Vale a pena investir em ações da Tesla (TSLA34)?

Atualmente, a Tesla (TSLA34), seja pelos seus projetos inovadores ou pela personalidade controversa de seu CEO, Elon Musk, é uma gigante amplamente comentada no mercado. A companhia se posiciona na vanguarda da tecnologia de veículos elétricos de alto desempenho, e merece a devida atenção enquanto um possível investimento.

Com mais de 130.000 funcionários, a Tesla projeta, fabrica e vende veículos elétricos, além de sistemas de geração e armazenamento de energia solar.  Neste artigo, o Melhor Investimento explora os principais detalhes sobre a gigante da tecnologia, destacando sua trajetória no mercado, crescimento e o desempenho histórico de suas ações.

História e crescimento da Tesla

Fundada em 2003 pelos engenheiros Martin Eberhard e Marc Tarpenning, a Tesla Motors nasceu com a missão de projetar e produzir em massa um veículo 100% elétrico que combinasse quilometragem e conforto. A título de curiosidade, o nome da empresa homenageia Nikola Tesla, um dos cientistas mais renomados da história, conhecido por suas inovações revolucionárias no campo da eletricidade.

Chegada de Elon Musk

O bilionário sul-africano, Elon Musk, entra na história no ano seguinte a fundação, mediante a um investimento de US$ 3 milhões, o que lhe concedeu a posição de presidente no conselho administrativo. Em setembro de 2009, uma reviravolta judicial concedeu a Elon Musk e outros dois investidores o título de “cofundadores” da Tesla, embora seu envolvimento inicial tenha sido caracterizado, especialmente, pelo aporte de recursos financeiros.

Valorização no mercado

Entre 2019 e 2020, a companhia começa à atingir novos patamares, na medida em que assumiu posições de liderança no mercado nacional e internacional.

• Em outubro de 2019, a Tesla supera a General Motors e se torna a montadora mais valiosa dos EUA.
• Pouco depois, em Janeiro de 2020, a empresa atinge US$ 100 bilhões em valor de mercado, com um aumento de mais de 700% nas ações. O resultado foi que a Tesla se tornou a montadora mais valiosa do mundo.

Marca de US$ 1 trilhão

A ascensão meteórica da Tesla continuou em 2021, quando a empresa ultrapassou a simbólica marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado, entrando para o seleto grupo das gigantes Apple (AAPL; AAPL34) e Microsoft (MSFT; MSFT34). Esse marco foi impulsionado, em parte, por um pedido massivo da locadora de veículos Hertz, que encomendou 100 mil carros elétricos da Tesla.

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Marcos importantes no desenvolvimento da Tesla

Veja alguns dos momentos que catapultaram a Tesla para uma posição de destaque no mercado mundial

1. Tesla Roadster (2008): A Tesla lançou o Roadster em 2008, marcando seu primeiro veículo elétrico de produção em massa. Com uma autonomia impressionante, a empresa arrecadou US$ 60 milhões e investiu cerca de US$ 25 milhões no desenvolvimento desse modelo pioneiro.
2. IPO da Tesla (2010): Em junho de 2010, a Tesla fez sua estreia na Bolsa de Valores norte-americana (Nasdaq), captando US$ 226 milhões e sendo avaliada em cerca de US$ 1,7 bilhão. Desde então, as ações da empresa acumularam uma valorização incrível, superando 6.400%.
3. Lançamento do Model S (2012): Em 2012, a Tesla estabeleceu a meta de produzir 20 mil unidades do Model S. No ano seguinte, em 2013, a empresa vendeu impressionantes 22.477 carros, um aumento significativo em relação aos 3.100 vendidos no ano anterior.
4. Model 3: o Model 3  entra como um dos marcos da Tesla, por ser o modelo mais acessível da montadora, custa cerca de US$ 38 mil. Embora seja mais barato comprar um Tesla hoje do que no início da empresa, a marca ainda mantém seu status de luxo.
5. Entrada no mercado de caminhonetes: o Tesla Cybertruck marcou o ingresso da empresa no competitivo mercado de picapes nos Estados Unidos. As primeiras unidades foram entregues no final do último ano, e vendeu 2.803 unidades em solo norte-americano entre janeiro e março de 2024, conforme dados da JATO Dynamics

Expansão global e produção em massa

Dentre os variados procedimentos que consolidaram a Tesla como uma gigante no cenário global, reside uma estratégia audaciosa: a expansão de fábricas em diferentes continentes,

Papel das Gigafactories

A Gigafactory em Nevada foi o ponto de partida da expansão da Tesla. A partir desse marco, a empresa começou a ampliar sua presença global com novas fábricas estrategicamente posicionadas.

• Gigafactory Shanghai (2020): primeira unidade fora dos Estados Unidos, inaugurada para atender a forte demanda por veículos elétricos na China e na Ásia.
• Gigafactory Berlim (2022): consolidou a presença da Tesla na Europa, iniciando a fabricação de veículos no continente.

