A notícia da falência da Thrifty Ice Cream, uma das redes de sorvetes mais tradicionais dos Estados Unidos, repercutiu em todo o mundo. Com mais de oito décadas de mercado, a marca atravessa um momento de ruptura após sua controladora, a farmácia Rite Aid, pedir concordata e anunciar o fechamento de centenas de lojas. Como a maior parte das vendas dos sorvetes acontecia dentro dessas unidades, o impacto sobre a Thrifty foi imediato.

Mesmo assim, o caso chamou a atenção de especialistas e investidores. Embora a controladora tenha quebrado, a marca de sorvetes permaneceu valiosa.

O nome Thrifty foi colocado à venda e rapidamente despertou o interesse de compradores. Esse movimento abre espaço para uma possível retomada da marca sob nova gestão e cria oportunidades de aprendizado para o investidor brasileiro. Saiba mais no Melhor Investimento!

Thrifty Ice Cream: 85 anos de história

Fundada em 1940, a Thrifty Ice Cream se tornou um nome de peso no setor de sorvetes nos Estados Unidos. A marca começou com uma proposta simples: oferecer produtos de qualidade a um preço acessível.

Esse posicionamento conquistou o público e transformou o tradicional “scoop quadrado” em um símbolo afetivo para milhões de consumidores.

Entre os pontos que ajudaram a construir a reputação da marca estão:

• Receitas tradicionais;
• Sabores que atravessaram gerações;
• Preço justo;
• Forte presença no varejo físico;
• Associação emocional com a experiência de comprar sorvete na farmácia.

Mesmo com mudanças de mercado e a entrada de grandes concorrentes, a Thrifty manteve uma base de consumidores fiéis. Foi essa força construída ao longo de décadas que chamou a atenção de investidores mesmo em um cenário de falência da controladora.

A relação da Thrifty Ice Cream com a farmácia Rite Aid

A Thrifty e a farmácia Rite Aid têm uma história totalmente conectada. Nos anos 1990, a Rite Aid comprou a marca de sorvetes e passou a controlar sua produção, distribuição e venda. Dessa forma, a Thrifty se tornou um dos maiores diferenciais competitivos da rede de farmácias.

Para muitos consumidores, comprar um sorvete da Thrifty era sinônimo de passar na Rite Aid. A estratégia funcionou por muitos anos e ajudou a atrair fluxo para as lojas. Entretanto, essa dependência de um único canal de vendas também criou fragilidade.

Com o acúmulo de dívidas, processos judiciais e erros de gestão, a Rite Aid entrou em declínio. A empresa pediu falência e anunciou o fechamento de 500 unidades. Isso afetou diretamente a distribuição dos sorvetes, não porque a Thrifty tivesse perdido relevância, mas por conta do colapso da controladora.

Esse cenário abriu espaço para uma discussão importante no mercado: quando uma empresa-mãe quebra, nem sempre seus ativos perdem valor. Em muitos casos, uma marca forte pode ser resgatada por novos investidores.

Estratégia de aquisição e perspectivas para a Thrifty

Com a falência da Rite Aid, a Thrifty Ice Cream foi colocada à venda. A resposta do mercado foi imediata. Investidores especializados em revitalizar marcas tradicionais passaram a demonstrar interesse, assim como grupos ligados à indústria alimentícia e fundos focados em marcas nostálgicas.

Quem são os compradores da Thrifty Ice Cream

O processo atraiu empresas que atuam na recuperação de negócios consolidados, especialmente aquelas que enxergam potencial emocional como um diferencial estratégico.

Embora alguns nomes não tenham sido oficialmente divulgados, é sabido que holdings especializadas em reerguer marcas icônicas estão entre os principais interessados.

Esse tipo de operação é comum nos Estados Unidos. Marcas como Toys “R” Us e RadioShack já passaram por reestruturações semelhantes sob comando de grupos que utilizam o poder da nostalgia para reconstruir presença de mercado.

No caso da Thrifty, o interesse se baseia em três fatores principais: reconhecimento nacional, fidelidade do consumidor e potencial de expansão para novos canais.

Planos anunciados para reviver a marca

Os investidores que demonstraram interesse no negócio já sinalizaram que pretendem:

• Manter os sabores clássicos;
• Modernizar as operações de produção;
• Ampliar a distribuição para supermercados, lojas independentes e novos pontos de venda;
• Desenvolver campanhas com apelo nostálgico;
• Explorar canais digitais e e-commerce;
• Criar lojas próprias;
• Diversificar a linha de produtos.

Esses movimentos podem tornar a Thrifty ainda mais forte do que antes, especialmente agora que a marca não está mais atrelada à crise da controladora.

