Os indicadores financeiros são fundamentais para tomar decisões. É a forma de ter clareza sobre o potencial e riscos dos ativos, permitindo uma compreensão mais profunda do investimento.

Ter conhecimento das informações relevantes fortalece a confiança nas estratégias. Todo investidor pode aprimorar suas habilidades ao aprender sobre as principais métricas, seja os iniciantes, seja os mais experientes.

Explore de forma simplificada os 12 indicadores financeiros mais impactantes e incorpore essa ferramenta valiosa em seus investimentos!

O que são indicadores financeiros?

Indicadores financeiros são relações numéricas que proporcionam uma compreensão detalhada da situação da empresa, considerando os recursos financeiros disponíveis. Isso viabiliza a avaliação da rentabilidade, endividamento e liquidez dos ativos.

Essas métricas são chamadas de quantitativas porque se baseiam em unidades de conta. Valores de faturamento, dívidas, patrimônio e aplicações financeiras são exemplos de números contábeis utilizados nas análises.

Outra característica é a ancoragem em dados históricos. Mesmo as projeções levam em conta o desempenho nos meses ou anos anteriores. Somente então, desenvolve-se uma expectativa sobre o futuro do ativo.

A aplicação de indicadores financeiros dos investimentos representa uma mudança significativa na avaliação. Abandonamos uma análise superficial da valorização ou desvalorização momentânea, adotando uma abordagem mais profunda, objetiva e consciente.

Qual é a importância dos indicadores financeiros para investimentos?

Os indicadores financeiros melhoram a compreensão do investidor sobre os riscos. São uma forma de entender com mais precisão as chances de os cenários que imaginamos se confirmarem na prática.

Imagine o risco como um conjunto de probabilidades. Uma ação apresenta chances de valorização, o que será bem-vindo para quem comprou os ativos. Da mesma forma, ela oferece um risco de desvalorização, que beneficia as pessoas que investiram na queda das cotações.

Os indicadores financeiros facilitam o posicionamento diante dos riscos. Para ilustrar, considere uma debênture, que é um título emitido por uma empresa que oferece juros em troca de um empréstimo.

Se analisarmos os números, e a organização emissora tiver muito dinheiro em caixa em relação às obrigações, enxergamos um risco de inadimplência mais baixo. Agora, imagine se o cenário fosse o oposto, com um alto endividamento e obrigações com vencimento no curto prazo, como seria a avaliação?

A decisão baseada em indicadores têm mais chances de compreender a situação e as complicações do investimento. É um conhecimento importante para quem deseja aprimorar o desempenho e alcançar rendimentos mais expressivos.

Quais são os principais indicadores financeiros para investimentos?

Os indicadores financeiros para investimentos contribuem para que possamos enxergar a rentabilidade, o endividamento e a liquidez de forma mais adequada. Ao todo, há 12 métricas principais contidas nesses três focos de análise.

Rentabilidade

A rentabilidade é a capacidade de o investimento multiplicar os recursos aplicados. Por exemplo, um investimento com 13% de rentabilidade ao ano foi capaz de multiplicar o patrimônio em 1,13%.

1. ROE (return on equity)

O retorno sobre o patrimônio (Return on Equity – ROE) relaciona o lucro líquido da empresa com a estrutura disponível. Essa métrica é calculada dividindo o lucro líquido pelo patrimônio líquido da empresa, geralmente expresso em forma de porcentagem.

ROE = (lucro líquido ÷ patrimônio líquido) *100

Ter lucro líquido significa pagar todas as despesas e ainda sobrar dinheiro. Por sua vez, o patrimônio líquido é a diferença entre os bens e valores atuais a receber (ativo) e as obrigações imediatas e futuras (passivo).

Se uma empresa alcança um ROE superior em comparação com outra organização, isso indica que os ganhos foram obtidos com uma estrutura mais enxuta. Além disso, sinaliza a capacidade da empresa de gerar lucro eficientemente em suas operações.

2. ROI (return of investiment)

O retorno do investimento (return of investiment) expressa quanto o ativo gera de riqueza para os investimentos realizados.

ROI = (montante – investimento inicial ÷  investimento inicial) * 100.

O montante representa o valor atual do investimento, considerando a aplicação, ganhos e perdas. Nas ações, por exemplo, é necessário somar a cotação atual com os dividendos obtidos no período.

Em seguida, subtrai-se o investimento inicial para obter o valor que corresponde a quanto o ativo gerou de remuneração. Por exemplo, se uma ação foi comprada por R$10,00, um ano depois pagou R$1,00 de dividendos e está cotada em R$11,00, o montante do ativo é R$12,00. Ao subtrairmos o investimento inicial de R$10,00, obtemos um retorno de R$2,00.

Esse resultado é relacionado com o investimento inicial para determinar uma razão. No exemplo, dividimos R$2,00 por R$10,00, alcançando um retorno de 0,2% sobre o investimento.

