O Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (04) as Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil para o ano de 2023. Os dados revelam que houve um total de 108,7 bilhões de transações de pagamento, excluindo aquelas realizadas em espécie, no ano passado.

O volume financeiro dessas transações atingiu R$ 99,7 trilhões, equivalente a 9,1 vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Segundo o Banco Central, as transações de pagamento “continuaram apresentando uma forte evolução”, registrando um aumento de 31% na quantidade de operações e 9% no volume transacionado em relação a 2022.

O crescimento foi impulsionado principalmente pelo uso intensivo do Pix, que teve um avanço de 75% no último ano. Também houve aumentos significativos no mercado de cartões, com crescimentos de 36% no pré-pago, 12% no crédito e 5% no débito.

“Foi observado, também, crescimento na quantidade de transações relativas ao uso do débito direto e do boleto; e redução na utilização do cheque e das transferências interbancárias”, completou o Banco Central.

Em termos de participação, o Pix representou 39% do total de transações no ano passado, ficando atrás apenas dos cartões, que somados nas modalidades pré-pago, crédito e débito, corresponderam a 41% das operações em 2023. Os boletos, por outro lado, representaram apenas 5% do total.

Excluindo as operações em espécie, os smartphones foram o principal canal de pagamento no ano passado, respondendo por 82% das transações.

“Apesar do uso intensivo e crescente do acesso remoto, ainda há relevante volume financeiro movimentado por meio dos canais presenciais, representando cerca de 42% do volume total transacionado”, acrescentou o documento do Banco Central.

Ticket médio do Pix

O valor do ticket médio no Pix em 2023 foi de R$ 409, significativamente superior aos R$ 80 do mercado de cartões. A TED apresentou o maior valor médio por transação, de R$ 45.625, seguida pela transferência intrabancária, com R$ 17.949.

O relatório do Banco Central também indica que as transações parceladas sem juros representaram cerca de 13% da quantidade total de transações com cartão de crédito no ano passado, mas corresponderam a cerca de 48% do valor total transacionado com esse instrumento.

Além disso, as operações de saques em espécie apresentaram uma redução de cerca de 27% na quantidade de transações e de 5% no volume de recursos sacados em 2023.

“Quando comparado com o ano de 2019, momento anterior à pandemia de COVID-19 e à introdução do Pix, a queda na quantidade de saques em espécie foi de 36% e, no volume de recursos, de 27%”, concluiu a autoridade monetária.