Você já parou para pensar por que o iFood ainda se chama “iFood” se hoje em dia ele entrega de tudo, e não apenas comida? De produtos de farmácia a ração para pet, passando por itens de mercado e bebidas, o aplicativo deixou de ser apenas uma plataforma de entrega de refeições. Mas, será que essa mudança de perfil é suficiente para justificar uma mudança de nome?

A dúvida ganhou destaque nacional após uma ação de marketing ousada que escalou nomes polêmicos como Luana Piovani, Craque Neto, Márcia Sensitiva, Karol Conká, Diva Depressão, Sonia Abrão e Tati Quebra Barraco. O objetivo? Gerar debate público em torno do posicionamento da marca e levantar uma pergunta provocativa: “Se o iFood entrega de tudo, por que ainda se chama iFood?”. Essa é apenas a ponta do iceberg de uma das campanhas mais audaciosas da empresa.

Neste artigo, vamos conhecer a história do iFood, seus números impressionantes, áreas de atuação e, claro, o que está por trás dessa possível mudança de nome.

Ficha técnica da empresa iFood

Antes de mergulharmos na trajetória e polêmicas da marca, é importante conhecer alguns dados técnicos sobre o iFood, desde sua fundação até a estrutura corporativa atual.

InformaçõesDetalhes
SetorDelivery e tecnologia
Ano de fundação2011
ControladoraMovile (Grupo Naspers/Prosus)
CEOFabricio Bloisi
SedeOsasco, São Paulo
Restaurantes cadastrados+200 mil
Entregadores ativos+160 mil
Pedidos por mês (Brasil)+60 milhões
Área de atuaçãoBrasil e Colômbia
Avaliação de mercado (estimada)US$ 5 bilhões

Como surgiu o iFood

Fundado em 2011, o iFood nasceu como uma startup voltada para facilitar pedidos de comida por meio da internet. Em um tempo em que os serviços digitais ainda estavam engatinhando no Brasil, a proposta parecia simples: conectar clientes a restaurantes de forma rápida e eficiente.

O sucesso foi tão grande que, em poucos anos, a plataforma se consolidou como líder absoluta do segmento de delivery de alimentos. Ao longo do tempo, o iFood foi incorporando novas funcionalidades e investindo pesadamente em logística, tecnologia e inteligência artificial para otimizar entregas e oferecer novas categorias de produtos.

Principais áreas de atuação e segmentos

Com o passar dos anos, o iFood deixou de ser apenas um aplicativo de entrega de refeições. Hoje, a empresa atua em diversos segmentos, ampliando sua presença no dia a dia do consumidor.

Delivery de alimentos

Essa ainda é a principal associação que os usuários fazem com o iFood. A empresa concentra uma vasta rede de mais de 200 mil restaurantes cadastrados no Brasil, abrangendo desde grandes redes até pequenos comércios locais. O aplicativo oferece filtros de busca por tipo de cozinha, tempo de entrega e promoções.

Mercado e farmácia

Nos últimos anos, o iFood ampliou consideravelmente sua atuação. Agora, é possível receber em casa itens de supermercado, bebidas, produtos de higiene e medicamentos. Essa diversificação foi acelerada durante a pandemia, quando a conveniência se tornou prioridade para milhões de consumidores.

Benefícios corporativos

O iFood também oferece soluções para empresas, com foco em vale-refeição e vale-alimentação digital, além de planos de alimentação voltados a colaboradores. Isso insere a empresa em mais uma frente de atuação estratégica.

Tecnologia e logística

Mais do que um simples app de delivery, o iFood se posiciona hoje como uma empresa de tecnologia. Seu ecossistema envolve sistemas logísticos inteligentes, algoritmos de roteirização, soluções de pagamento digital e até iniciativas voltadas para a mobilidade elétrica e redução de carbono.

Veja também: iFood expande sua presença no varejo com vertical Mercado

Como funciona o iFood

O funcionamento do iFood envolve diversos públicos: usuários, restaurantes parceiros e entregadores. O app é intuitivo, mas por trás da interface há uma estrutura robusta e complexa.

iFood para entregadores

O iFood conta com mais de 160 mil entregadores ativos em seu sistema. Esses profissionais utilizam bicicletas, motos e carros para fazer as entregas e têm acesso a funcionalidades como repasses semanais, monitoramento de rotas, suporte e programas de incentivo. A empresa também lançou o programa iFood Pedal, voltado para entregadores que utilizam bicicletas elétricas compartilhadas.

