O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apontou um crescimento de 3,8% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. O indicador, que serve como uma prévia do desempenho econômico, mostrou que, apesar de uma desaceleração no final de 2024, a economia brasileira manteve um bom ritmo de expansão durante o ano. A pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira (17), refletindo os dados da atividade econômica do último mês do ano passado e suas perspectivas para o ano seguinte.

Desempenho de dezembro e perspectivas para 2025

Em dezembro de 2024, o IBC-Br registrou uma queda de 0,7%, ficando abaixo da expectativa do mercado, que previa um recuo de 0,4%. Esse resultado foi o pior desempenho mensal desde maio de 2023, quando a queda foi de 1,72%. Apesar disso, a comparação anual mostrou uma alta de 2,4% em relação a dezembro de 2023, o que indica que o crescimento ao longo do ano foi expressivo, apesar da desaceleração no último trimestre.

O 4º trimestre de 2024, por sua vez, não apresentou crescimento significativo, com o IBC-Br registrando estagnação ao ser comparado com o trimestre anterior. Esse enfraquecimento nos últimos meses do ano segue a tendência de desaceleração gradual, que era esperada devido ao ciclo de aperto monetário promovido pelo Banco Central, com a Selic elevada a 13,25%.

Fatores que impulsionaram a economia brasileira em 2024

Diversos fatores ajudaram a impulsionar a economia brasileira em 2024. A taxa de desemprego atingiu mínimas históricas, o que contribuiu para uma recuperação no consumo das famílias. Além disso, o aumento de salários, melhores condições de crédito e uma forte elevação dos benefícios sociais também foram pontos positivos para a economia no ano passado.

Rafael Perez, economista da Suno Research, afirmou que, embora o Brasil tenha registrado um bom desempenho em 2024, o último trimestre do ano já sinalizou um esgotamento desses fatores. Isso ocorre devido à política fiscal e monetária mais restritiva, com uma Selic elevada e um cenário fiscal desafiador, que limita a expansão do crédito e os gastos públicos.

Esses fatores indicam que, embora a economia brasileira tenha mostrado resiliência ao longo de 2024, o ritmo de crescimento deve ser mais moderado em 2025. O cenário será desafiador, com juros mais altos e um cenário fiscal mais apertado, que devem impactar a atividade econômica no futuro próximo.

Previsões do PIB para 2025 e ajustes nas projeções

O Ministério da Fazenda revisou suas previsões de crescimento para 2024, elevando a expectativa de 3,3% para 3,5%. No entanto, a projeção para 2025 foi ajustada de 2,5% para 2,3%, refletindo uma expectativa de desaceleração no próximo ano. A Pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central, também aponta uma expectativa de crescimento de 3,5% para o PIB em 2024, mas uma redução para 2,01% em 2025.

Este panorama, que combina um crescimento forte em 2024 e uma desaceleração esperada para 2025, está sendo monitorado de perto pelos analistas do mercado. A redução da taxa de juros Selic, que é uma medida esperada para conter a inflação, pode ter um impacto significativo na atividade econômica e nas projeções de crescimento.

Composição do IBC-Br e seu papel na previsão do PIB

O IBC-Br é um indicador construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria, do setor de serviços e dos impostos sobre a produção. Ele serve como um termômetro da economia, antecipando os resultados do PIB. O fato de ele apontar para uma expansão de 3,8% no ano de 2024 é um sinal de que, apesar da desaceleração no final de 2024, a economia brasileira teve um bom desempenho em 2024, com a atividade econômica se mantendo forte durante o ano.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.