Quando a tarifa de 50% dos EUA contra o Brasil entra em vigor?
O governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, anunciou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, com início em 6 de agosto de 2025.

O governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, anunciou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, com vigência a partir do dia 6 de agosto de 2025. A decisão surpreendeu o setor produtivo brasileiro e impôs uma nova camada de tensão às relações comerciais entre os dois países. A medida foi formalizada por meio de ordem executiva assinada na última quarta-feira (30), e já tem impactos diretos previstos sobre importantes segmentos da exportação brasileira, como carnes e café.
Além da aplicação tarifária, a Casa Branca também abriu uma investigação formal contra o Brasil por supostas práticas comerciais desleais, com base na seção 301 da legislação americana, o que pode resultar em punições adicionais. Entenda a seguir o que muda, quais setores serão mais afetados e as exceções previstas na nova norma americana.
Quando entra em vigor a tarifa de 50% dos EUA contra o Brasil
A nova tarifa de 50% dos EUA contra o Brasil passa a valer oficialmente no dia 6 de agosto de 2025. A cobrança adicional se soma à tarifa de 10% adotada em abril para todas as importações, totalizando agora 50% sobre os produtos brasileiros. Segundo o governo americano, a medida é uma resposta a ações recentes do governo brasileiro que, na visão dos EUA, ameaçam sua segurança nacional e liberdade de expressão.
Entretanto, a regra de aplicação da tarifa contempla uma fase de transição até o dia 5 de outubro de 2025. Nesse período, mercadorias que já estiverem em trânsito, ou seja, embarcadas até o dia 6 de agosto, e que entrarem nos EUA até o dia 5 de outubro, poderão escapar da tarifa majorada, pagando apenas a alíquota anterior de 10%.
Entenda quem escapa da nova tarifa e como funciona o período de transição
De acordo com a ordem executiva assinada por Trump, dois critérios devem ser cumpridos para que a isenção da nova taxa seja aplicada:
- O produto deve estar em trânsito marítimo antes de 6 de agosto de 2025.
- Deve haver entrada para consumo ou retirada do depósito aduaneiro até 5 de outubro de 2025 nos Estados Unidos.
Essas condições abrem uma janela de oportunidade para que cargas já embarcadas consigam chegar ao destino com menor incidência tarifária. Segundo especialistas em comércio exterior, a medida busca evitar impactos imediatos sobre contratos já firmados e fluxos logísticos em andamento, considerando que o transporte marítimo entre Brasil e EUA pode levar várias semanas.
Setores mais impactados: carne e café lideram as preocupações
Apesar de alguns segmentos terem sido poupados, a nova tarifa de 50% dos EUA contra o Brasil atinge em cheio setores relevantes da balança comercial brasileira. Produtos como carne bovina, suína e de frango, além do café em grão, estão entre os principais afetados e podem perder competitividade no mercado americano, colocando em risco milhares de empregos e contratos bilaterais.
Por outro lado, uma série de produtos foi excluída da alíquota adicional, permanecendo com a tarifa de 10%. Entre os beneficiados estão:
- Combustíveis (com US$ 8,5 bilhões exportados em 2024)
- Aeronaves e peças (US$ 2 bilhões)
- Minérios, ferro e aço (US$ 1,8 bilhão)
- Sucos e preparados de frutas, incluindo o tradicional suco de laranja (US$ 990 milhões)
A lista completa dos cerca de 700 itens isentos ainda será detalhada pelas autoridades americanas, mas a expectativa é que o impacto seja significativo nas exportações de produtos agroindustriais.
Motivações políticas e investigação adicional contra o Brasil
A justificativa da Casa Branca para a tarifa de 50% dos EUA contra o Brasil não é apenas econômica. Segundo Trump, o Brasil tem adotado práticas consideradas prejudiciais à democracia americana, citando ações do Supremo Tribunal Federal (STF) que teriam imposto censura a redes sociais dos EUA. Em uma carta pública de 9 de julho, Trump acusou o Brasil de promover “ataques insidiosos” à liberdade de expressão, motivo pelo qual determinou não só a tarifa adicional, como também a abertura de uma investigação com base na seção 301 da legislação americana de comércio.
Esse tipo de investigação pode gerar novas barreiras comerciais ou sanções, caso se conclua que o Brasil adota políticas que prejudiquem a economia americana de forma injusta.
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