Produção e concorrência

Em termos de produção, a empresa chegou a se posicionar como a maior fabricante de veículos elétricos do mundo. Embora tenha sido superada pela chinesa BYD auto no último trimestre de 2023, a Tesla permanece desafiando as expectativas, ao superar a estimativa média dos analistas, entregando 484.507 veículos frente aos 483.173 esperados. 

No mesmo período a BYD vendeu 526.409 carros elétricos, superando a empresa de Musk, no que tange às vendas globais do produto. Contudo, quando o assunto é receita e lucro, a Tesla possui um retrospecto mais robusto que a empresa de automóveis chinesa, em grande parte, devido ao alto preço de seus veículos. 

Principais mercados e distribuição da produção

É seguro afirmar que os Estados Unidos e a China continuam sendo seus maiores mercados atendidos pela Tesla. Para cumprir com essa demanda crescente, a empresa distribui a produção de seus veículos de forma estratégica entre suas fábricas globais: 

A Tesla não informa as vendas trimestrais de veículos separadas por regiões de produção.

Como comprar ações da Tesla (TSLA e TSLA34)?

A gigante da tecnologia é negociada no mercado acionário estrangeiro sob o código TSLA. Investidores internacionais podem encontrar as ações Tesla na Nasdaq (National Association of Securities Dealers Automated Quotations), segunda maior bolsa de valores dos Estados Unidos. 

No mercado brasileiro, é possível investir nos papéis através dos BDRs (Brazilian Depositary Receipt) da Tesla, representados na B3 (bolsa de valores do Brasil) pelo ticker TSLA34. Em suma, trata-se de uma opção para investidores brasileiros que desejam se expor ao desempenho da Tesla, sem sair mercado brasileiro. .

Em outras palavras, o TSLA34 oferece aos investidores brasileiros uma forma indireta de investir na Tesla. Neste ponto, vale notar que o certificado não corresponde diretamente a uma ação da Tesla na mesma proporção.

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Evolução de preços das ações ao longo do tempo

Em novembro de 2011, quando a Tesla ainda engatinhava como uma startup inovadora no mercado de carros elétricos, suas ações modestamente valiam cerca de US$ 5,70. Onze anos depois, em 4 de novembro de 2021, a história era outra: a cotação da empresa disparou para um pico histórico de US$ 409,97, representando um crescimento impressionante de mais de 7.000%.

Essa valorização meteórica, no entanto, não foi uma linha reta. Ao longo da última década, o preço de suas ações apresentou grandes variações, influenciado por diversos fatores, alternando entre períodos de otimismo e pessimismo. Em dezembro de 2024, mesmo em um ano desafiador, a TSLA renovou sua máxima histórica, com o preço de R$ 488,54.

Fatores que influenciam o preço das ações

• Resultados financeiros: os relatórios trimestrais de lucros e receitas da Tesla têm um impacto significativo no preço das ações. Resultados positivos geralmente impulsionam o preço, enquanto resultados abaixo do esperado podem causar quedas.
• Inovação e tecnologia: a Tesla é conhecida por sua liderança no setor veículos elétricos e tecnologia autônoma. Nesse mercado, anúncios de novos produtos, avanços tecnológicos ou parcerias estratégicas afetam o preço das ações.
• Concorrência: a concorrência de outras montadoras de veículos elétricos podem afetar o preço das ações. 
• Condições macroeconômicas: fatores como taxas de juros, inflação e crescimento econômico global influenciam todo o mercado de ações, incluindo a Tesla.

TSLA34: Acompanhe os preços do ativo em tempo real

A Tesla paga dividendos?

Até então, a Tesla (TSLA34) não distribui proventos aos seus acionistas, e não há previsões de que isso ocorrerá em um futuro breve. Em vez disso, a empresa opta por reinvestir seus lucros em pesquisa e desenvolvimento, expansão da produção e outras iniciativas de crescimento. 

Essa estratégia é comum em empresas em fase de alto crescimento, pois permite que a empresa aloque capital para financiar seu futuro a longo prazo, em vez de distribuí-lo aos acionistas como dividendos. 

Em suma, pode-se afirmar que a principal prioridade da Tesla é continuar crescendo e inovando. Reinvestir os lucros permite que a empresa desenvolva novos produtos e tecnologias, expanda sua capacidade de produção e entre em novos mercados.

• Leia também: BDRs pagam dividendos? Saiba como funciona seu rendimento

Impacto ambiental das operações da Tesla

A Tesla é amplamente comentada por sua abordagem sustentável e inovação no setor automobilístico. Afinal, veículos elétricos e os produtos energéticos sustentáveis têm um impacto ambiental bastante melhor do que as alternativas aos combustíveis fósseis.

