Dados da Distrito Fintech Report mostram que o Brasil conta com mais de 1.500 fintechs ativas, número que cresce ano após ano impulsionado pela digitalização dos serviços financeiros.

O mercado de fintechs brasileiras não é apenas uma tendência: é uma transformação estrutural no sistema financeiro, que movimentou mais de R$ 1,5 trilhão em transações só com o Pix em 2024, segundo dados do Banco Central (BC).

Para te manter informado sobre as oportunidades deste mercado, a seguir, o time do Melhor Investimento apresenta quais são as fintechs brasileiras mais promissoras em 2025, especialmente aquelas que estão no radar para possíveis IPOs, além de mapear as maiores empresas do segmento e as tendências que movimentam o setor. Acompanhe!

Fintechs Brasileiras Candidatas a IPO (2025)

PicPay

O PicPay é atualmente a fintech brasileira mais próxima de realizar um IPO. A empresa chegou a contratar bancos, com o Citi liderando a operação, para abrir capital nos Estados Unidos, mas suspendeu o processo devido ao fechamento da janela para empresas de tecnologia.

Com mais de 30 milhões de usuários ativos, o PicPay atua como carteira digital, banco digital, marketplace financeiro, além de oferecer crédito e seguros. O controle acionário pela J&F, holding dos irmãos Batista, garante maior estabilidade no processo de governança, o que favorece a retomada do IPO assim que as condições de mercado forem favoráveis.

Principais condições para o IPO:

  • Abertura da janela de mercado
  • Crescimento consistente dos resultados
  • Redução da Selic e melhora do cenário macroeconômico
  • Consolidação da governança sob a J&F

Cloudwalk (InfinitePay)

A Cloudwalk, dona da InfinitePay, é uma das fintechs de crescimento mais acelerado no Brasil. Com faturamento acima de US$ 1 bilhão e crescimento de 90% ao ano, oferece soluções de pagamentos para pequenos e médios negócios, competindo diretamente com Stone e PagSeguro.

O IPO está nos planos de longo prazo, com preferência por uma listagem fora do Brasil. A empresa mantém foco na aceleração do próprio caixa e na expansão dos serviços antes de buscar o mercado de capitais.

Principais condições para o IPO:

  • Cenário macroeconômico mais estável
  • Consolidação de caixa próprio
  • Decisão estratégica dos fundadores
  • Preferência por listagem internacional

Agibank

O Agibank deu um passo importante rumo à abertura de capital ao contratar o Goldman Sachs para estruturar a venda de uma fatia minoritária, recebendo um aporte de R$ 400 milhões em 2024. Embora o IPO não esteja imediatamente no radar, segue como uma opção no médio prazo para fortalecimento do capital e expansão.

A fintech é focada em conta digital, crédito consignado e produtos para aposentados, servidores públicos e trabalhadores CLT.

Principais condições para o IPO:

  • Abertura de uma janela favorável no mercado
  • Consolidação de um crescimento sustentável
  • Pressão dos investidores por liquidez
  • Fortalecimento da governança corporativa

Neon

A Neon alcançou breakeven no final de 2024, tornando-se operacionalmente lucrativa. Esse é um passo estratégico que aproxima a empresa de um futuro IPO, visto como uma evolução natural, embora ainda sem data definida.

Oferecendo conta digital, cartão, crédito pessoal e soluções para empresas, a Neon busca agora consolidar seu modelo de negócio com expansão sustentável antes de acessar o mercado de capitais.

Principais condições para o IPO:

  • Consolidação do lucro
  • Crescimento sustentável
  • Governança corporativa robusta
  • Janela favorável nos mercados

Creditas

A Creditas alcançou o breakeven em 2023, mas optou por voltar a investir fortemente em crescimento, o que trouxe um novo prejuízo em 2024. A estratégia da empresa é clara: priorizar ganho de mercado antes de buscar rentabilidade total.

Oferecendo crédito com garantia e seguros, a Creditas mantém o IPO nos planos de longo prazo, desde que consiga equilibrar crescimento e rentabilidade.

Principais condições para o IPO:

  • Equilíbrio sustentável entre crescimento e lucro
  • Abertura da janela para empresas de tecnologia
  • Melhora no ambiente macroeconômico
  • Recuperação da confiança dos investidores no setor de fintechs

Ebanx

O Ebanx é uma das fintechs brasileiras mais internacionalizadas, com operação em 29 países da América Latina. A empresa facilita pagamentos internacionais, especialmente para grandes empresas globais que vendem na região.

O Ebanx chegou a protocolar um pedido sigiloso de IPO na Nasdaq em 2021, mas adiou o processo devido ao fechamento da janela para empresas de tecnologia. O IPO segue nos planos da empresa, mas sem data definida.

Principais condições para o IPO:

  • Retomada da atratividade de empresas de tecnologia na Nasdaq
  • Consolidação dos mercados internacionais
  • Valuation que reflita o real potencial da empresa
  • Ambiente macroeconômico e geopolítico favorável

QI Tech

A QI Tech é a primeira Sociedade de Crédito Direto (SCD) aprovada pelo Banco Central no Brasil. Ela oferece infraestrutura para crédito e serviços financeiros, atuando no modelo de Banking as a Service (BaaS).

A empresa já é rentável e cresce de forma consistente, sendo considerada uma candidata natural a abrir capital no médio prazo.

Principais condições para o IPO:

  • Aumento de escala operacional
  • Consolidação do modelo de negócios
  • Melhoria no cenário macroeconômico
  • Crescente demanda dos investidores por fintechs de infraestrutura financeira

Dock

A Dock é uma fintech especializada em infraestrutura de pagamentos e banking as a service (BaaS). A empresa permite que outras empresas ofereçam serviços financeiros sem precisar ser um banco.

