A decisão dos Estados Unidos de retirar as tarifas impostas durante o chamado “tarifaço” abre espaço para uma melhora imediata na competitividade das exportações brasileiras, especialmente de café e carne bovina.

A avaliação é de Sara Paixão, analista de Macroeconomia da InvestSmart, que vê a medida como um passo importante para o reequilíbrio da balança comercial entre os dois países.

Segundo Sara, café e carne bovina (produtos de peso na pauta exportadora do Brasil) já haviam sido incluídos anteriormente na lista de exceções à tarifa recíproca de 10%. Com o fim do adicional, os impostos voltam aos níveis praticados antes das sanções, ampliando a vantagem competitiva do Brasil frente a outros fornecedores internacionais.

“A mudança aumenta a competitividade desses produtos em relação aos exportados por outros países, já que a tarifa volta ao patamar anterior ao ‘tarifaço’”, afirma a analista.

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Impacto limitado no curto prazo, mas sinal positivo na relação bilateral

Apesar do alívio para o setor exportador, Sara Paixão pondera que parte do impacto negativo causado pelas tarifas já havia sido neutralizado ao longo dos últimos meses. Isso porque empresas brasileiras redirecionaram suas vendas para outros mercados durante o período de vigência das medidas, compensando a retração dos embarques aos EUA.

“De forma geral, a decisão é positiva para o Brasil, especialmente por indicar um avanço na relação bilateral”, destaca.

Ainda assim, ela lembra que o ajuste das rotas comerciais reduziu o efeito recessivo das tarifas sobre o setor.

EUA também ganham com redução tarifária

A retirada das tarifas chega em um momento delicado para os Estados Unidos, que seguem pressionados pela inflação de alimentos. Mesmo com a queda dos preços internacionais de commodities, o índice de alimentação no país acumula alta de 3,1% nos últimos 12 meses.

Para Sara Paixão, produtos brasileiros mais baratos e competitivos tendem a ajudar no alívio inflacionário americano. “A redução tarifária também traz benefícios para os EUA, especialmente em um ambiente de pressão nos preços de alimentos.”

A expectativa agora é de que o fluxo comercial entre Brasil e Estados Unidos retome parte do ritmo anterior, apoiado por um ambiente tarifário mais favorável e por um movimento de reaproximação econômica entre os dois países.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.