Os Correios suspenderam pagamentos com cartão de crédito e débito, além das postagens feitas pelo site e aplicativo, em decisão anunciada na terça-feira (2). A medida, válida por tempo indeterminado, está relacionada à suspensão do contrato com a Berlin Finance, também conhecida como BK Bank, fintech responsável por processar as transações com cartões na estatal. Por enquanto, os clientes só podem efetuar pagamentos por meio do Pix e devem comparecer às agências para realizar suas postagens.

Medida anunciada pela estatal

De acordo com a nota oficial, a suspensão atinge dois serviços essenciais: o uso de cartões para pagar taxas postais e a possibilidade de registrar postagens online. Com isso, as operações que antes poderiam ser feitas de maneira digital passaram a depender exclusivamente das agências físicas.

O comunicado reforça que o Pix continua ativo em todas as unidades e funciona normalmente para quitar os serviços. A empresa também destacou que a interrupção é temporária, mas não informou prazo para a retomada das operações com cartão ou pelo aplicativo.

Motivo da suspensão

O corte nos serviços ocorreu após a decisão dos Correios de suspender o contrato firmado em 2021 com a Berlin Finance. A fintech havia vencido a licitação para gerenciar pagamentos eletrônicos da estatal, mas passou a ser investigada por suspeitas de envolvimento em esquemas financeiros ilícitos.

Segundo os Correios, a medida administrativa seguiu os ritos formais e foi tomada no mesmo dia em que a situação veio à tona. O objetivo é preservar a integridade das operações até que a apuração seja concluída.

Investigações contra a Berlin Finance

A Berlin Finance, que recentemente operava sob o nome BK Bank, é investigada por ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A empresa foi alvo da operação Carbono Oculto, deflagrada em 28 de agosto, que desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro de grande porte no Brasil.

De acordo com a Receita Federal, a fintech teria atuado como uma espécie de “banco paralelo” da facção criminosa, movimentando cerca de R$ 46 bilhões em operações não rastreáveis entre 2020 e 2024. Esses valores levantaram suspeitas de que a companhia fosse usada para ocultar atividades ilegais e dar aparência de legitimidade a recursos obtidos pelo crime organizado.

A gravidade das acusações levou a estatal a adotar uma postura imediata de cautela, interrompendo o vínculo contratual até que haja esclarecimentos oficiais.

Posição dos Correios

Em sua nota, a estatal assegurou que está tomando “todas as providências necessárias para restabelecer os serviços no menor prazo possível”. Apesar da interrupção dos pagamentos com cartão, a empresa frisou que os clientes não ficarão desassistidos, já que o Pix permanece como alternativa funcional.

Além disso, os Correios reforçaram que os atendimentos presenciais seguem normalmente em todo o território nacional, garantindo que postagens e demais serviços continuem disponíveis ao público.

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