Com forte crescimento e atuação relevante na América Latina, a Dock considera a possibilidade de IPO, embora não exista cronograma definido.

Principais condições para o IPO:

  • Crescimento consistente e sustentável
  • Demanda crescente por serviços de BaaS, especialmente no mercado internacional
  • Janela favorável no mercado de capitais
  • Consolidação da operação no Brasil e expansão na América Latina

OpenCo

A OpenCo surgiu da fusão entre Geru e Rebel, especializando-se em crédito pessoal e crédito para pequenas e médias empresas. A empresa é líder no segmento de crédito digital não colateralizado no Brasil.

O IPO está no radar da OpenCo como uma possibilidade futura, dependendo principalmente do avanço na escalabilidade e na sustentabilidade financeira do negócio.

Principais condições para o IPO:

  • Escalabilidade comprovada
  • Sustentabilidade financeira
  • Abertura de uma janela favorável no mercado
  • Crescimento da demanda por crédito no segmento PME

As maiores fintechs do Brasil em 2025

Além das que estão no radar para IPO, o Brasil possui gigantes do setor que já moldaram o ecossistema financeiro nacional e seguem crescendo.

EmpresaSegmentoClientes / Dados Relevantes
NubankBanco Digital+90 milhões, US$ 52 bilhões de valor de mercado
InterBanco Digital30 milhões
C6 BankBanco Digital25 milhões, 46% do JPMorgan
XP Inc.InvestimentosR$ 1,1 trilhão sob custódia
StonePagamentos / Adquirência2 milhões de lojistas, R$ 10,5 bi em receita
PagBankPagamentos / Conta Digital30 milhões de clientes
PicPaySuper App Financeiro35 milhões de usuários ativos, R$ 400 bi mov.

Fintechs no Brasil por Segmento

Bancos Digitais

  • Nubank, Inter, C6 Bank e Will Bank lideram a disrupção bancária, com foco em crédito, conta digital, seguros e investimentos, sem agências físicas.

Crédito Digital

  • Creditas, OpenCo e QI Tech oferecem crédito com taxas competitivas e modelos mais justos, além de prover infraestrutura para crédito a outras empresas.

Investimentos (WealthTechs)

  • XP, Toro e Nomad democratizam o acesso ao mercado financeiro, inclusive com soluções internacionais e produtos tokenizados.

Infraestrutura Financeira (BaaS e Open Finance)

  • Dock, Swap, Celcoin e Pismo são as responsáveis por fornecer os bastidores do sistema financeiro moderno, permitindo que empresas virem “bancos”.

Criptoativos, Tokenização e Web3

  • Mercado Bitcoin e Hashdex são protagonistas na criação de produtos digitais, incluindo renda fixa digital, ativos tokenizados e ETFs de cripto.

Pagamentos e Adquirência

  • Stone, PagSeguro, PicPay, CloudWalk (InfinitePay) e EBANX dominam pagamentos, adquirência e meios digitais, com soluções tanto para empresas quanto para consumidores.

Leia também:

FAQ – Fintechs: Perguntas Frequentes

O que são fintechs?

Fintechs são empresas que combinam tecnologia e serviços financeiros. Elas oferecem soluções digitais como contas, cartões, crédito, investimentos, seguros e pagamentos, com menos burocracia, taxas menores e uma experiência mais simples e eficiente do que bancos tradicionais.

Quais são as vantagens das fintechs?

  • Menos tarifas e custos operacionais
  • Atendimento 100% digital
  • Processos mais rápidos e desburocratizados
  • Produtos personalizados
  • Facilidade de acesso via aplicativos

Quais serviços uma fintech oferece?

  • Conta digital
  • Cartão de crédito e débito
  • Empréstimos e financiamentos
  • Investimentos online
  • Seguros digitais
  • Serviços de pagamento (como carteiras digitais e Pix)
  • Criptoativos e ativos tokenizados

As fintechs são seguras?

Sim, fintechs são regulamentadas por órgãos como o Banco Central (BC), CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e Susep (Superintendência de Seguros Privados), dependendo do serviço oferecido. Além disso, usam tecnologias avançadas de segurança, como criptografia e autenticação em dois fatores.

Quais são as maiores fintechs do Brasil?

  • Nubank (banco digital)
  • Inter (banco digital)
  • XP Inc. (investimentos)
  • Stone (meios de pagamento)
  • PagSeguro (pagamentos e conta digital)
  • PicPay (carteira digital e serviços financeiros)
  • Creditas (crédito e seguros)
  • Mercado Pago (pagamentos e serviços financeiros)

Qual é a diferença entre banco digital e fintech?

Todo banco digital é uma fintech, mas nem toda fintech é um banco digital. A fintech pode oferecer serviços financeiros sem necessariamente ser um banco, como meios de pagamento, crédito, seguros ou investimentos.

Como surgiram as fintechs no Brasil?

As fintechs começaram a ganhar força no Brasil por volta de 2013, impulsionadas pela digitalização, mudanças regulatórias e demanda por serviços mais acessíveis. Desde então, o setor cresce de forma acelerada, atraindo bilhões em investimentos.

Fintechs fazem parte do Open Finance?

Sim! Muitas fintechs estão integradas ao Open Finance, sistema que permite o compartilhamento de dados financeiros entre instituições, com consentimento do cliente, para oferecer produtos mais personalizados e competitivos.

É possível investir em fintechs?

Sim. Algumas fintechs já abriram capital na bolsa, como Nubank (NYSE), XP Inc. (NASDAQ), Stone (NASDAQ) e PagSeguro (NYSE). Além disso, há startups que podem ser acessadas via equity crowdfunding ou rodadas privadas de investimento.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.