A maior rede de franquias de fast-food do mundo está prestes a desembarcar no Brasil. Se você nunca ouviu falar da Mixue Ice Cream & Tea, prepare-se para ver esse nome com mais frequência nos próximos meses. A empresa chinesa já superou gigantes como McDonald’s e Starbucks em número de lojas e agora quer repetir o sucesso por aqui.

Com um investimento estimado em 3,2 bilhões de reais e a previsão de criar até 25 mil empregos, a Mixue chega com grandes planos e uma proposta que mistura produtos acessíveis, visual jovem e expansão agressiva. Mas afinal, quem é essa marca que promete agitar o mercado brasileiro? O Melhor Investimento responde!

O que é a Mixue Ice Cream & Tea?

A Mixue é uma marca chinesa de fast-food especializada em sorvetes e bebidas geladas, como bubble tea, smoothies e chás com frutas. Ela foi fundada em 1997 por Zhang Hongchao, um jovem universitário da cidade de Zhengzhou, na China. Na época, Zhang abriu uma pequena loja vendendo sorvetes caseiros e percebeu que havia uma grande demanda por produtos gelados e baratos, especialmente entre estudantes.

Com o tempo, a pequena sorveteria foi se expandindo e hoje a Mixue é um verdadeiro fenômeno global. São mais de 45 mil lojas espalhadas pelo mundo, especialmente em países asiáticos, e a expectativa é de que esse número cresça ainda mais com a entrada em novos mercados, como o brasileiro.

O nome “Mixue” pode ser traduzido livremente como “Castelo de Gelo da Neve Doce”, refletindo o foco da marca em sobremesas geladas. Seu simpático mascote, um boneco de neve com coroa, já se tornou um ícone pop em países como China, Vietnã e Indonésia.

O segredo do sucesso: preços extremamente baixos

Um dos principais motivos que explicam o crescimento acelerado da Mixue é a política de preços acessíveis. Em muitos países da Ásia, é possível comprar um sorvete por cerca de R$ 1 e bebidas elaboradas por menos de R$ 5. Esse modelo conquistou um público enorme entre jovens e estudantes, que buscam produtos saborosos sem pesar no bolso.

Além disso, a marca se destaca por manter a qualidade mesmo com preços baixos. Os produtos são padronizados, visualmente atrativos e servidos em embalagens modernas, o que contribui para a experiência do consumidor.

Outro fator que chama atenção é o marketing inteligente. A empresa aposta em redes sociais, vídeos curtos e campanhas virais para atrair os consumidores mais jovens. O resultado disso é uma marca forte, popular e presente no dia a dia de milhões de pessoas.

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Modelo de negócios baseado em franquias

A Mixue funciona quase que inteiramente no modelo de franquias. Isso quer dizer que a maioria das lojas é operada por empreendedores locais, com apoio da matriz. O sistema é altamente padronizado e eficiente. A empresa centraliza toda a cadeia de suprimentos, produz os próprios ingredientes e vende aos franqueados, o que permite manter os preços baixos e garantir a mesma qualidade em todas as unidades.

Esse modelo também torna o negócio mais atrativo para quem deseja investir. O custo de abrir uma unidade é relativamente baixo, e o retorno costuma vir em poucos meses, segundo relatos de franqueados em países da Ásia.

Além disso, a empresa lucra não apenas com taxas de franquia, mas também com a venda de ingredientes e maquinário exclusivo, o que mantém a operação lucrativa para todos os envolvidos.

A maior rede de fast-food do mundo

Pode parecer exagero, mas a Mixue realmente superou nomes consagrados como McDonald’s e Starbucks em número de unidades. Enquanto o McDonald’s tem pouco mais de 41 mil restaurantes no mundo, a Mixue já ultrapassou a marca de 45 mil lojas.

Essa expansão impressionante não significa que a empresa fatura mais que as gigantes americanas. O ticket médio é menor, e o foco está na quantidade e no volume de vendas. Ainda assim, o modelo enxuto, a alta rotatividade de produtos e os custos operacionais reduzidos tornam a Mixue extremamente rentável.

Vale lembrar que essa escalada aconteceu em pouco mais de 25 anos, enquanto outras marcas levaram muito mais tempo para alcançar uma presença global.

Expansão internacional e chegada ao Brasil

Nos últimos anos, a Mixue expandiu fortemente sua atuação fora da China. Países como Vietnã, Indonésia, Tailândia, Malásia, Coreia do Sul e até Japão já têm unidades em funcionamento. A empresa utiliza uma fórmula que vem dando certo: entender o comportamento local do consumidor, adaptar o cardápio quando necessário e manter o apelo de custo-benefício.

Agora, o Brasil entra no radar da Mixue. A expectativa é de que as primeiras lojas sejam abertas em grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. A marca pretende investir cerca de 3,2 bilhões de reais na operação nacional, montando centros de distribuição e estrutura própria para dar suporte às franquias.

