Larry Page: Conheça a mente por trás do Google
Empresário e cientista da computação, Larry Page é um dos principais responsáveis pelo maior mecanismo de busca da internet; O Google.
Foto: Marcin Mycielski/Wkimedia Commons/CC
Uma das mentes por trás da criação e consolidação do Google, Larry Page é mais um daqueles empreendedores cuja trajetória vale a pena acompanhar de perto.
Fascinado por tecnologia desde cedo, o cientista da computação norte-americano esteve no centro de uma revolução digital que transformou a forma como o mundo acessa informação — e, naturalmente, isso também lhe rendeu alguns bilhões de dólares.
Perfil: Quem é Larry Page?
Larry Page é um empresário e cientista da computação estadunidense, mais conhecido como um dos cofundadores do Google, empresa que revolucionou a forma como o mundo acessa e organiza informações.
Ao lado de Sergey Brin, ele idealizou e desenvolveu o motor de busca que se tornaria a espinha dorsal da internet moderna, transformando profundamente a experiência digital global.
Na mídia, Page é frequentemente retratado como um visionário reservado, mais focado em inovação e avanços tecnológicos do que na exposição pública. Apesar do perfil discreto, sua influência no Vale do Silício e no setor de tecnologia é reconhecidamente inegável, sendo constantemente citado entre os nomes mais importantes da transformação digital.
O grande destaque de sua trajetória está na capacidade de antecipar tendências e apostar em ideias ambiciosas, como a criação da Alphabet, holding que abriga o Google e outros projetos.
Leia também:
Origens de Page: Família, educação e primeiros passos
Lawrence Edward Page nasceu em 1973, na cidade de Saginaw, no estado de Michigan, em meio a um ambiente profundamente influenciado pela tecnologia. Desde cedo, demonstrou interesse por computadores — algo natural para quem cresceu cercado por livros, revistas e conversas sobre ciência e inovação.
Família
Sua família era composta por acadêmicos da área de computação. O pai, Carl Victor Page, foi um dos pioneiros nos estudos de ciência da computação, conquistando um PhD sobre o tema em 1965, quando o campo ainda dava seus primeiros passos. Mais tarde, tornou-se professor na Universidade de Michigan.
A mãe de Larry, Gloria Page, também atuava na área. Ela era instrutora de programação na mesma universidade. Crescer em um ambiente tão intelectual e voltado à tecnologia torna compreensível o interesse precoce de Larry por computadores. Ainda assim, ninguém poderia prever até onde isso o levaria.
Seu irmão, Carl Page, por exemplo, também demonstrava interesse por esses temas desde criança — e mais tarde alcançou destaque ao vender sua startup, a eGroups, para o Yahoo. Mas foi a trajetória do caçula que surpreendeu o mundo, visto que ele acabaria se tornando o nome por trás de uma das maiores criações da era digital.
Formação
Como diz o ditado, “filho de peixe, peixinho é”. Larry Page seguiu os passos de pais acadêmicos e construiu uma sólida formação na área de tecnologia. Graduou-se em Engenharia da Computação pela Universidade de Michigan e, mais tarde, concluiu um mestrado em Ciência da Computação na prestigiada Universidade Stanford.
Durante seu doutorado, um dos aspectos mais marcantes de sua trajetória acadêmica foi a pesquisa que o levou a repensar a forma como a internet era organizada. Page propôs estruturar a web como um grande gráfico, em que as páginas estariam conectadas por meio de links.
Inspirado pelo sistema de citações acadêmicas — em que o valor de um artigo é medido, em parte, pela quantidade de vezes que é citado —, ele teve a ideia de aplicar esse conceito às páginas da internet.
Essa abordagem resultou na criação do projeto BackRub, um sistema de ranqueamento de páginas que mais tarde daria origem ao Google. O que começou como uma pesquisa universitária acabou se transformando em uma das maiores inovações tecnológicas da era digital.
Carreira: Como Larry Page ficou rico?
