A Alphabet está de volta ao mercado de dívida europeu com uma nova emissão de títulos avaliada em cerca de €3 bilhões, marcando sua segunda operação na Europa em 2025. A captação faz parte da estratégia da controladora do Google para financiar a expansão de suas operações em inteligência artificial (IA) e infraestrutura de nuvem, pilares centrais do crescimento do grupo nos próximos anos.

A operação, que deve ser precificada ainda nesta semana, reforça o movimento de diversificação das fontes de financiamento da Alphabet, enquanto o mercado observa o aumento expressivo dos gastos da empresa com tecnologia de ponta.

Alphabet títulos Europa: nova emissão reforça foco em expansão tecnológica

Segundo informações de mercado, a emissão será composta por seis tranches de referência denominadas em euros, com prazos variando entre três e 39 anos.
A tranche de menor prazo deve ser oferecida a cerca de 60 pontos-base acima dos mid-swaps, enquanto a de maior vencimento deve alcançar 190 pontos-base, refletindo o perfil de longo prazo do financiamento.

Os recursos captados serão destinados a fins corporativos gerais, com destaque para investimentos em IA generativa, data centers e infraestrutura de nuvem. A empresa mantém rating de crédito Aa2/AA+, indicando forte capacidade financeira e baixo risco de inadimplência — fator que costuma atrair grande demanda entre investidores institucionais.

A Alphabet títulos Europa se insere num contexto de aumento global das emissões de dívida corporativa por grandes empresas de tecnologia. O movimento está diretamente relacionado à necessidade de financiar altos investimentos em infraestrutura digital e poder computacional, essenciais para sustentar o crescimento do mercado de IA.

Retorno ao mercado europeu e diversificação de financiamento

Esta é a segunda vez em 2025 que a Alphabet acessa o mercado europeu de títulos. No início do ano, a empresa realizou sua estreia com uma oferta de €6,75 bilhões, que foi amplamente bem-sucedida e despertou forte interesse entre investidores globais.
A nova operação reforça a estratégia de diversificação da empresa, que busca reduzir a dependência do mercado norte-americano e ampliar sua base de captação em moedas estrangeiras.

De acordo com analistas de mercado, a presença contínua da Alphabet no mercado europeu sinaliza confiança na estabilidade econômica da região e no apetite dos investidores por ativos de tecnologia de alta qualidade.
Além disso, a demanda crescente por papéis da empresa reflete a visão positiva sobre o desempenho financeiro da Alphabet, impulsionado pela expansão acelerada de seus serviços de nuvem e pela integração de ferramentas baseadas em IA generativa.

Corrida da tecnologia por capital para IA

A emissão de títulos da Alphabet na Europa ocorre em um momento em que o setor de tecnologia está em forte movimento de captação de recursos. Na semana passada, a Meta Platforms — dona do Facebook e do Instagram — arrecadou US$ 30 bilhões no maior lançamento de títulos corporativos de 2025 no mercado americano.
Esses financiamentos reforçam uma tendência: as big techs estão buscando sustentar projetos bilionários em inteligência artificial e computação em nuvem, que exigem infraestrutura de altíssimo custo.

A Alphabet, por sua vez, aumentou suas projeções de despesas de capital para o ano, que agora devem variar entre US$ 91 bilhões e US$ 93 bilhões. O valor representa um recorde histórico e reflete o foco da empresa em expandir data centers e aprimorar seus modelos de IA.

No último trimestre, as receitas da Alphabet subiram para US$ 87,5 bilhões, impulsionadas principalmente pelo crescimento de mais de 200% nas vendas de produtos baseados em IA generativa. Esses resultados sustentam a confiança do mercado na capacidade da empresa de converter inovação tecnológica em rentabilidade.

Detalhes da operação e bancos envolvidos

A emissão de títulos da Alphabet na Europa é coordenada por um consórcio de grandes instituições financeiras.
Goldman Sachs, HSBC e JPMorgan atuam como coordenadores globais e agentes de colocação, enquanto BNP Paribas, Crédit Agricole CIB e Deutsche Bank também participam como coordenadores conjuntos.
A precificação final está prevista para ocorrer ainda nesta terça-feira, com expectativa de forte demanda por parte de investidores europeus e internacionais.

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