Segundo fontes do mercado, o objetivo é ter centenas de lojas no país nos próximos anos. Isso deve gerar até 25 mil empregos, entre diretos e indiretos, movimentando desde a logística até o varejo e o marketing local.

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Por que o Brasil?

O Brasil representa uma oportunidade estratégica para a Mixue por diversos motivos. Primeiro, há uma população grande, jovem e com gosto por sobremesas geladas. O clima tropical favorece o consumo de sorvetes e bebidas frias durante boa parte do ano.

Além disso, o país tem forte presença de centros urbanos e uma cultura de alimentação fora de casa bastante consolidada. Isso cria um ambiente propício para o sucesso de redes de fast-food que oferecem conveniência, preço justo e produtos atrativos.

Outro ponto importante é a lacuna de mercado no segmento de bubble tea. Apesar de já existirem algumas marcas atuando por aqui, o consumo ainda é tímido. A Mixue pode ser a responsável por popularizar de vez essa tendência no Brasil.

Como será a operação no Brasil?

A operação brasileira da Mixue será gerida por uma subsidiária local, com estrutura própria para importação, logística e suporte a franqueados. Alguns ingredientes serão fabricados no Brasil, enquanto outros, mais específicos, devem ser importados da Ásia.

As lojas terão visual moderno, atendimento rápido e cardápio adaptado ao gosto do brasileiro. Há expectativa de incluir sabores com frutas típicas da região, como açaí, cupuaçu, maracujá e até tapioca. Tudo isso mantendo os preços acessíveis, uma das marcas registradas da empresa.

O plano inicial é focar em pontos de grande circulação, como shoppings, estações de metrô e áreas universitárias, onde o público jovem está mais presente.

Competição com McDonald’s e Starbucks

A chegada da Mixue deve mexer com a concorrência. Redes como McDonald’s, Starbucks, Bob’s e Giraffas devem prestar atenção ao avanço da marca chinesa, especialmente pelo fator preço.

Enquanto um café gelado na Starbucks custa cerca de R$ 15, a Mixue pretende vender bebidas semelhantes por valores entre R$ 5 e R$ 8. Essa diferença é significativa, especialmente para o consumidor jovem, que está mais sensível a preços.

Mesmo que os públicos-alvo não sejam exatamente os mesmos, a Mixue pode acabar ocupando espaços que antes pertenciam às grandes redes, especialmente em bairros populares, centros comerciais e áreas de alto fluxo.

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Sustentabilidade e produção local

Um dos compromissos da Mixue ao chegar no Brasil é com a sustentabilidade. A empresa pretende utilizar embalagens recicláveis, reduzir o uso de plástico e, sempre que possível, firmar parcerias com produtores locais.

A ideia é construir uma cadeia produtiva que favoreça o desenvolvimento econômico das regiões onde atua, ao mesmo tempo em que atende às exigências dos consumidores cada vez mais atentos ao impacto ambiental das suas escolhas.

Riscos e desafios

Claro que nem tudo são flores. A Mixue terá que lidar com alguns desafios importantes no Brasil. O primeiro deles é a adaptação cultural. O paladar brasileiro é diferente do asiático, e será preciso ajustar receitas para agradar o novo público.

Outro ponto sensível é a logística. O Brasil é um país continental, com infraestrutura desigual e custos elevados. Isso pode afetar os prazos e o custo dos insumos, comprometendo a eficiência do modelo original.

Além disso, existe a complexidade tributária brasileira, conhecida por dificultar a vida de empresas estrangeiras. Será necessário contar com uma equipe local experiente para lidar com a parte fiscal, jurídica e regulatória.

Expectativas para o futuro

Mesmo com os desafios, especialistas em varejo e franquias veem a chegada da Mixue com bons olhos. A marca tem um modelo de negócio validado, forte apelo popular e um produto que combina com o estilo de vida do brasileiro.

Se conseguir manter os preços competitivos e adaptar bem o cardápio, a Mixue pode rapidamente se tornar uma das queridinhas do público jovem. É possível que vejamos suas lojas se espalhando por shoppings, avenidas movimentadas e até nas redes sociais, com vídeos mostrando suas bebidas coloridas e sorvetes divertidos.

A entrada da Mixue no Brasil é uma novidade que promete movimentar o mercado de alimentação rápida. Com um investimento bilionário, foco em preços baixos e uma proposta visual moderna, a empresa chinesa tem tudo para conquistar o público brasileiro.

Ainda é cedo para dizer se ela conseguirá repetir aqui o mesmo sucesso que teve na Ásia, mas o potencial existe. Seja como consumidor curioso ou investidor atento, vale a pena acompanhar de perto os próximos passos dessa gigante que chegou com apetite de líder.

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Carolina Gandra

Jornalista do portal Melhor Investimento, especializada em criptomoedas, ações, tecnologia, mercado internacional e tendências financeiras. Transforma temas complexos como blockchain, inteligência artificial e estratégias de mercado em conteúdos acessíveis e envolventes. Com análises atuais e visão estratégica, ajuda leitores a decifrar o futuro dos investimentos e identificar oportunidades no mercado financeiro.