No primeiro dia do Smart Summit 2025, especialistas do mercado financeiro se reuniram para discutir as melhores estratégias de investimento em um cenário de juros elevados. O painel “Renda Fixa: Como Potencializar Resultados com a Selic em Alta” reuniu Bruno Horovitz, Sócio e RI da Icatu Vanguarda, e Eduardo Parussulo, Sócio e RI da V.oito Capital, que compartilharam suas visões sobre o futuro da renda fixa e como os investidores podem otimizar seus retornos nesse ambiente desafiador. Confira a seguir!

A atração da renda fixa em um cenário de juros elevados

A conversa iniciou com as perspectivas para a renda fixa até o final do ano, destacando a elevada taxa de juros. Bruno, da Icatu Vanguarda, vê a continuidade da atratividade da renda fixa.

“O mercado de capitais do Brasil passou por revoluções importantes nos últimos anos, criando um grande espaço para diferentes tipos de investimentos. A alta dos juros pode ser um desafio, mas também traz oportunidades para otimizar os retornos. A demanda por produtos de renda fixa continua forte, e isso pode compensar uma possível saída de fluxos de outros segmentos”, explica.

Eduardo, da V.oito Capital, complementa que, embora a renda fixa continue atrativa, a seletividade na escolha dos investimentos será essencial. “Com juros elevados, a escolha do gestor precisa ser mais seletiva e cautelosa. O fluxo de investimento do fim de 2024 provavelmente seguirá em 2025, então é importante escolher bem os gestores e entender como eles estão fazendo a gestão do risco“, alerta Eduardo.

Tipos de produtos e diferenciação no mercado

Quando questionados sobre os produtos que suas empresas oferecem e como se diferenciam, ambos destacam a amplitude e a especialização de suas ofertas. Bruno explica que a Icatu Vanguarda oferece uma vasta gama de produtos, incluindo fundos de CDI, fundos de inflação e até mesmo fundos de crédito setoriais, como infraestrutura, que se beneficiam de garantias mais robustas.

“Quando a taxa de juros é muito alta, é importante tomar uma postura mais conservadora. Estamos otimistas com o mercado de infraestrutura, que tem níveis de garantia superiores a outros segmentos, sendo uma alternativa mais segura, mesmo em um cenário desafiador de juros altos”, afirma Bruno.

Eduardo, por sua vez, explica a estratégia da V.oito Capital, que foca em financiamentos de termos. A empresa financia diversas corretoras do mercado, mas sem expor o investidor ao risco de crédito.

“Nosso foco são operações com pouca volatilidade e com alta segurança para o financiador. Nesse momento, nossa estratégia tem se mostrado complementar, com uma prateleira de produtos conservadores para ajudar os investidores a navegar por esse ano mais desafiador”, destaca Eduardo.

Adaptando o perfil do investidor ao momento atual

A definição do perfil do investidor, algo essencial no planejamento financeiro, também é um tema abordado pelos dois especialistas. Bruno defende a ideia de que o perfil conservador no cenário atual deveria se chamar “perfil CDI”, dada a volatilidade próxima do CDI, com uma pequena exposição a crédito de alta qualidade. Para um perfil moderado, ele sugere um portfólio que combina CDI com outros tipos de ativos, como crédito de empresas de alta qualidade.

Já para o perfil arrojado, que costuma ter uma visão de longo prazo, Bruno observa que, no Brasil, o número de investidores de longo prazo ainda é limitado. O perfil arrojado precisa ter paciência e visão estratégica.

Eduardo faz uma reflexão interessante sobre a definição do perfil do investidor, sugerindo que ele é determinado pelo momento em que a pessoa iniciou sua trajetória no mercado financeiro. “O perfil do investidor é definido pelo momento que ele começou no mercado, mas quando o mercado vira (Bear Market) é quando vimos o perfil dele”, comenta.

Conclusão

Com a taxa de juros alta, o mercado de renda fixa continua sendo uma alternativa segura para os investidores brasileiros, mas é fundamental escolher o tipo de produto e gestor com cautela. A diversificação, seletividade e uma visão estratégica são essenciais para potencializar os resultados nesse cenário.

Com produtos como crédito setorial e fundos mais conservadores, é possível navegar com mais segurança pelas águas turbulentas dos juros elevados. O segredo está em escolher as oportunidades certas e adaptar os investimentos ao perfil de risco de cada investidor, garantindo proteção e rentabilidade em tempos desafiadores.

Carolina Gandra

Jornalista do portal Melhor Investimento, especializada em criptomoedas, ações, tecnologia, mercado internacional e tendências financeiras. Transforma temas complexos como blockchain, inteligência artificial e estratégias de mercado em conteúdos acessíveis e envolventes. Com análises atuais e visão estratégica, ajuda leitores a decifrar o futuro dos investimentos e identificar oportunidades no mercado financeiro.