O mercado de títulos públicos registrou alta nas taxas de juros após a divulgação da prévia do PIB, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), que superou as expectativas do mercado. O dado veio como um indicador de que a economia brasileira está mais aquecida do que o esperado, pressionando a curva de juros e impactando os papéis do Tesouro Direto. Este movimento, que começou na manhã desta sexta-feira (13), reflete as crescentes expectativas de inflação e um cenário de juros mais elevados para o futuro.

O que aconteceu com as taxas do Tesouro Direto?

Após a divulgação do IBC-Br, as taxas de juros dos títulos públicos do Tesouro Direto subiram, refletindo o ajuste do mercado diante de um crescimento econômico superior ao esperado. O índice, que funciona como uma prévia do PIB, registrou um avanço de 0,1% em outubro em comparação com o mês anterior. O resultado foi surpreendente, pois analistas projetavam uma queda de 0,2% ou uma variação nula.

O impacto foi imediato no mercado de títulos públicos, com as taxas dos papéis do Tesouro Direto subindo ainda mais, como parte de um movimento já iniciado após a alta da Selic para 12,25%. Esses ajustes nas taxas são uma resposta direta à expectativa de inflação mais alta e ao impacto do crescimento econômico mais forte do que o esperado.

Expectativas de inflação mais alta e impacto no Tesouro Direto

O resultado do IBC-Br reforçou a percepção de que a economia brasileira deve ter um desempenho forte em 2024, com um PIB em crescimento, o que tende a gerar pressão sobre os preços. Esse cenário de inflação mais alta tem levado os investidores a ajustar suas expectativas para o futuro. De acordo com a análise do time de macroeconomia da XP, a economia brasileira deverá crescer 2% em 2024, mas esse crescimento virá acompanhado de maiores pressões inflacionárias.

Esse aumento das expectativas de inflação e o crescimento aquecido levaram os investidores a revisar as projeções para os juros, o que resultou no aumento das taxas de títulos como o Tesouro Prefixado e os papéis atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+.

Taxas de juros dos papéis do Tesouro Direto: como reagiram?

O Tesouro Prefixado com vencimento em 2027 passou a pagar 14,87% ao ano na primeira atualização do dia, em comparação com 14,71% na véspera. Este movimento reflete a pressão do mercado diante de um crescimento econômico mais forte, que traz a expectativa de uma inflação mais elevada. O Tesouro Prefixado com vencimento em 2031 também viu sua taxa subir, ultrapassando a marca de 14% ao ano, indo para 14,09%.

Os títulos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+, também registraram altas expressivas. O Tesouro IPCA+ 2029, por exemplo, passou a pagar 7,46% no componente prefixado, um aumento relevante. Já o Tesouro IPCA+ 2035 ofereceu 6,82% de juro real, e o Tesouro IPCA+ 2045 apresentou 6,74%, uma leve alta em relação ao dia anterior.

Por que as taxas estão subindo? O cenário econômico e o impacto nas taxas de juros

A alta das taxas está diretamente relacionada ao cenário econômico atual e às expectativas do mercado. O crescimento mais robusto da economia brasileira, indicado pela prévia do PIB, sugere que o país pode estar entrando em um ciclo de inflação mais elevada, o que exige uma postura mais rígida da política monetária. Com isso, os investidores ajustam suas expectativas para as taxas de juros e a rentabilidade dos títulos públicos.