Para mais clareza, o resultado é multiplicado por 100 para expressá-lo como um percentual. No exemplo, o ROI foi de 20%.

3. Margem de Lucro

As margens de lucro podem ser brutas ou líquidas. O lucro bruto é o montante que resta das receitas após a subtração das despesas de produção e venda. Por sua vez, a margem líquida leva em consideração todas as despesas, incluindo os tributos.

Margem Bruta = Lucro Bruto ÷ Receita Líquida x 100

Margem Líquida = (Lucro Líquido ÷ Receita Líquida) x 100

Ter margens sólidas é um indicativo positivo da capacidade de geração de lucro das empresas. Trata-se de um indicador financeiro útil para avaliar a rentabilidade.

4. ROA (return on assets)

O Retorno sobre Ativos (return on assets – ROA) identifica a eficiência da empresa em extrair lucro de qualquer valor que possa ser convertido em dinheiro e esteja à disposição do negócio.

ROA = Lucro Líquido ÷ Ativo Total

A diferença em relação ao ROE é a consideração dos ativos à disposição, mesmo que sejam produtos de dívidas. Se a empresa, por exemplo, contraiu um empréstimo para suas atividades, esse passivo seria descontado do patrimônio líquido. Já no cálculo do ROA, o valor está incluso.

Com isso, é possível visualizar o potencial de geração de lucro, levando em consideração a alavancagem do negócio.

Liquidez

Liquidez é o quão facilmente um ativo pode ser convertido em dinheiro por meio de compra e venda. Por exemplo, um imóvel apresenta menor liquidez em comparação a um título CDB com liquidez diária, pois é mais desafiador vender a propriedade e gerar recursos.

5. Liquidez corrente

A liquidez corrente considera a capacidade de obter dinheiro no curto prazo (12 meses). A avaliação, geralmente, ocorre em um período de um ano, correspondente ao exercício financeiro das organizações.

Liquidez corrente = (ativo circulante ÷ passivo circulante).

A palavra ‘circulante’ refere-se ao curto prazo. Um ativo com esse perfil é aquele que pode ser utilizado mais imediatamente para arcar com despesas, como o dinheiro proveniente das vendas e os rendimentos de aplicações financeiras. Por outro lado, o passivo inclui as despesas a serem realizadas no exercício, como a folha salarial e a compra de insumos.

6. Liquidez seca

A liquidez seca ou imediata considera os recursos efetivamente disponíveis, desconsiderando o estoque no ativo circulante.

Liquidez Seca = (ativo circulante – estoque) ÷  passivo circulante

Embora haja a expectativa de que o estoque seja convertido em dinheiro, nem sempre essa tarefa é fácil. Por isso, os recursos podem não estar prontamente disponíveis para fazer frente às obrigações.

7. Liquidez imediata

A liquidez imediata refere-se à disponibilidade de caixa para realizar pagamentos. Nesse contexto, o conceito de ativo engloba apenas os saldos de conta e aplicações financeiras que podem ser rapidamente convertidos em dinheiro.

Liquidez imediata = dinheiro disponível ÷ passivo circulante

Em todos os três tipos de liquidez, resultados acima de um ponto são considerados positivos. Isso representa um indicativo da capacidade de pagar todas as despesas e manter recursos em caixa.

Esses indicadores são especialmente relevantes para avaliar o crédito privado. Afinal, há menos riscos em adquirir títulos de empresas que possuem recursos disponíveis para honrar seus compromissos.

8. Free float

O free float é o percentual das ações disponíveis para livre negociação no pregão. Por exemplo, o proprietário de uma empresa, ao buscar investimento na bolsa de valores, pode introduzir 20% das ações no mercado e manter os 80% restantes.

Free float = total de ações emitidas – ações restritas – ações preferenciais

Um free float baixo significa menos ações em circulação, o que pode representar desafios para compra e venda. Com isso, podem surgir riscos ligados à liquidez dos ativos.

Endividamento

O endividamento demonstra o comprometimento futuro da empresa com obrigações financeiras. Geralmente, o cálculo observa o que é preciso pagar em relação ao patrimônio disponível.

9. CE (Composição do endividamento)

A composição do endividamento mostra quanto das despesas da organização pertencem ao passivo circulante. Ao vencerem em até 12 meses, esses gastos podem comprometer mais imediatamente a operação da empresa.

CE = passivo circulante ÷ passivo exigível total

O cálculo não apenas permite enxergar o volume do endividamento, mas também como a dívida está estruturada. Por exemplo, uma empresa com muitas dívidas no curto prazo pode ver a lucratividade líquida reduzida e ser menos atrativa para quem busca dividendos.

10. IPL (Imobilização do Patrimônio Líquido)

O IPL permite entender quanto do patrimônio líquido da empresa é composto por ativos que não serão convertidos em dinheiro para as operações. Exemplos incluem terrenos, edifícios, máquinas e equipamentos.