Em geral, a empresa é usualmente descrita como uma referência em ações voltadas para a sustentabilidade. Além de estar entre as principais fabricantes de carros elétricos do mundo, a Tesla também investe na produção e armazenamento de energia renovável, especialmente solar, em escala global.

Em seu site, a empresa coloca em evidência a marca de “20 milhões de toneladas métricas de CO₂ evitadas”. O plano diretor da Tesla é um manifesto que visa nada menos que a descarbonização completa do sistema energético global.

“Na prossecução da nossa missão de acelerar a transição do mundo para a energia sustentável, construímos produtos concebidos para substituir alguns dos maiores poluidores do planeta. Cada produto que vendemos ajuda os proprietários a reduzir as emissões”, destaca a Tesla em sua página oficial.

Vale comprar ações Tesla hoje?

A Tesla (TSLA; TSLA34) se consolidou como uma das principais empresas no mercado de veículos elétricos, inovando em tecnologia e design. Este fator já coloca a empresa de Musk como um ativo interessante. Mas como em qualquer escolha de investimentos, a compra ou não dos papéis depende de um estudo individualizado.

Antes de tomar qualquer decisão, é essencial conduzir uma pesquisa aprofundada. Isso inclui analisar diversos aspectos, como tendências de crescimento, resultados financeiros, além de avaliações especializadas do mercado e da própria empresa.

Mas, sobretudo, Lembre-se:

• A decisão de investir é individual: baseie-se em seus objetivos financeiros, perfil de risco e conhecimento do mercado. Não siga cegamente a opinião de terceiros.
• Diversifique seus investimentos: não coloque todos os seus ovos em uma única cesta. Distribua seu capital por diferentes empresas e setores para reduzir o risco.
• Busque orientação profissional: um consultor financeiro experiente pode te auxiliar na análise de investimentos e na construção de um portfólio adequado ao seu perfil.

Nota! Cabe reforçar que este artigo possui um caráter meramente informativo, logo, não recomenda tampouco desaconselha o investimento nas ações ou BDRs da Tesla, ou de qualquer outra empresa.

O que esperar da Tesla em 2025?

A Tesla enfrenta um ano desafiador em 2025, com crescimento mais lento e foco crescente em inteligência artificial (IA), conforme aponta análise do TradingView. A projeção é de 2,07 milhões de veículos vendidos, um avanço de 16%, mas abaixo da meta de 20-30% de Elon Musk.

O site especializado enfatiza que a desaceleração é influenciada, em parte, por fatores políticos ligados ao novo governo de Donald Trump, como a possível revogação do crédito fiscal de US$ 7.500 nos EUA. Mas também lança luz sob a concorrência crescente na Europa e China. Na China, segundo maior mercado da Tesla, as tensões geopolíticas e políticas comerciais agressivas adicionam incertezas à posição da empresa.

Apesar disso, a Tesla aposta em robôs-táxis autônomos e no robô humanóide para diversificar receitas. No portfólio, o Cybertruck ainda não deslanchou e um novo Model Y está previsto. Há especulações sobre um modelo acessível, o “Modelo 2.5”, que pode impulsionar as vendas no segundo semestre.

Em suma, a análise especializada vê 2025 como um ano de transição para a Tesla, com desafios no mercado de elétricos e oportunidades na IA.

Dúvidas frequentes

Como investir na Tesla?

No mercado acionário nacional, é possível investir na Tesla por meio de BDRs (Brazilian Depositary Receipts), negociados na B3 sob o ticker TSLA34. Para tal, basta possuir uma conta em uma corretora brasileira. Já para investir diretamente nas ações da empresa (TSLA) na Nasdaq, é necessário abrir uma conta internacional.

Quanto a Tesla paga de dividendos?

Como foi dito anteriormente, no momento, a Tesla não paga dividendos aos seus acionistas. Assim como outras empresas voltadas para a tecnologia em fase de alto crescimento, a companhia prioriza o reinvestimento dos seus lucros. Em suma, o foco é direcionar o capital para pesquisas, estratégias de expansão, inovação e outros tipos de investimento.

Quantas ações o Elon Musk tem da Tesla?

O bilionário sul-africano é detentor de 12% das ações da empresa, sendo o maior acionista da Tesla. Do montante, avaliado em US$ 97,8 bilhões (R$ 554,826 bilhões), uma parte significativa foi dada como garantia para empréstimos pessoais de até US$ 3,5 bilhões, conforme informações divulgadas pela Forbes em 2025.

Quem são os maiores acionistas da Tesla?

Musk não o único grande investidor da Tesla, muito embora seja o maior. Além dele, grandes gestoras de ativos investem recursos expressivos na gigante dos veículos elétricos. No fechamento de 2024, o Vanguard Group detinha 7,56% de todos os papéis, enquanto a Blackrock Inc. e a State Street, respondiam por 6,29% e 3,49%, respectivamente.

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