Índice DXY: conceito, composição e impactos
O índice DXY é um instrumento para entender o comportamento do dólar dos EUA (Estados Unidos) nas transações globais. Ele é um dos índices financeiros que oferece uma visão sobre o quão forte ou fraca a moeda está em relação a outras no mundo. Esse índice é amplamente utilizado pelos investidores e companhias para avaliar […]

O índice DXY é um instrumento para entender o comportamento do dólar dos EUA (Estados Unidos) nas transações globais. Ele é um dos índices financeiros que oferece uma visão sobre o quão forte ou fraca a moeda está em relação a outras no mundo.
Esse índice é amplamente utilizado pelos investidores e companhias para avaliar a saúde da economia americana e para ter parâmetros sobre investimentos, câmbio, commodities, entre outros.
Vale lembrar que o dólar americano é a principal moeda internacional, visto que os EUA estão entre os países mais ricos do mundo e tem um PIB (Produto Interno Bruto) avaliado em US$ 26,95 trilhões em 2023. Então, para saber mais sobre o DXY index, continue a leitura!
O que é o índice DXY?
O Índice DXY, também denominado US Dollar Index, é uma medida do valor do dólar dos EUA, comparado a uma lista de moedas, que são:
- euro;
- dólar canadense;
- coroa sueca;
- libra esterlina;
- franco suíço;
- iene japonês.
Logo, o índice é usado como uma referência e é muito empregado por investidores e traders para saber como a moeda americana está se posicionando no mercado.
Mas quem criou o DXY? O índice foi criado em 1973 pelo Banco Central dos EUA, que em inglês recebe a denominação de Federal Reserve, e é mantido pela ICE (Intercontinental Exchange).
Em 1999, depois da fundação da zona do euro, o índice foi atualizado. Desde 2001, a atribuição do índice passou a servir de comparação entre o dólar e outras moedas de países desenvolvidos.
Para que serve o índice DXY?
O índice DXY serve de parâmetro para investidores principalmente nos mercados de commodities e cambiais, pois nesses casos as oscilações do dólar podem ter uma repercussão significativa.
Dessa forma, o DXY index pode trazer insights que levarão a estratégias e tomada de decisões nas áreas do mercado financeiro que têm como pivô o dólar americano. Portanto, algumas razões para que os investidores acompanhem o DXY index são:
- Análise da força do dólar: pode ser um indicador para tomar decisões de compra ou venda de moedas, bem como para avaliar o impacto potencial nas negociações e investimentos.
- Identificação de tendências: o DXY pode ajudar os investidores a identificar tendências de alta ou de queda no mercado cambial.
- Acompanhamento de eventos econômicos: os investidores podem acompanhar o DXY para entender o impacto de eventos econômicos e políticos.
Porém, apenas analisar o DXY é suficiente? Na verdade, deve-se considerar também outras informações além do índice e utilizar ferramentas de análise técnica e fundamentalista para obter uma visão mais completa do mercado financeiro.
Qual a composição do índice DXY?
O índice DXY tem em sua composição seis moedas e elas não têm o mesmo peso. O euro, por exemplo, domina o DXY index com 57,6% do peso. Em seguida, vem o iene japonês, com 13,6%. Depois, a libra esterlina, com 11,9%.
O próximo da lista é o dólar canadense, com 9,1%, seguido da coroa sueca, com 4,2% e do franco suiço, com 4,2%.
Essas moedas são selecionadas com base em sua importância nas transações comerciais. Vale destacar que o euro tem quase 60% do peso na ponderação. Logo, tem um impacto considerável na análise comparativa com o dólar.
Quais fatores têm influência sobre o índice DXY?
O índice DXY é influenciado por uma série de fatores político-monetários que afetam o valor do dólar dos EUA em relação às outras moedas que o compõem.
Política monetária
As decisões de política monetária do Federal Reserve têm um grande impacto no valor do dólar. Quando o Fed aumenta as taxas de juros, por exemplo, isso tende a atrair mais investidores para a moeda americana e aumentar seu valor em relação às outras moedas. Por conseguinte, isso torna a taxa de câmbio americana mais forte.
Aversão à incerteza nos mercados
Muitas vezes acontece de os países terem problemas com a dívida pública ou dívida externa e se tornam arriscados do ponto de vista dos investimentos.
Inclusive, já aconteceu no Brasil em 1987, quando o país declarou que não pagaria juros de dívida externa. Na Argentina houve também casos semelhantes em 2001 e em 2018. Em 2010, houve a crise da Grécia e em outros países da Europa.
Para você ter uma ideia, após o início da Guerra na Ucrânia, em 2021, houve no ano seguinte a maior valorização do dólar em 20 anos. Quando há incerteza nos mercados, os investidores preferem buscar países mais seguros, como os Estados Unidos.
PIB dos EUA
Os indicadores econômicos dos EUA podem afetar o DXY. O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), por exemplo, é um indicador importante da saúde econômica do país.
Quando o PIB dos EUA está forte, isso em geral, indica uma economia saudável e atrativa para investidores estrangeiros, certo? Como consequência, pode levar a um aumento na demanda pelo dólar americano, o que tende a fortalecer o DXY. No sentido inverso, se o crescimento do PIB for fraco, pode haver uma queda na demanda pelo dólar.
Segundo estimativas do Bureau of Economic Analysis, no terceiro trimestre deste ano o PIB americano superou as previsões e cresceu 4,9% no ano. Isso pode explicar em parte o valor em alta do DYX no período, na comparação com o primeiro e o segundo trimestres do ano.
Sentimento do mercado
O sentimento de mercado refere-se à percepção e opinião dos investidores em relação a determinados ativos ou ao mercado como um todo. É uma medida subjetiva que reflete as expectativas, emoções e confiança dos investidores quanto às condições econômicas, políticas e financeiras.
Ele pode ser influenciado por uma variedade de fatores. Alguns deles são: notícias econômicas, eventos geopolíticos, indicadores econômicos, políticas governamentais e até mesmo o comportamento coletivo dos investidores.
Por exemplo, se os investidores acreditam que determinado ativo vai se valorizar, isso pode aumentar a demanda por aquele ativo. O mesmo vale para o outro lado da moeda. Logo, o sentimento de mercado tem correlação com as finanças comportamentais e pode ter também impactos negativos.
Um exemplo disso foi visto em março de 2020, quando a pandemia da Covid-19 atingiu os mercados financeiros globais. Os investidores ficaram preocupados com a saúde da economia dos EUA e com as políticas do Federal Reserve, o que fez com que o DXY fechasse 2020 com uma perda de 6,83%.
Ao falarmos em sentimento de mercado, vale destacar que no efeito manada os investidores tendem a seguir a multidão e tomar decisões de investimento com base nas ações e opiniões dos outros a partir de determinado evento. Em casos extremos, ele pode levar a bolhas especulativas.
Qual o impacto do índice DXY nos investimentos?
O índice DXY pode ter impacto expressivo sobre investimentos vinculados ao dólar. Esse impacto não se restringe apenas à compra e venda de moedas. Alguns exemplos incluem commodities, títulos do Tesouro americano e ETFs (Exchange Traded Funds).
Commodities
Muitas commodities são precificadas em dólar, como petróleo, ouro e metais. Quando o DXY sobre, o valor dessas commodities em outras moedas tende a cair no curto prazo. Por sua vez, quando o DXY cai, o valor dessas commodities em outras moedas tende a subir.
Títulos do Tesouro dos EUA
Os títulos do Tesouro dos EUA, também conhecidos como Treasuries, são considerados ativos seguros e são referência para investidores em todo o mundo.
Quando o DXY está em alta, em decorrência de uma alta na taxa de juros, por exemplo, os Treasuries podem se tornar mais atraentes para os investidores estrangeiros, ao oferecer retornos mais altos em relação às suas próprias moedas.
É possível investir na renda fixa nos EUA ao usar uma conta internacional a partir de uma corretora, por exemplo, ou por meio de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de ETFs na bolsa brasileira.
ETFs
Um ETF é um tipo de fundo de investimento que é negociado em bolsa de valores, assim como uma ação. Ele rastrea o desempenho de um índice específico, setor, commodity ou moeda.
Assim, é possível investir no DXY a partir de um ETF, por meio do UPP (Invesco DB US Dollar Index Bullish Fund). Ao investir no UUP, você está efetivamente investindo no desempenho do dólar.
Dessa forma, você pode se beneficiar de movimentos de valorização da moeda dos EUA. Porém, como este é um investimento de risco, é bom contar com a ajuda de uma assessoria, como a da InvestSmart, para aumentar o potencial de ganhos e reduzir o risco de perdas.
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Resumindo
O que é o Dollar Index?
O Dollar Index, ou DXY, é um índice que avalia a performance do dólar dos EUA em comparação a uma lista de seis moedas estrangeiras. Há uma ponderação das seguintes moedas: euro (57,6%), iene japonês (13,6%), libra esterlina (11,9%), dólar canadense (9,1%), coroa sueca (4,2%) e franco suíço (3,6%).
Como saber se o dólar está forte ou fraco?
Para saber se o dólar está forte ou fraco, o principal indicador é o DXY, que mede a força do dólar no comparativo com outras moedas. Se o valor do DXY está em alta, isso quer dizer que o dólar está mais forte. Porém, se o valor do DXY está em baixa, quer dizer que o dólar está mais fraco.