Casas Bahia e Magazine Luiza: análise de resultados do 4T24
O desempenho das ações de Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) tem chamado a atenção de investidores, com movimentos significativos no mercado e grandes expectativas para os resultados do 4º trimestre de 2024.

O setor de varejo brasileiro segue em constante transformação, com empresas como Casas Bahia e Magazine Luiza, líderes do mercado, apresentando resultados impactantes que merecem atenção. As ações dessas empresas, BHIA3 e MGLU3, têm registrado uma alta expressiva nas últimas semanas, atraindo tanto investidores institucionais quanto pessoas físicas. Essa movimentação no mercado se dá por diversos fatores, incluindo mudanças nas estratégias das empresas e o foco renovado no fortalecimento das operações físicas e digitais.
Desempenho das ações de Casas Bahia e Magazine Luiza
Nos últimos dias, as ações de Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) registraram altas de 93% e 16%, respectivamente. Esse desempenho não está necessariamente vinculado aos resultados financeiros do 4º trimestre, mas sim a fatores como a participação de Rafael Ferri em BHIA3 e o elevado short interest nas ações dessas empresas. A situação tem gerado atenção de investidores e analistas que avaliam a viabilidade dessas operações no contexto atual.
Esse crescimento repentino das ações pode ser explicado pela expectativa de que o 4º trimestre seja um período crucial para as vendas no varejo, especialmente com as vendas de Natal e Black Friday, momentos de grande impulso no setor de consumo.
O que esperar do desempenho operacional de Casas Bahia (BHIA3)?
A XP Investimentos projeta um desempenho misto para o 4º trimestre de 2024 para o Grupo Casas Bahia. Espera-se um crescimento nas lojas físicas de cerca de 9%, acompanhando o desempenho de marketplace, que deve alcançar um aumento de 9,5%. No entanto, o desempenho do estoque próprio (1P) continua a ser um ponto de pressão, com uma previsão de queda de 5% para essa área. A margem bruta deverá se beneficiar de um aumento de 310 bps, enquanto o Ebitda ajustado deverá crescer 540 bps, o que pode indicar uma melhora nas operações internas da empresa.
Entretanto, a expectativa de prejuízo líquido de R$ 305 milhões se mantém devido ao impacto das despesas financeiras mais elevadas, que continuam a afetar negativamente o desempenho financeiro da companhia. A preocupação com a inadimplência e os efeitos da alta da Selic são pontos críticos para a empresa, que deve enfrentar desafios adicionais em 2025.
Previsões para Magazine Luiza (MGLU3) no 4º trimestre
Para a Magazine Luiza (MGLU3), a XP Investimentos também apresenta uma previsão mista. O crescimento esperado no GMV total é de 5%, enquanto as vendas no e-commerce devem apresentar um crescimento mais modesto de 3,5%. As lojas físicas, no entanto, devem ter um desempenho muito mais forte, com crescimento de 9,4% no SSS (same-store sales). Isso reflete a eficácia das estratégias de vendas em loja, que continuam a atrair consumidores, apesar das adversidades econômicas.
O lucro líquido estimado para o 4º trimestre é de R$ 104 milhões, o que representa um pequeno crescimento de 2% em relação ao ano anterior. A Genial Investimentos compartilha uma visão semelhante, com a expectativa de que as lojas físicas impulsionem o crescimento, enquanto o e-commerce ainda enfrenta um cenário desafiador, com um desempenho fraco para o 1P e 3P.
Cenário econômico desafiador e impactos no varejo de alto tíquete
O câmbio elevado e a inflação persistente são fatores externos que continuam a pressionar o poder de compra dos consumidores e o mercado de varejo de bens duráveis. A alta taxa de juros, impactando diretamente o crédito, representa um desafio significativo para empresas como Casas Bahia e Magazine Luiza, que dependem de vendas no varejo com financiamento. O cenário de restrição de crédito e a alta da Selic prejudicam a recuperação do setor e impõem grandes desafios para o ano de 2025.