Na última quinta-feira (16), o Banco Central do Brasil divulgou os números do IBC-Br, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). O índice, que mede a atividade econômica do país, registrou uma alta de 0,10% em novembro, superando as expectativas de estagnação. Este é o quarto mês consecutivo de alta, mas o crescimento foi mais modesto em comparação aos avanços de 0,3% em agosto e 0,7% em setembro.

Embora o crescimento tenha sido moderado, a leitura foi positiva, já que o índice teve um desempenho melhor do que o esperado. No entanto, a desaceleração da taxa de crescimento nos últimos meses reflete uma possível perda de força na economia para o final de 2024.

Apesar do crescimento do IBC-Br, os dados revelam uma desaceleração nas atividades econômicas. O setor industrial apresentou queda de 0,6% na produção, enquanto o varejo registrou um recuo de 0,4%. A retração mais significativa foi observada no setor de serviços, que teve uma queda de 0,9%. Esses números foram piores do que o mercado esperava, o que pode sinalizar um arrefecimento em algumas áreas da economia, apesar do crescimento geral do índice.

A economia brasileira ainda mantém sinais de resiliência, impulsionada por fatores como o aquecimento do mercado de trabalho e o aumento de renda. O aumento da renda, em particular, tem sido um motor importante para sustentar a atividade econômica, ao gerar mais consumo. No entanto, esse crescimento também gera uma pressão inflacionária, que é um dos principais desafios enfrentados pelo Banco Central. Como resultado, o Banco Central segue com uma política monetária restritiva para conter os efeitos da inflação.

Embora o IBC-Br tenha apresentado crescimento em novembro, as projeções para 2024 indicam um ritmo mais moderado. A Pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central, prevê um crescimento do PIB de 3,5% para o ano que vem, o que é um pouco abaixo do que era esperado anteriormente. Já para 2025, a expectativa é que o crescimento da economia desacelere ainda mais, com a previsão de 2,02%.

Política monetária do BC

Um dos fatores chave para o desempenho econômico e a expectativa de crescimento para os próximos anos é a política monetária adotada pelo Banco Central. Para conter a inflação e sustentar a estabilidade econômica, a autoridade monetária manteve a taxa de juros elevada, em 12,25% ao ano. No final de 2024, a expectativa é de que o Banco Central continue com essa estratégia, implementando mais dois aumentos de 1 ponto percentual, caso necessário, para controlar a inflação e sustentar o poder de compra da moeda.

Como o IBC-Br é calculado?

O IBC-Br é construído com base em proxies representativas da produção de vários setores da economia, como a agropecuária, a indústria e os serviços. Além disso, o índice também leva em consideração o volume dos impostos sobre a produção, o que o torna uma ferramenta valiosa para medir a atividade econômica do país de forma antecipada. A leitura do IBC-Br, portanto, serve como um termômetro importante para as previsões de crescimento do PIB, oferecendo uma visão abrangente da economia nacional.