Riscos e oportunidades na reestruturação da marca

Como qualquer operação de reestruturação, existem riscos, como:

• Alto custo de reorganização logística;
• Necessidade de reposicionamento da marca sem perder sua identidade;
• Concorrência acirrada no segmento de sorvetes.

Por outro lado, as oportunidades se destacam:

• Marca histórica com forte apelo emocional;
• Mercado global em expansão;
• Possibilidade de licenciamento de produtos;
• Abertura para novos formatos de venda;
• Potencial de internacionalização.

A combinação entre nostalgia, estratégia e demanda crescente cria um ambiente favorável para o ressurgimento da marca.

O mercado global de sorvetes e sua relevância para investidores

O setor global de sorvetes vive um momento positivo. Segundo um relatório da Grand View Research, o mercado global de sorvetes deve alcançar cerca de US$ 147,74 bilhões até 2030.

O crescimento é impulsionado por fatores como aumento do consumo em países emergentes, produtos premium e gourmet, crescimento do delivery, novas experiências e sabores inovadores e busca por alternativas saudáveis e artesanais.

Para o investidor, esse é um setor atrativo porque apresenta características como resiliência, forte apelo emocional e margens interessantes. Marcas tradicionais tendem a sobreviver a crises e a se reinventar com facilidade quando resgatadas por novos gestores.

Panorama do mercado de sorvetes no Brasil

O Brasil se destaca como um dos maiores mercados de sorvetes da América Latina. O setor cresce tanto entre grandes indústrias quanto em pequenos negócios artesanais.

Entre as principais tendências estão:

• Consumo ampliado mesmo nos meses frios;
• Expansão de gelaterias premium;
• Aumento de produtos veganos e saudáveis;
• Crescimento de franquias especializadas;
• Diversificação de sabores e experiências gastronômicas.

Além disso, marcas brasileiras vêm aumentando sua presença em cidades pequenas e médias, ampliando o alcance do setor e reduzindo a dependência da sazonalidade.

O que a falência da Thrifty Ice Cream impacta no mercado local

Embora a Thrifty não opere no Brasil, sua falência gera reflexões importantes para investidores e empresários brasileiros:

• Marcas fortes podem sobreviver à queda da controladora;
• Diversificação de canais é essencial para evitar dependência;
• Processos de falência podem abrir oportunidades para comprar ativos valiosos;
• O consumidor valoriza tradição e história.

Esse caso também mostra que o mercado de sorvetes continua relevante e lucrativo, mesmo diante de grandes transformações.

Como o investidor brasileiro pode se posicionar frente a esse tipo de operação

O caso Thrifty oferece lições práticas para quem investe no Brasil. A primeira delas é a importância de valorizar marcas tradicionais, já que empresas com história e forte conexão emocional com o consumidor tendem a apresentar boas chances de recuperação mesmo em cenários adversos.

Outra lição envolve a atenção a processos de reestruturação, pois quando uma empresa entra em falência, seus ativos podem ser vendidos por valores inferiores ao real, o que abre espaço para oportunidades interessantes.

Também é fundamental avaliar a diversificação dos canais de venda, considerando que a forte dependência da Thrifty em relação à Rite Aid acabou agravando seus problemas.

Além disso, observar ETFs e fundos globais de consumo pode ser uma forma eficiente de capturar movimentos de recuperação de marcas no exterior.

O investidor brasileiro também deve explorar o potencial das franquias nacionais de sorvetes, já que o mercado segue aquecido e gelaterias premium continuam crescendo.

Por fim, acompanhar de perto operações de fusões e aquisições no setor de consumo pode ajudar a identificar tendências e antecipar oportunidades que surgem nesses movimentos estratégicos.

Como fica o mercado daqui para frente

A falência da Rite Aid não decretou o fim da Thrifty Ice Cream. Pelo contrário, o caso mostrou que marcas tradicionais podem sobreviver mesmo em cenários extremos, desde que tenham valor emocional e histórico para o consumidor.

A Thrifty se tornou um exemplo de como ativos de marca fortes podem renascer sob nova gestão e se fortalecer a partir de estratégias mais modernas e diversificadas.

O mercado de sorvetes, tanto global quanto nacional, segue relevante e cheio de potencial, especialmente para quem enxerga além das dificuldades e identifica valor onde muitos veem apenas risco.

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Carolina Gandra

Jornalista do portal Melhor Investimento, especializada em criptomoedas, ações, tecnologia, mercado internacional e tendências financeiras. Transforma temas complexos como blockchain, inteligência artificial e estratégias de mercado em conteúdos acessíveis e envolventes. Com análises atuais e visão estratégica, ajuda leitores a decifrar o futuro dos investimentos e identificar oportunidades no mercado financeiro.