Essa pergunta pode ser respondida de forma breve — e até um tanto óbvia para a maioria dos leitores. Sem grandes surpresas, o que transformou Larry Page em bilionário foi o crescimento e a consolidação do Google. Mas o ponto é que entender como ele ficou rico é, na verdade, entender como uma ideia se transformou em um verdadeiro colosso da internet.
Como se deve imaginar, a história do Google, assim como a de outras big techs, é repleta de detalhes: etapas marcantes, desafios, altos e baixos. Aqui, no entanto, vamos focar no essencial — os pilares e acontecimentos que impulsionaram Page ao sucesso.
Mas cabe adiantar, para dar a devida magnitude, que Page figura entre os homens mais ricos do planeta há anos.
Atualmente, o ranking da revista de negócios Forbes o posiciona na sétima posição, em termos de fortuna. Atualmente, segundo o ranking da revista Forbes, ele ocupa a sétima posição entre as maiores fortunas do planeta.
Com uma fortuna estimada em US$ 159 bilhões, o cofundador do Google está atrás apenas de nomes que já lideraram a lista, como Elon Musk (SpaceX, Tesla, X), Jeff Bezos (Amazon), Mark Zuckerberg (Meta Platforms) e Bernard Arnault (LVMH).
O ínicio: Page conhece Brin
Ao falar do sucesso profissional de Larry Page, é impossível deixar de lado sua parceria com Sergey Brin — amigo e sócio na criação do Google. Nascido na antiga União Soviética e naturalizado norte-americano, Brin é o outro nome por trás do mecanismo de busca que transformou a internet.
Ambos relatam que se conheceram em uma visita ao campus de Stanford: Brin era o responsável por acompanhar os calouros, enquanto Page visitava a universidade. O que realmente importou, no entanto, veio algum tempo depois — quando Brin se interessou por aquele projeto de pesquisa de Page, que propunha ranquear páginas da web com base na quantidade de links recebidos.
Foi esse interesse em comum que deu origem ao projeto Backrub. A dupla desenvolveu um sistema inovador de classificação de sites, batizado de PageRank, que atribuía uma pontuação às páginas da internet com base no volume e na qualidade dos links que apontavam para elas.
O rastreamento da web teve início em março de 1996, a partir da página pessoal de Larry Page em Stanford. A partir dali, o sistema passou a seguir os links e a indexar os conteúdos acessados. Em agosto do mesmo ano, a primeira versão funcional do que viria a se tornar o Google foi disponibilizada no site da universidade.
Leia também:
Nasce o Google, ou melhor “Googol”, ou melhor “googolplex”
A origem do nome do principal mecanismo de busca da internet é, no mínimo, curiosa. A ideia inicial surgiu durante o doutorado em Stanford, quando um colega sugeriu “googolplex”. O termo acabou sendo considerado longo demais, e foi reduzido para “googol”.
Diz-se que o matemático Edward Kasner pediu ao sobrinho de 8 anos, Milton Sirotta, um nome para um número imensamente grande — o maior que ele conseguisse imaginar. A resposta da criança foi “googol”, termo que Kasner adotou para representar o número 1 seguido de 100 zeros.
O interessante é como “googol” se transformou em “Google”. Foi simplesmente um erro de digitação — mas um erro que agradou Page e Brin. Gostaram tanto da forma como soava que decidiram manter. O domínio foi oficialmente registrado no dia 15 de setembro de 1997, em nome da dupla. Em 4 de setembro de 1998, era fundado, oficialmente, o Google.
O projeto deu tão certo que, anos mais tarde, em 2006, os dicionários Merriam-Webster e Oxford incluíram a nova palavra. Passou-se a descrever o neologismo quase como uma verbo, cujo significado seria procurar informações na internet usando o sistema de busca da empresa.
Crescimento do Google: do plano de venda à dedicação integral

Agora dá para entender melhor a jornada de Larry Page e Sergey Brin rumo ao primeiro bilhão. Após registrar o domínio e formalizar a criação do Google, a ideia inicial da dupla era simples: licenciar a tecnologia de busca para outras empresas ou, quem sabe, vender o projeto inteiro.
