Todo investidor ambicioso, em algum momento, já se imaginou recebendo em dólar sem sair do Brasil. A boa notícia é que com os ETFs, isso já é possível e cada vez mais acessível.

Com a alta do interesse por investimentos internacionais, os ativos que distribuem pagam em dólar têm chamado a atenção do investidor que quer fugir da instabilidade local, alocando seus recursos em mercados mais sólidos.

Para elucidar suas dúvidas sobre o tema, o time do portal Melhor Investimento entrevistou Flávio Vegas, Especialista de Produtos na Global X, uma das gestoras referência no assunto.

Ele deu o mapa do tesouro pra quem quer construir uma carteira diversificada, focada em geração de renda. Acompanhe!

Antes de tudo: o que são ETFs de dividendos?

Para quem não conhece: os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos de índice listados na bolsa. Eles replicam o desempenho de uma cesta de ativos (ações, renda fixa, commodities) e permitem ao investidor comprar uma fatia de vários ativos com um único ticker.

Os ETFs de dividendos, como o nome já entrega, são aqueles que focam em ações de empresas que pagam dividendos regularmente.

A diferença? Eles entregam para você, investidor, uma renda recorrente com base nesses pagamentos. E quando o ETF é listado nos EUA, você passa a receber essa grana em dólar.

Saiba mais no artigo:

Por que investir em ETF’s com dividendos em dólar?

Podemos resumir essa reposta em dois motivos:

  1. Porque o Brasil segue cercado de incertezas macroeconômicas, políticas e fiscais.
  2. Porque diversificação geográfica é um mandamento para quem quer preservar e multiplicar patrimônio.

Além disso:

  • Você se protege contra a inflação brasileira
  • Passa a ter exposição a empresas sólidas dos EUA, Europa e Ásia

E o melhor: você faz tudo isso comprando na sua corretora brasileira, inclusive pela B3, com tickers que terminam em 39.

Como escolher bons ETFs?

Antes de tudo, o investidor deve ter ciência do seu perfil e do nível de risco que quer correr, após isso, ele pode escolher ETFs tanto de renda fixa, quanto de renda variável. Para Flávio Vegas, antes de escolher um ETF, você precisa analisar:

  • Exposição desejada
    Você quer renda fixa, ações globais, setoriais ou temáticos? Existem ETFs para cada tipo de exposição. Saber o que você está buscando é o primeiro filtro.
  • Custo do ETF
    Quanto menor a taxa de administração, mais dinheiro sobra no seu bolso. ETFs são conhecidos por serem baratos, mas sempre vale comparar o expense ratio entre opções similares.
  • Benchmark (índice de referência)
    Esse é o índice que o ETF tenta replicar. Pode ser o S&P 500, o MSCI World, ou até um índice setorial. Saber o benchmark é fundamental para entender o que você está comprando.
  • Tracking error
    É a diferença entre o desempenho do ETF e o do seu índice de referência. Um ETF com alto tracking error não está fazendo o trabalho direito.
  • Liquidez
    Não adianta escolher um ETF maravilhoso se você não consegue vender quando quiser. Verifique o volume diário negociado e o spread entre compra e venda.
  • Tamanho do fundo
    ETFs maiores tendem a ser mais seguros, porque têm mais patrimônio, mais investidores e menor risco de serem descontinuados.

Estratégias para diversificar sua carteira de ETFs

Se você acha que ETF é só S&P500 e Nasdaq, está enganado. A B3 oferece mais de 80 opções. E quem acessa corretoras internacionais pode escolher entre mais de 2.000 ETFs listados nos EUA.

De acordo com o Especialista da Global X, dá sim pra montar uma carteira diversificada de ETFs tanto em renda fixa quanto variável, além dos ETFs temáticos, setoriais e geográficos… o céu é o limite.

A dica que ele passa é uma combinação entre:

  • Ativos locais e Internacionais
  • ETFs de renda fixa
  • ETFs globais com exposição a países diretamente (Argentina, China, Europa)
  • ETFs temáticos (Inteligência Artificial, Urânio, Dividendos e etc)

Quais são os melhores ETFs para 2025?

Embora a ideia principal ao investir em ETFs seja pensar no longo prazo, Flávio destacou alguns fundos que têm se destacado em 2025 e viraram queridinhos dos investidores:

ETFs de empresas brasileiras

Os fundos que acompanham índices locais voltaram ao radar com a recuperação de setores estratégicos da economia nacional.

ETFs pareados a S&P 500 e Nasdaq

Os clássicos americanos seguem como base sólida para quem busca exposição ao mercado dos EUA com empresas líderes globais.

URA / BURA39 — Urânio

O setor de energia nuclear está em alta com a busca por alternativas limpas e sustentáveis. Esses ETFs surfam essa tendência.

SIL / BSIL39 — Prata

Com a prata valorizada por sua aplicação tanto em joias quanto em tecnologia e energia solar, esses ETFs têm mostrado desempenho acima da média.

HERO / BHER39 — Video Game

A indústria gamer continua crescendo a passos largos, e esses ETFs capturam o potencial das principais empresas do setor.

Leia também:

O futuro dos ETFs no Brasil

A tendência é clara: Para os especialistas, os ETFs ainda têm margem de crescimento no Brasil. O que já é realidade consolidada nos Estados Unidos e na Europa começa a ganhar tração por aqui, impulsionado pela busca por diversificação, praticidade e custos baixos.

Segundo Flávio Vegas, os ETFs oferecem uma combinação poderosa: acesso fácil, boa performance, liquidez e diversificação em um único produto. E conforme o investidor brasileiro se torna mais sofisticado e atento às possibilidades globais, o mercado local tende a deslanchar.

A verdade é que o Brasil ainda está só começando a explorar o potencial desse tipo de ativo. E quem entender isso cedo, pode sair na frente com uma carteira mais sólida.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.