A Vale S.A. é uma empresa de mineração brasileira e tem suas ações listadas na bolsa de valores sob o símbolo VALE3. Seu principal foco de atividade envolve a extração e comercialização de minerais, abrangendo metais básicos, carvão, minério de ferro, infraestrutura e diversos outros investimentos.

Quando se trata do mercado de ações brasileiro, as ações VALE3 são amplamente reconhecidas e negociadas.

Neste artigo, vamos abordar todos os aspectos essenciais relacionados às ações VALE3, desde sua história até perspectivas futuras.

Sobre a VALE S.A, emissora da VALE3

Fundada por Getúlio Vargas em 1942 como a Companhia Vale do Rio Doce, a empresa passou por uma mudança em 1997, tornando-se Vale S.A. Inicialmente, seu foco estava na exploração de minerais ferrosos na região do Rio Doce, abastecendo a indústria siderúrgica nacional, especialmente a CSN.

A partir dos anos 60, a Vale expandiu suas operações ao começar a exportar minerais ferrosos para o Japão, resultando em um crescimento exponencial na produção e exportação, tornando-se a maior exportadora do mundo. Durante a década de 1980, continuou a liderar o setor de mineração de minério de ferro.

Em 1997, a empresa foi privatizada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, vendendo sua participação para o Consórcio Brasil, liderado pela Siderúrgica Nacional. A partir de 1968, a Vale ingressou nas bolsas de valores brasileira (B3), americana (Nyse) e de Hong Kong (Euronet). Entre 2000 e 2006, adquiriu várias empresas, tornando-se uma das maiores do mundo.

Em 2010, a Vale efetuou uma fusão no setor de fertilizantes por meio de sua subsidiária Mineração Naque S.A., adquirindo uma planta em Cubatão e 100% do patrimônio da Bunge Participações e Investimentos S.A.

Apesar de liderar a produção global de minério de ferro e diversificar sua produção com cobre, níquel, manganês, carvão e ferroligas, a Vale enfrentou o trágico “Desastre de Mariana” em 2015, que reduziu o valor das ações em 23%. Em 2019, outro escândalo resultou na perda de R$ 72 bilhões de seu valor de mercado, apesar de uma receita líquida de R$ 148,6 bilhões, registrando um prejuízo líquido de R$ 8,6 bilhões.

O que são as ações VALE3?

As ações da Vale são transacionadas na Bolsa de Valores com o código VALE3. O número 3 corresponde às ações ordinárias (ON), que proporcionam aos acionistas o direito de receber dividendos e poder de participar nas decisões em assembleias. 

É relevante mencionar que a empresa ocupa uma posição destacada no Top 5 das quatro maiores mineradoras do Mundo, atrás apenas das empresas BHP Billiton, Rio Tinto e Glencore. Por essa razão, seus títulos são listados em mercados estrangeiros de grande porte, incluindo as bolsas de Nova Iorque, Paris e Madri.

Como investir em ações VALE3?

Para investir em ações da Vale, é necessário seguir alguns passos. Primeiramente, é preciso abrir uma conta em uma corretora de valores confiável. Em seguida, o investidor pode transferir fundos para sua conta e realizar a compra das ações VALE3 por meio da plataforma de negociação da corretora. É fundamental realizar uma análise cuidadosa, considerando o desempenho da empresa, tendências do setor e condições econômicas.

Fatores que afetam o valor das ações VALE3

Investir na Bolsa de Valores sempre envolve riscos, e isso também se aplica às ações da Vale, como a VALE3. É importante entender alguns fatores que podem impactar tanto positiva quanto negativamente o valor dessas ações. Evitar problemas ao comprar ou vender esses papéis requer atenção a:

• Riscos ambientais: Um exemplo marcante disso foi a tragédia em Mariana. O ocorrido resultou em uma queda significativa no valor das ações, indo de R$ 20 em outubro para R$ 9,37 em janeiro de 2016. Além disso, o rompimento da barragem em Brumadinho causou uma queda de 24,5% nas ações da Vale em apenas um dia.

• Variações no preço das commodities: O preço do minério de ferro, um dos principais produtos da Vale, tem um impacto direto no desempenho das ações da empresa. Se o preço do minério cair, isso geralmente leva a uma queda no valor das ações da Vale. Um exemplo notável ocorreu em novembro de 2018, quando a empresa viu suas ações caírem cerca de 20% devido a uma redução no preço do minério.

• Influências do mercado externo: A Vale negocia suas ações no exterior e opera globalmente, então eventos e crises nos países onde essas ações são negociadas podem prejudicar o valor das ações. Isso acontece porque alguns investidores da VALE3 são estrangeiros.
• Portanto, turbulências econômicas em mercados estrangeiros podem levar à desvalorização das ações da Vale.

Em resumo, investir em ações da Vale envolve estar ciente dos riscos associados não apenas à própria empresa, mas também aos fatores externos que podem influenciar seu desempenho. É fundamental fazer uma análise completa e considerar esses fatores antes de tomar decisões de investimento relacionadas à VALE3.

Últimos proventos pagos pelas ações VALE3

Vale como pagadora de dividendos

Em 2022, a mineradora foi consistentemente reconhecida como líder em termos de distribuição de dividendos. conquistando esse título em oito dos 12 meses do ano, que foram maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro.

No entanto, no primeiro trimestre de 2023, a Vale (VALE3) surpreendeu ao realizar o maior corte de dividendos do mundo, resultando em uma redução de cerca de US$ 1,8 bilhão em comparação com o mesmo período em 2022. Além disso, essa decisão fez com que a empresa saísse do ranking das vinte melhores pagadoras de dividendos do mundo, onde já havia ocupado as posições de nono e 15º lugares no ano passado.