Na verdade, os dois estavam mais interessados em seguir com seus estudos do que tocar um negócio. Chegaram a oferecer o sistema a várias empresas do Vale do Silício, incluindo nomes como AOL e Yahoo, pedindo cerca de US$ 1 milhão. Nenhuma negociação prosperou.
Sem encontrar compradores, Page e Brin tomaram uma decisão ousada: abandonar o doutorado em Stanford e se dedicar integralmente ao Google — afinal, já que não conseguiam vender, por que não ver até onde poderiam chegar?
Um empurrão de peso do Vale do Silício
À medida que o Google crescia em popularidade, surgiam dúvidas sobre sua gestão. O projeto ainda não gerava receita, mas o tráfego e o interesse pelo mecanismo de busca aumentavam em ritmo acelerado. Foi nesse contexto que dois dos maiores fundos de investimento do Vale do Silício — a Sequoia Capital e a Kleiner Perkins — decidiram apostar na ideia, investindo US$ 25 milhões.
O aporte veio com um pedido específico: a empresa precisava de um executivo experiente para liderar o negócio. Page, então CEO, teria que abrir mão do comando para que alguém mais maduro assumisse a gestão — um “adulto na sala”, como diz a expressão no meio corpo
A chegada de Eric Schmidt
A exigência gerou resistência. Houve reuniões, recusas e até a sugestão de Steve Jobs como possível líder, ideia que veio do próprio Larry Page. Mas, após meses de discussões, o nome escolhido foi Eric Schmidt, então ex-CEO da Novell.
Em 2001, após quatro anos à frente do Google, Larry Page aceitou deixar o cargo de CEO. A decisão marcou o início de uma nova fase para a empresa — e foi essencial para transformá-la em um gigante da tecnologia, com uma gestão mais estruturada e voltada à expansão global.
IPO do Google: Enfim bilionário
Sob o comando de Schmidt, o pedido de IPO (Oferta Pública Inicial) marcou o momento em que Larry Page e Sergey Brin conquistaram oficialmente o status de bilionários.
Na época, os dois deixaram claro: “o Google não é uma empresa convencional — e não pretende ser”. No primeiro dia de negociações na bolsa, em 16 de agosto de 2004, as ações saltaram de US$ 85 para US$ 100.
Vinte anos depois, em 2024, os cofundadores do Google superaram, pela primeira vez, Bill Gates no ranking dos bilionários globais. Em 2025, enquanto o fundador da Microsoft sequer figura entre os dez mais ricos da Forbes, Page e Brin ocupam, respectivamente, a sexta e a sétima posição.
Leia também: As principais empresas de tecnologia para investir na B3
De Google para Alphabet
Larry Page retornou ao cargo de CEO do Google no início de 2011. Durante esse novo período de liderança, ao lado de Sergey Brin, promoveu uma das mudanças mais marcantes na estrutura da empresa: a criação da Alphabet, uma holding concebida para abrigar o Google e diversas outras subsidiárias e projetos paralelos.
Essa reestruturação foi anunciada em 2015 e refletia a visão de Page de organizar e dar autonomia às diferentes frentes de atuação do grupo. Com a mudança, ele assumiu a liderança da Alphabet, enquanto Sundar Pichai ficou à frente do Google.
Ao longo dos anos, a companhia passou a reunir sob seu guarda-chuva produtos e serviços que hoje fazem parte da rotina de bilhões de pessoas ao redor do mundo — além do sistema Android e do próprio buscador já integrados, veio o YouTube, o navegador Chrome, o Google Maps e o Waze
Em dezembro de 2019, tanto Larry Page quanto Sergey Brin anunciaram seu afastamento dos cargos executivos da Alphabet. Ainda assim, seguiram integrando o conselho da empresa. Desde então, a liderança do grupo permanece nas mãos de Sundar Pichai, repetindo o que já havia ocorrido anteriormente com o Google.
Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: