A mineradora Vale (VALE3) divulgou seus resultados financeiros para o primeiro trimestre de 2025, e os números apresentaram uma queda de 17% no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar dos desafios enfrentados devido à queda nos preços do minério de ferro, a companhia se destacou pela redução de custos operacionais, o que gerou uma reação mista do mercado. As ações da Vale sofreram uma queda de 2,39% logo após a divulgação dos resultados, reflexo da redução nos preços do mineral, mas a empresa mantém uma perspectiva otimista para os próximos trimestres.

Queda no preço do minério de ferro e impactos no lucro

O que mais impactou o desempenho da Vale no 1T25 foi a queda no preço do minério de ferro, que caiu 16% em relação ao ano passado. O preço médio realizado dos finos de minério de ferro foi de US$ 90,80 por tonelada, um recuo de 10% em comparação com o 1T24. Isso resultou em um lucro líquido de US$ 1,4 bilhão no primeiro trimestre de 2025, abaixo das estimativas de analistas, que esperavam um lucro de US$ 1,68 bilhão. Esse cenário desafiador refletiu a pressão dos preços do minério de ferro mais baixos, apesar de um aumento nos volumes de vendas e na eficiência operacional da empresa.

Além disso, o mercado também observou a queda nos preços do minério de ferro negociados na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, o que contribuiu para a reação negativa das ações da Vale logo após a divulgação dos resultados.

Redução de custos operacionais

Apesar da queda no lucro líquido, a Vale obteve um desempenho muito positivo em relação à redução de custos operacionais. A mineradora reportou um custo C1 de US$ 21/t, representando uma redução de 4% em relação à projeção da XP Investimentos e uma queda de 11% em relação ao ano passado. Essa redução de custos se reflete em um dos principais destaques da empresa para o 1T25, com a mineradora mantendo uma forte disciplina financeira.

O custo C1, que abrange desde a mina até o porto, tem sido uma prioridade para a empresa, e os analistas destacam que a Vale deve continuar seu foco em manter os custos sob controle, o que deve contribuir para a resiliência da empresa no futuro.

Desempenho operacional sólido na divisão de metais para transição energética

Outro ponto positivo nos resultados da Vale foi o desempenho robusto nas divisões de metais para transição energética, especialmente no cobre. A empresa observou um crescimento significativo no Ebitda ajustado dessa divisão, impulsionado principalmente pelo cobre, que praticamente dobrou seus resultados em relação ao 1T24. Isso reflete um cenário positivo para a mineração de cobre, que tem atraído mais investimentos devido ao papel fundamental que o metal desempenha na transição para uma economia de baixo carbono.

Além disso, a Vale conseguiu uma melhoria na sua divisão de níquel, um dos principais metais para a produção de baterias, o que coloca a empresa em uma posição estratégica para atender à crescente demanda por esses materiais.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.