Sabesp avança na primeira revisão tarifária pós-privatização e mercado reforça recomendação de compra
A Sabesp avançou rumo à primeira revisão tarifária desde sua privatização após a Arsesp validar a Base de Ativos Regulatórios de 2023 e 2024.
Foto: Reprodução
A primeira revisão tarifária da Sabesp após a privatização ganhou novo impulso com a validação da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) para a Base de Ativos Regulatórios (RAB). O processo, previsto para ser divulgado em 1º de dezembro, é acompanhado de perto por investidores, já que definirá as diretrizes tarifárias e regulatórias que orientarão a rentabilidade da companhia nos próximos anos.
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A Arsesp confirmou uma RAB de R$ 78,5 bilhões em 2023 e de R$ 88,0 bilhões para 2024, consolidando a estrutura regulatória que amparará a revisão tarifária. A decisão elimina incertezas que poderiam comprometer o cálculo das tarifas e dá maior previsibilidade ao processo.
O anúncio foi recebido de maneira positiva pelo mercado financeiro. As ações SBSP3, listadas na B3, registraram alta na abertura do pregão, mostrando que a validação reduziu o risco regulatório percebido pelos investidores.
Essa fase é crucial porque define oficialmente o valor reconhecido pela reguladora como base para remuneração dos investimentos da companhia — um dos elementos mais relevantes para o cálculo tarifário.
Como os analistas avaliaram o impacto da decisão regulatória
A confirmação da RAB para 2023 e 2024 elevou o sentimento de confiança no mercado. Segundo avaliação da XP Investimentos, o avanço representa um passo importante para diminuir a assimetria de informação sobre o ciclo tarifário. Para a casa, a metodologia em aplicação dá sustentação ao valor econômico da empresa.
No Goldman Sachs, analistas destacaram que o número aprovado veio ligeiramente acima das projeções internas, reforçando a leitura positiva sobre os fundamentos da Sabesp. Já a Genial Investimentos ressaltou que a validação traz maior tranquilidade ao cenário regulatório, principalmente pela proximidade da primeira revisão tarifária desde a privatização.
Para o Bradesco BBI, a decisão da reguladora fortalece a visão de que o novo ciclo criará um ambiente de maior visibilidade para investidores, reduzindo riscos e possibilitando uma melhor precificação de longo prazo.
Próximos passos para a revisão tarifária da Sabesp
Os documentos técnicos que detalharão a revisão devem ser divulgados na próxima semana e serão determinantes para a leitura final do mercado. A XP Investimentos afirma que é nesse material que estarão informações cruciais, como:
- metodologia de reconhecimento da base de ativos;
- tratamento para atrasos na aprovação da RAB;
- parâmetros de remuneração;
- regras de revisão ao longo do ciclo tarifário.
Segundo os analistas, essas definições podem tanto reduzir riscos adicionais e sustentar a compressão do ERP (Prêmio de Risco de Patrimônio Líquido) quanto gerar potenciais preocupações que impactem o valor econômico da empresa.
O BTG Pactual espera, entre outros pontos, maior clareza sobre a forma de redução do gap de reconhecimento de capex — tema aprovado pela reguladora no ciclo anterior e considerado central para a evolução regulatória da Sabesp.
O Morgan Stanley também aguarda detalhes sobre parâmetros como o Opex regulatório, ajustes de capex não desembolsado e a magnitude do reajuste tarifário que chegará aos consumidores.
Sabesp segue entre as preferidas do mercado
Apesar da forte valorização no ano, o sentimento entre as principais casas de análise permanece otimista. O Morgan Stanley manteve a Sabesp como Top Pick entre utilities da América Latina, destacando a combinação de retorno atrativo, fundamentos sólidos e eventos de curto e médio prazos capazes de destravar valor. A casa trabalha com preço-alvo de R$ 145 por ação.
A XP Investimentos também reiterou recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 162,40, observando que a Sabesp negocia a uma TIR real de 10,5%, considerada bastante atrativa. A gestora reforça ainda que a companhia pode se tornar uma plataforma estratégica para quem busca exposição ao crescimento do saneamento no Brasil, especialmente em um cenário de juros mais baixos.
O Bradesco BBI projeta preço-alvo de R$ 174, enquanto BTG e JPMorgan mantêm recomendação de compra com alvo de R$ 140. A Genial Investimentos, por sua vez, adota postura mais moderada, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 120.
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