Último resultado da VALE3

No primeiro trimestre de 2024, a Vale registrou um lucro líquido atribuído aos acionistas de US$ 1,679 bilhão, o que representa uma queda de 9% em relação ao mesmo período de 2023 e abaixo da expectativa de mercado, que era de US$ 1,83 bilhão.

De acordo com a XP (XPBR31), os resultados da Vale no 1T24 estiveram em linha com as expectativas. O banco atribui o desempenho fraco do período a fatores macroeconômicos adversos, como a queda dos preços do minério de ferro e a valorização do real, que impactaram negativamente os custos. No entanto, ambos os fatores já mostram sinais de melhora no segundo trimestre.

“Com os preços do minério de ferro de volta ao nível de US$ 110-115/t e o dólar subindo para cerca de R$ 5,15, esperamos uma melhora gradual nos resultados nos próximos trimestres”, afirmaram os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano.

Além disso, os analistas acreditam que os atuais preços do minério de ferro possibilitam um valor atrativo para dividendos no segundo semestre de 2024. A assimetria positiva entre as ações da Vale e as commodities oferece uma margem de segurança, reforçando a postura otimista do banco em relação à empresa.

A XP reiterou sua recomendação de ‘compra’ para as ações VALE3, sem, contudo, informar o preço-alvo.

Novo presidente VALE3

A gigante da mineração informou no início do ano que apresentará seu novo presidente até 3 de dezembro, após a aprovação do conselho, que ocorrerá em setembro, com base em uma lista tríplice de candidatos selecionada por uma empresa de consultoria. O novo presidente assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2025. O atual presidente, Eduardo Bartolomeo, apoiará a transição para seu sucessor até 28 de fevereiro e, posteriormente, atuará como consultor da empresa até o final de 2025.

A mudança na liderança da Vale pode ter um impacto significativo nos investimentos. A transição suave, com o apoio contínuo de Bartolomeo, é um sinal positivo para os investidores, pois minimiza a incerteza e garante continuidade nas operações e estratégias da empresa. A escolha do novo presidente, especialmente se bem recebida pelo mercado, pode reforçar a confiança dos investidores, levando a um potencial aumento no valor das ações.

Além disso, um novo líder pode trazer novas perspectivas e estratégias, que podem ser benéficas para a empresa a longo prazo. No entanto, a transição também apresenta riscos, como possíveis mudanças na direção estratégica ou desafios na adaptação do novo presidente, que os investidores devem monitorar de perto.

Perspectivas futuras

O desempenho da Vale em 2024 foi prejudicado principalmente pela queda dos preços do minério de ferro no mercado internacional entre janeiro e março, embora a produção tenha aumentado. A empresa informou que as vendas de minério de ferro e cobre aumentaram em 8,2 milhões de toneladas e 14,1 mil toneladas, respectivamente, em comparação com o ano anterior.

A XP revisou suas estimativas para a Vale, elevando a recomendação para Compra, com um preço-alvo de R$ 82,00 por ação para 2024.

A corretora baseia sua postura positiva em duas premissas: primeiro, com uma média de ~US$ 120/t para os preços do minério de ferro este ano, a Vale deve ser negociada com um dividend yield de ~11%, mesmo após considerar uma provisão extra da Samarco; segundo, o desconto das ações da Vale em relação aos preços das commodities é visto como excessivo, sugerindo espaço para valorização adicional, uma vez que não se espera uma queda significativa nos preços do minério de ferro em 2024, suportada por uma perspectiva restrita de oferta e demanda no curto prazo. Além disso, a Vale está sendo negociada a um múltiplo EV/EBITDA de ~4,2x para 2024, aproximadamente 22% abaixo da média de seus pares globais.

Com os preços do minério de ferro previstos para permanecerem elevados ao longo do ano, impulsionados por uma demanda estável ou ligeiramente crescente de aço na China e uma oferta limitada, a Vale tem uma perspectiva favorável.

“Adicionalmente, a companhia pode oferecer um dividend yield atrativo, mantendo um balanço sólido mesmo após provisões extras. Fatores a serem monitorados incluem o acordo final da Samarco, a sucessão do CEO da Vale, renegociações de concessões ferroviárias, licenciamento de cavidades em Carajás e discussões sobre o aumento de royalties no Brasil.”, afirma a análise XP para ações vale.

Conclusão

Contudo, concluimos que a Vale S.A. é uma das maiores mineradoras do mundo e possui ações amplamente reconhecidas e negociadas na bolsa de valores brasileira, sob o símbolo VALE3. Desde sua fundação em 1942, a empresa passou por significativas transformações, incluindo a privatização em 1997 e a expansão global.

Eventos como os desastres de Mariana e Brumadinho destacam os riscos ambientais que podem impactaram e ainda podem impactar negativamente o valor das ações da empresa. Além disso, a volatilidade dos preços das commodities e influências do mercado externo são fatores críticos a serem considerados.

Para o futuro, a recente transição para um novo presidente, esperada para 1º de janeiro de 2025, e as expectativas de um dividend yield atrativo de ~11% para 2024 são bons para investidores. No entanto, investir em VALE3 exige uma análise criteriosa dos riscos e uma compreensão das complexidades do mercado de mineração. É aconselhável buscar informações atualizadas e consultar um assessor de investimentos profissional para tomar decisões assertivas.