As ações da Vale (VALE3) encerraram a última semana próximas da mínima do ano. Fecharam abaixo dos R$ 50, um patamar que não alcançavam desde abril de 2025. Apesar da empresa ter obtido avanços importantes, como a licença para ampliar sua produção de cobre no Pará. Fatores externos continuam pressionando o preço do minério de ferro. Consequentemente, os papéis da companhia na B3 também são afetados.

Queda das ações da Vale em meio à volatilidade do mercado internacional

Nesta semana, as ações da Vale sofreram uma queda de 4,24%, fechando a R$ 49,92. Esse valor está bem próximo da mínima anual registrada em abril, quando o papel bateu R$ 49,20. Esse movimento ocorre apesar do anúncio positivo feito pela companhia no dia 16 de junho, quando recebeu licença para avançar no projeto de expansão da produção de cobre na região do Pará, um importante passo para diversificação de sua receita.

No entanto, as oscilações negativas no preço internacional do minério de ferro ofuscaram essa notícia e pressionaram o mercado. O minério, que representa cerca de 79% da receita líquida da Vale no primeiro trimestre de 2025, viu seus preços caírem principalmente na Bolsa de Dalian, na China, devido a dúvidas sobre a demanda global e tensões geopolíticas, fatores que impactam diretamente a performance das ações da Vale na B3.

Por que as ações da Vale estão sendo pressionadas?

A Vale atribui a recente volatilidade das suas ações a um conjunto de fatores externos que interferem no mercado global de commodities. A maior consumidora mundial de minério de ferro, a China, enfrenta incertezas econômicas que refletem na demanda pela commodity. Além disso, as tensões no Oriente Médio e os impasses comerciais entre China e Estados Unidos intensificam a instabilidade do mercado.

Na última terça-feira (17), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) chegou a questionar a Vale sobre a forte oscilação dos papéis, que, inicialmente, chegaram a subir 3,26% na segunda-feira (16) e, logo depois, despencaram 4,50% no dia seguinte. Em resposta, a empresa esclareceu que essas variações são comuns, especialmente diante das condições mutáveis do mercado global, sobretudo no setor siderúrgico e na precificação do minério.

Reações do mercado e recomendações para as ações da Vale

Diante desse cenário de instabilidade, os analistas financeiros adotam uma postura cautelosa em relação às ações da Vale. O BTG Pactual e a XP Investimentos mantêm recomendação neutra para o papel, refletindo a incerteza do momento. Já o banco Safra continua recomendando a compra, apesar de ter reduzido seu preço-alvo de R$ 72 para R$ 68 em maio. O Itaú BBA e a Genial também indicam compra, confiando no potencial de recuperação da empresa.

É importante destacar que, mesmo com a recente queda, o preço das ações da Vale vem se sustentando acima dos R$ 50 desde 2020, com oscilações pontuais para baixo, seguidas de recuperações rápidas. Isso sugere que o mercado acompanha de perto os avanços da companhia e os fatores externos que influenciam a precificação do minério.