A venda do portfólio logístico da RBR para a XP Asset é uma operação que movimenta mais de R$ 1,5 bilhão e representa uma importante reestruturação estratégica da gestora. O acordo foi firmado para a venda integral dos ativos logísticos, com pagamento majoritário em cotas do fundo XPLG11 (XP LOG), um dos maiores fundos imobiliários logísticos da B3. A transação consolida o foco da RBR em ativos localizados no Raio 30 de São Paulo e outras capitais, além de manter estabilidade nos dividendos para os investidores.

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Detalhes da venda do portfólio logístico da RBR: o que está em jogo?

A venda do portfólio logístico da RBR envolve principalmente os ativos dos fundos RBR Log (RBRL11) e RBR Desenvolvimento Logístico (RDLI11). O fundo RBR Log, que reúne seis centros logísticos com Área Bruta Locável (ABL) de 208,5 mil metros quadrados, foi avaliado em R$ 689 milhões, sendo que R$ 639 milhões deste valor serão pagos por meio da subscrição de cotas do fundo XPLG11. Já o fundo RDLI11 está em processo de desinvestimento, fazendo parte da estratégia de realocação da RBR.

Essa operação é fundamental para a RBR, pois permite a concentração em regiões com maior potencial de valorização e liquidez, especialmente no Raio 30 de São Paulo, que compreende a área mais estratégica e valorizada para logística na capital paulista.

Como será estruturado o pagamento e o impacto para investidores?

O pagamento da venda do portfólio logístico da RBR será dividido em três partes:

  • R$ 395,7 milhões em dinheiro,
  • R$ 20 milhões através da assunção de obrigações financeiras,
  • R$ 1,13 bilhão em cotas do fundo XPLG11, que serão subscritas a um valor máximo de R$ 106,92 por cota, em uma nova oferta do fundo XP LOG.

Além disso, a XP Log garantiu a aquisição total dos imóveis envolvidos, condicionada à conclusão da due diligence e assinatura dos contratos definitivos.

Para os investidores do fundo RBRL11, a notícia é positiva, pois a gestora informou que manterá a distribuição mensal de dividendos de R$ 0,75 por cota. Esse valor será suportado pelos fluxos provenientes das cotas do XPLG11 recebidas na operação, garantindo uma receita estável enquanto a venda gradual dessas cotas ocorre. A expectativa é que, a partir do quarto trimestre, a RBR inicie novas aquisições com os recursos obtidos.

Por que a RBR está vendendo seu portfólio logístico?

A venda do portfólio logístico da RBR é parte de uma estratégia de reestruturação que busca concentrar os investimentos em regiões de maior retorno e liquidez, principalmente no Raio 30 de São Paulo e em outras capitais brasileiras. Isso significa reduzir a exposição em cidades como Extrema (MG) e Hortolândia (SP), onde estão localizados parte dos ativos vendidos.

Essa mudança estratégica reflete uma tendência do mercado imobiliário logístico no Brasil, que privilegia localizações mais próximas aos grandes centros urbanos para reduzir custos de transporte e acelerar a distribuição.

Com cap rate da operação fixado em 9,24%, a RBR espera otimizar o portfólio e maximizar o retorno para seus investidores, ao mesmo tempo que mantém sua presença nos mercados mais promissores do setor