IPL = ativo Imobilizado ÷ patrimônio líquido

Imagine que o patrimônio líquido de duas empresas (ativo total – passivo total) é igual. No entanto, uma delas possui o valor em imóveis e máquinas usadas na operação, enquanto a outra tem esses recursos em conta bancária.

A empresa com imóveis e máquinas não pode vender esses ativos para pagar as dívidas de curto prazo. Portanto, a tendência é enfrentar mais dificuldades na operação e necessitar de recursos financeiros externos.

11. EF (Endividamento financeiro)

O endividamento financeiro é a relação entre a dívida e o patrimônio líquido. Essa métrica é crucial para demonstrar, em grande parte, a capacidade da empresa de cumprir os compromissos assumidos.

EF = (dívida bruta ÷ patrimônio líquido) x 100

O EF pode ser combinado com o IPL para avaliações de risco de crédito. Por exemplo, se além de um endividamento alto, o patrimônio líquido estiver comprometido com ativos imobilizados, há uma perspectiva não tão positiva sobre a capacidade de arcar com as obrigações.

12. EG (Endividamento geral)

O endividamento geral é outra perspectiva para avaliar o endividamento das empresas. Nesse caso, são considerados todos os recursos provenientes de terceiros, como empréstimos, financiamentos e dívidas.

EG = (passivo total exigível ÷ ativos totais) x 100

Também é um indicador que pode ser combinado com informações adicionais. Por exemplo, se além de um endividamento geral elevado, a composição contiver majoritariamente obrigações de curto prazo, a empresa pode estar em dificuldades financeiras.

Como analisar indicadores financeiros de investimentos

Usar indicadores financeiros torna a análise mais objetiva. No entanto, é preciso tomar alguns cuidados para aplicar os números de forma adequada e gerar um conhecimento útil para as decisões de investimento.

Defina as questões-chave a serem respondidas

O ponto de partida é elaborar uma pergunta para ser respondida com o uso dos indicadores. Um exemplo é, ao avaliar uma ação para investir no longo prazo, nos questionarmos se existe o potencial de geração de lucro no negócio. Outro é avaliar um título, considerando se a empresa tem saúde financeira para cumprir suas obrigações.

Escolha diferentes indicadores

A combinação de indicadores financeiros é um caminho mais adequado para realizar avaliações. É possível obter uma avaliação mais completa das situações, entendendo os riscos, rentabilidade, endividamento e liquidez.

Conheça as diferentes tipos de estratégia

As estratégias podem adotar métodos que se utilizam de indicadores financeiros. Na análise fundamentalista, por exemplo, os números são relevantes para entender a qualidade do projeto e o potencial da empresa. No factor investing, o investidor tenta se posicionar para extrair uma vantagem do provável comportamento da métrica utilizada.

Considere indicadores macroeconômicos

Os indicadores convivem com outras métricas, como os números que dizem respeito à economia em geral (macroeconômicos). Por exemplo, um ótimo título de crédito privado pode ter a lucratividade afetada se a inflação se aproximar dos juros ganhos com a aplicação, ainda que a empresa escolhida tenha um boa saúde financeira.

Conte com o apoio de assessores de investimento

Os assessores de investimentos são profissionais habilitados junto à CVM após as provas de avaliação da Ancord. Por isso, são pessoas capacitadas para oferecer orientações sobre investimentos, conhecendo profundamente os indicadores.

Ao buscar uma assessoria de investimentos, o investidor não tem custos adicionais. Esses profissionais são remunerados com as taxas que já existem nos produtos financeiros das corretoras de valores. Logo, são o apoio ideal para fazer bom uso das métricas e montar a sua carteira.

Os indicadores financeiros contribuem para entender os riscos dos ativos e melhorar a qualidade das decisões. Por isso, vale a pena aprofundar os conhecimentos no tema e buscar apoio na hora de investir.

Para entender as vantagens de contar com apoio técnico nas decisões, leia também o conteúdo “Quais são os benefícios de contar com um assessor de investimentos?” e entenda como esse profissional pode te ajudar!

Resumindo

O que são indicadores financeiros?

Os indicadores financeiros são números que, uma vez relacionados, permitem avaliar o desempenho das organizações. Seus pontos de atenção são a rentabilidade, liquidez e endividamento das empresas na hora de investir.

Quais são os indicadores financeiros?

Os principais indicadores financeiros ajudam a compreender a rentabilidade, a liquidez e o endividamento:

1. ROE (Return on Equity)

2. ROI (Return of investiment)

3. Margem de lucro

4. ROA (return on assets)

5. Liquidez corrente

6. Liquidez seca

7. Liquidez imediata

8. Free float

9. CE (Composição do endividamento)

10. IPL (Imobilização do Patrimônio Líquido)

11. EF (Endividamento Financeiro)

12. EG (Endividamento Geral)

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