O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (23) ao elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Trump afirmou que teve uma “química excelente” com o brasileiro e anunciou uma reunião entre os dois para a próxima semana, em meio à crise do tarifaço contra produtos brasileiros.

Durante o discurso, Trump destacou que, ao entrar no plenário, cruzou com Lula e os dois se cumprimentaram rapidamente.

“Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Eu o vi, ele me viu e nos abraçamos. Na verdade, concordamos que nos encontraríamos na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar, tipo uns 20 segundos. Por 39 segundos, nós tivemos uma ótima química e isso é um bom sinal”, disse o americano.

Reunião confirmada pelo governo brasileiro

Fontes do governo brasileiro confirmaram que a reunião entre Trump e Lula acontecerá na próxima semana, mas ainda não detalharam se o encontro será presencial ou por telefone. Esta será a primeira conversa direta entre os dois líderes desde o início da crise do tarifaço, que impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos.

Trump x Lula: de críticas a elogios

Trump aproveitou o palco da ONU para, além de exaltar sua gestão, criticar a atuação do Judiciário brasileiro e a própria ONU.

“O Brasil agora enfrenta tarifas pesadas em resposta aos seus esforços sem precedentes para interferir nos direitos e liberdades dos nossos cidadãos americanos e de outros, com censura, repressão, armamento, corrupção judicial e perseguição de críticos políticos nos Estados Unidos”, afirmou, antes de elogiar Lula e dizer que “ele parece um cara muito legal”.

O tom contrasta com as declarações recentes do presidente brasileiro, que no mesmo evento reafirmou que “soberania e democracia do Brasil são inegociáveis”, respondendo às críticas dos EUA e às tarifas impostas desde julho.

Contexto da crise

As tarifas anunciadas por Trump em julho incluíram um aumento de 50% sobre diversos produtos brasileiros importados pelos EUA, medida justificada pelo republicano como uma resposta ao que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro. A Casa Branca, no entanto, isentou cerca de 700 itens, entre eles suco de laranja, combustíveis, aeronaves civis e alguns tipos de metais e madeira.

Trump já havia sinalizado que poderia conversar com Lula, mas adiava um encontro. Em agosto, ao ser questionado sobre a crise, disse que “Lula pode falar comigo quando quiser”.

Com o anúncio feito nesta terça, cresce a expectativa sobre uma possível trégua nas relações entre Brasil e Estados Unidos e sobre os próximos passos nas negociações comerciais.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.