“Nubank vai fechar?” Entenda o boato que volta e meia assombra a fintech
Não é de hoje! O Nubank vem enfrentando há algum tempo dúvidas e especulações sobre o possível encerramento de suas operações no mercado brasileiro.

Recentemente, começaram a pipocar nas redes sociais questionamentos sobre o fim do Nubank no Brasil. Tudo por conta de uma nova proposta do Banco Central que busca regulamentar a nomenclatura das instituições financeiras, o que poderia levar o roxinho a ter que mudar de nome.
A potencial mudança já serviu de gatilho para que circulassem boatos sobre o fim das operações do Nubank no Brasil. E o mais curioso é que esse tipo de boato não é de hoje. Desde 2022, vira e mexe surgem rumores de que o Nubank vai fechar as portas, quase sempre sem fundamento e alimentados por interpretações distorcidas de mudanças regulatórias ou estratégicas.
Entenda o caso mais recente
O Banco Central (BC) colocou em consulta pública a minuta nº 117/2025, que propõe novas regras para padronizar a nomenclatura das instituições financeiras reguladas. A ideia central do texto é obrigar que as instituições utilizem, em suas denominações, termos que deixem claro o tipo de autorização que possuem para funcionar.
Na prática, palavras como “banco” ou “bank” só poderiam ser usadas por empresas que, de fato, tenham licença para operar como banco — ou seja, que estejam enquadradas nas regras específicas do BC para essa categoria.
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Por que o Nubank entra na mira?
Apesar do nome, o Nubank não é considerado um banco pelo Banco Central do Brasil. Ele atua como uma instituição de pagamento, com regulação própria e autorização para prestar determinados serviços financeiros — mas sem a permissão para operar como um banco tradicional.
Enquanto isso, no México, a empresa já solicitou uma licença bancária, que deve ser aprovada em breve.
Quais seriam as opções do Nubank?
Caso a nova norma entre em vigor, na prática, o Nubank teria duas alternativas:
- Remover o termo “bank” do nome – o primeiro seria a simplificação do nome para apenas “Nu”. A marca é conhecida pela abreviação que remete à ideia de “nudez”, no sentido de transparência e ausência de cobranças escondidas — uma das principais bandeiras da empresa.
- Se tornar, de fato, um banco – a segunda opção seria se adequar aos critérios do Banco Central para ser reconhecido como banco. Isso incluiria, entre outros pontos, a necessidade de abrir agências físicas, o que vai na contramão do modelo 100% digital adotado pela empresa desde a sua fundação.
Rumores sobre o fim do Nubank
A terceira hipótese, amplamente espalhada nas redes em forma de rumor, seria o encerramento das operações do Nubank no Brasil. No entanto, mais uma vez, a empresa precisou vir a público para desmentir a informação e reforçar que não há qualquer intenção de deixar o mercado nacional.
“Seguimos operando normalmente, com uma base sólida de mais de 101 milhões de clientes, e continuamos a crescer no país”, afirmou a empresa, em comunicado oficial.
Relembre a outra fake news sobre o fim do Nubank
Pode-se dizer que os rumores sobre o fim da atuação sobre o fim do Nubank começaram em 2022, em virtude de uma mudança estratégica tomada pela empresa. Naquele ano, o Nubank realizou uma reestruturação em seus BDRs, que são certificados que permitem que investidores brasileiros adquiram ações de empresas estrangeiras na B3. A empresa mudou a categoria desses BDRs de Nível III para Nível I Não Patrocinado.
Essa alteração impactou os investidores, facilitando o acesso às ações do Nubank com menor custo de negociação, mas não afetou os correntistas nem a operação da fintech no país.
No entanto, o anúncio gerou uma interpretação equivocada no mercado, que entendeu a mudança como um indício de que o Nubank estaria se retirando do Brasil. Esse mal-entendido deu origem a boatos que voltaram a circular e ganharam força novamente em 2024, apesar da empresa continuar suas operações normalmente.
A confusão causada pela alteração nos BDRs mostra a importância de analisar com cuidado as estratégias de mercado e evitar conclusões precipitadas que podem gerar desinformação entre investidores e clientes.
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O que diz o Nubank sobre os Boatos
Em 2022, o Nubank já havia divulgado comunicados oficiais negando os boatos infundados que circulavam amplamente nas redes sociais. Desde então, os conteúdos foram sendo atualizados, inclusive recentemente, após a nova proposta apresentada pelo Banco Central.
De modo geral, o Nubank busca reforçar seus resultados no mercado brasileiro como forma de evidenciar sua solidez. A instituição é considerada uma das mais bem capitalizadas da América Latina e apresentou os seguintes números ao fim de 2024:
- Receita de US$ 11,5 bilhões, representando um crescimento de 58% em relação ao ano anterior;
- Mais de 101 milhões de clientes no Brasil, consolidando sua presença no país;
- Reconhecimento como uma das instituições financeiras mais sólidas da região.
“Ainda assim, com toda a solidez de resultados, a gente vira e mexe se depara com posts mentirosos, fake news ou chamadas apelativas que questionam: “o Nubank vai fechar?”, “o Nubank vai falir?”, “O Nubank está falindo?”, “o Nubank vai sair do Brasil?” ou “Banco Nubank faliu?”. A resposta para todas essas perguntas é não”, informou o Nubank.
Por que os boatos continuam circulando
Especialistas do mercado financeiro apontam que a circulação desenfreada de boatos tem muito a ver com a divulgação de informações fora do contexto e a falta de checagem das fontes nas redes sociais.
Mudanças técnicas, como as feitas nos BDRs, costumam ser difíceis de entender para quem não acompanha o setor de perto, o que abre espaço para interpretações erradas que viralizam rapidamente na internet.
Outro argumento é que ainda existem clientes que demonstram insegurança em relação à solidez dessas instituições. Por isso, mesmo notícias infundadas podem gerar apreensão, já que muitas pessoas dependem desses serviços para suas operações financeiras do dia a dia.
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