Cupons de desconto

Uma das estratégias mais populares entre os usuários é o uso de cupons promocionais. O app oferece descontos progressivos, cupons para primeira compra, frete grátis em determinados horários e até benefícios exclusivos para assinantes do programa iFood Plus.

Principais críticas do serviço iFood

Mesmo com todo o sucesso, o iFood não escapa das críticas. Algumas das mais recorrentes são:

  • Taxas altas para restaurantes, especialmente pequenos estabelecimentos, que muitas vezes enfrentam dificuldades para manter a margem de lucro.
  • Baixa remuneração para entregadores, embora a empresa argumente que oferece condições justas dentro do mercado de delivery.
  • Problemas com atrasos nas entregas e suporte ao cliente, relatados por consumidores em diversas cidades.
  • Falta de transparência em alterações de preços durante eventos de alta demanda.

Esses pontos têm alimentado debates sobre a regulamentação dos aplicativos de entrega e a necessidade de uma relação mais equilibrada entre plataforma, restaurantes e entregadores.

iFood está listada na B3?

Apesar de seu tamanho e relevância, o iFood ainda não possui ações negociadas na B3, a Bolsa de Valores brasileira. A empresa pertence ao grupo Movile, controlado pela multinacional sul-africana Naspers (via Prosus), que também investe em empresas como Tencent e OLX.

Já houve rumores sobre um possível IPO (Oferta Pública Inicial), especialmente em 2021, quando o setor de tecnologia vivia um boom. No entanto, com a virada do mercado e o aumento da taxa de juros global, esses planos foram suspensos.

Se futuramente o iFood abrir capital, será uma das ofertas mais aguardadas da bolsa brasileira.

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Polêmicas de mudança de nome iFood

O iFood está mesmo pensando em mudar de nome? A resposta é: não oficialmente. Mas a dúvida se tornou inevitável após o lançamento da campanha “iFood é tudo pra mim”, criada pela agência DM9. A ação digital aposta na provocação para mostrar que o app entrega muito mais do que comida.

Para isso, a campanha convocou nomes conhecidos por seus comentários incisivos e, às vezes, polêmicos: Luana Piovani, Craque Neto, Márcia Sensitiva, Karol Conká, Diva Depressão, Sonia Abrão e Tati Quebra Barraco. Cada um, à sua maneira, entrou no jogo para levantar uma questão: “Se o iFood entrega de tudo, por que continua com esse nome?”

Uma provocação de marketing bem planejada

A ideia por trás da campanha não é apenas engraçada. Trata-se de um reposicionamento de marca estratégico, que visa reforçar o novo papel do iFood como uma plataforma multicategorias de conveniência.

Segundo Daniela Lima, Diretora de Conteúdo Executiva da DM9:

“Quando pensamos nessa segunda fase, a ideia era justamente provocar uma conversa de verdade, com irreverência e aquele tempero brasileiro que a gente adora: a polêmica. O nome iFood virou o centro do debate porque é uma contradição divertida.”

Além disso, criadores de conteúdo foram às ruas perguntar para o público o que achavam da ideia. A ação, intitulada “O Brasil quer saber”, reforça o espírito provocativo da campanha.

O iFood vai mudar de nome mesmo?

Apesar de toda a movimentação digital, não há confirmação oficial de que o iFood mudará de nome. A campanha tem como objetivo gerar curiosidade, engajamento e visibilidade para uma marca que está se reinventando.

A empresa, que começou focada em delivery de refeições, agora atua como um ecossistema de conveniência, capaz de entregar desde pizza e sushi até fraldas, shampoo e cerveja gelada. E isso muda tudo, menos o nome, por enquanto.

O importante é que, com ou sem rebranding, o iFood se posiciona hoje como referência no setor de tecnologia aplicada à conveniência, transformando o modo como os brasileiros consomem produtos do dia a dia.

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Carolina Gandra

Jornalista do portal Melhor Investimento, especializada em criptomoedas, ações, tecnologia, mercado internacional e tendências financeiras. Transforma temas complexos como blockchain, inteligência artificial e estratégias de mercado em conteúdos acessíveis e envolventes. Com análises atuais e visão estratégica, ajuda leitores a decifrar o futuro dos investimentos e identificar oportunidades no mercado financeiro.