Operação da PF atinge instituições financeiras na Faria Lima em esquema ligado ao PCC
A Operação Carbono Oculto da Polícia Federal mira um esquema de gestão fraudulenta de fundos de investimento ligados ao PCC, com possível ocultação de patrimônio ilícito.

A Operação Carbono Oculto da Polícia Federal atingiu nesta quinta-feira (28) importantes instituições do mercado financeiro brasileiro, incluindo nomes conhecidos da Faria Lima, em São Paulo. A ação investiga um esquema sofisticado de fundos de investimento usados para ocultar patrimônio ilícito com possível ligação ao PCC, resultando em bloqueios que somam cerca de R$ 1,2 bilhão.
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O que aconteceu na Operação Carbono Oculto
A Polícia Federal deflagrou a operação após identificar indícios de gestão fraudulenta em fundos de investimento. Segundo os investigadores, o objetivo da estrutura era blindar recursos de origem ilícita, dificultando o rastreamento dos beneficiários finais.
A Justiça Federal autorizou o sequestro integral de fundos envolvidos na movimentação suspeita, além do bloqueio de bens e valores até o limite de R$ 1,2 bilhão. Esse montante corresponde a autuações fiscais já registradas em processos relacionados ao caso.
O esquema utilizava múltiplas camadas societárias para ocultar o real controle de ativos. Fundos de investimento mantinham participação em outros fundos ou empresas, criando uma rede que permitia transações simuladas, como compra e venda de imóveis e títulos sem finalidade econômica.
Instituições financeiras citadas pela Polícia Federal
Entre as instituições afetadas pela operação estão Reag Investimentos, Banco Genial, Trustee, Buriti e Finaxis. Todas elas divulgaram comunicados oficiais reforçando o compromisso com ética, governança corporativa e compliance.
- Reag Investimentos confirmou que foi alvo de mandados de busca e apreensão e destacou estar colaborando integralmente com as autoridades.
- O Banco Genial manifestou surpresa e indignação, afirmou não ter sido notificado oficialmente e reiterou seguir os mais elevados padrões de governança e compliance.
- A Trustee DTVM declarou ter renunciado à administração dos fundos envolvidos meses antes da operação, após identificar irregularidades cadastrais.
- A Buriti informou que não recebeu qualquer notificação nem foi alvo de busca e apreensão, mas reforçou estar à disposição para esclarecimentos.
- Já a Finaxis rejeitou veementemente qualquer tentativa de associar seu nome ao caso e disse que tomou conhecimento do assunto apenas pela imprensa.
Além dessas, a operação também alcança centenas de outros fundos de investimento, incluindo modalidades imobiliárias, multimercado e multiestratégia.
Como funcionava o esquema investigado pela PF
De acordo com a Polícia Federal, a rede criminosa era estruturada de forma a dificultar a identificação dos beneficiários. O modelo se baseava em fundos que investiam em outros fundos ou em empresas controladas pelas mesmas pessoas, o que criava uma teia complexa.
Essas operações eram usadas para realizar transações artificiais de ativos, sem qualquer propósito econômico, apenas para dar aparência de legalidade à movimentação de recursos. Assim, era possível blindar o patrimônio e lavar dinheiro proveniente de atividades ilícitas, incluindo o setor de combustíveis, onde o PCC já atua com forte presença.
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