos, planejamento sucessório, entre outros.
  • Analise o mercado: faça uma análise detalhada do mercado e identifique as       oportunidades e desafios que podem influenciar o sucesso da holding.

2. Estruturação Jurídica e Financeira:

  • Consulte profissionais qualificados: procure orientação de advogados especializados em direito empresarial e financeiro, contadores e consultores financeiros para ajudá-lo na estruturação jurídica e financeira da holding.
  • Escolha  a estrutura legal: decida sobre a estrutura legal da holding, como uma       sociedade por ações, uma sociedade de responsabilidade limitada (LLC) ou outra forma jurídica adequada às suas necessidades e circunstâncias.

3. Registro da Empresa:

  • Escolha o nome da holding: escolha um nome para sua holding que seja único e que       represente adequadamente seus negócios e valores.
  • Registre a empresa: registre a holding junto aos órgãos reguladores e de registro       empresarial competentes em sua jurisdição, seguindo as leis e regulamentos aplicáveis.

4. Estrutura de Propriedade e Controle:

  • Determine a estrutura de propriedade: decida sobre a distribuição de participações       acionárias ou quotas de participação na holding entre os acionistas ou membros.
  • Estabeleça acordos de acionistas ou sócios: elabore acordos de acionistas ou sócios       que definam os direitos, deveres e responsabilidades dos acionistas ou membros da holding.

5. Gestão e Governança Corporativa:

  • Nomeie a diretoria e a administração: nomeie os membros do conselho de administração e da alta gerência da holding, responsáveis pela tomada de decisões estratégicas e operacionais.
  • Desenvolva políticas e procedimentos: desenvolva políticas e procedimentos internos       para governança corporativa, gestão de riscos, conformidade regulatória e outras áreas relevantes.

6. Operações e Gestão:

  • Adquira participações em subsidiárias: adquira participações em empresas subsidiárias de acordo com a estratégia da holding, seja por meio de aquisições, fusões ou investimentos diretos.
  • Gerencie as subsidiárias: coordene as operações, estratégias e políticas das subsidiárias para maximizar o valor agregado ao grupo de empresas como um  todo.

7. Conformidade Legal e Fiscal:

  • Cumpra as obrigações legais e fiscais: garanta que a holding e suas subsidiárias cumpram todas as obrigações legais e fiscais aplicáveis, incluindo arquivamentos regulatórios, pagamentos de impostos e conformidade com regulamentos trabalhistas e ambientais.

É importante lembrar que criar uma holding envolve considerações complexas e que é fundamental buscar orientação profissional especializada ao longo de todo o processo. Assim é possível garantir o cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis e maximizar as chances de sucesso do empreendimento.

Exemplos de holding

Existem muitas holdings bem conhecidas em todo o mundo, em uma variedade de setores industriais. Vejamos alguns exemplos.

1. Berkshire Hathaway: uma das holdings mais famosas, fundada por Warren Buffett, que detém participações em várias empresas em setores como seguros, energia, ferrovias, alimentos, varejo e tecnologia.

2. Alphabet Inc.: anteriormente conhecida como Google Inc., a Alphabet é uma      holding multinacional que detém várias subsidiárias, incluindo a Google LLC, YouTube, Waymo (carros autônomos) e outras empresas de tecnologia.

3. Vivendi SA: uma holding francesa com interesses em mídia, entretenimento, comunicações e videogames. A Vivendi é proprietária de empresas como Universal Music Group, Canal+, Gameloft e Dailymotion.

4. Holding J&F Investimentos: uma das maiores holdings brasileiras, detendo participações em empresas como JBS (indústria de alimentos), Banco Original, Alpargatas (calçados), Vigor (laticínios) e Eldorado Brasil (celulose).

5. Samsung Group: uma das maiores holdings da Coreia do Sul, que opera em uma ampla gama de setores, incluindo eletrônicos de consumo, tecnologia da informação, construção, seguros, química e serviços financeiros.

6. Koc Holding: uma das maiores holdings da Turquia, com interesses em diversos setores, incluindo energia, automotivo, finanças, bens de consumo, turismo e saúde.

7. SoftBank Group Corp.: uma holding japonesa com foco em tecnologia e investimentos, conhecida por seu Vision Fund, que investe em startups e empresas de tecnologia em todo o mundo.

Agora que você já sabe tudo sobre como funcionam as holdings, o convidamos a nos seguir nas redes sociais (Instagram | Facebook).

Resumindo

O que é uma holding?

Uma holding é uma empresa que possui ações de outras empresas, geralmente com o objetivo de controlá-las ou influenciar suas atividades. Em outras palavras, é uma empresa que detém participação acionária significativa em uma ou mais outras companhias, conhecidas como subsidiárias.

Como funciona uma holding?

Uma holding funciona principalmente por meio da aquisição de participações acionárias em outras empresas, chamadas de subsidiárias. Existem duas principais maneiras pelas quais uma holding pode adquirir essas participações:

1. Compra de ações: a holding pode comprar ações das empresas-alvo no mercado aberto ou diretamente dos acionistas existentes. Essas ações concedem à holding direitos de propriedade sobre as empresas subsidiárias.

2. Fusões e aquisições: a holding pode adquirir empresas inteiras através de fusões ou aquisições. Nesse caso, a holding compra a totalidade ou uma parte substancial das ações da empresa-alvo em troca de dinheiro, ações da própria holding ou uma combinação de ambos.