Projeções econômicas para 2025 e 2026: inflação e PIB sobem, Selic mantém estabilidade
O Relatório Focus do Banco Central revisou as previsões para 2025 e 2026, destacando aumentos nas estimativas de inflação e do PIB, enquanto a Selic se mantém estável.

O Relatório Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (20), trouxe uma revisão nas previsões econômicas para os próximos anos, com destaque para o aumento das estimativas de inflação e do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 e 2026. Por outro lado, a taxa básica de juros (Selic) permaneceu estável em 15% para este ano, mantendo-se inalterada pela segunda semana consecutiva.
Projeção para a Inflação em 2025 e 2026
A inflação para os próximos anos também teve alterações significativas. Para 2025, a estimativa subiu de 5,00% para 5,08%, enquanto a previsão para 2026 passou de 4,05% para 4,10%. A mediana das projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, mostra uma leve elevação nas expectativas dos analistas. Essa tendência de alta pode estar relacionada ao impacto de fatores externos, como o aumento nos preços das commodities, além de uma recuperação econômica gradual.
Embora a projeção para 2027 tenha permanecido estável em 3,90%, a expectativa para 2028 também apresentou um pequeno ajuste, subindo de 3,56% para 3,58%. Esses números são importantes, pois refletem as expectativas dos analistas em relação ao poder de compra do consumidor e ao custo de vida no Brasil nos próximos anos.
Projeção para o PIB
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a projeção também mostrou um pequeno aumento. A estimativa para 2025 passou de 2,02% para 2,04%, indicando um leve crescimento da economia. Embora essa variação seja modesta, ela reflete uma recuperação econômica que continua em curso no país, impulsionada principalmente pelo consumo das famílias e pela retomada do setor industrial.
Porém, a projeção para 2026 foi reduzida de 1,80% para 1,77%, um ajuste que pode ser explicado pela desaceleração global e pelo impacto da inflação mais alta. As previsões para 2027 e 2028 se mantiveram estáveis em 2,0%, o que sugere uma tendência de crescimento moderado a longo prazo, com desafios econômicos a serem enfrentados, como a questão fiscal e a recuperação do mercado de trabalho.
Selic
A taxa básica de juros, a Selic, que tem um impacto direto sobre os custos do crédito e a inflação, manteve-se estável em 15% para este ano. Essa estabilidade foi observada pela segunda semana consecutiva, refletindo a cautela do Banco Central diante das pressões inflacionárias e da necessidade de estimular o crescimento econômico sem comprometer o controle da inflação.
Para os anos seguintes, a projeção da Selic indica um possível movimento de redução gradual. Para 2026, a estimativa subiu de 12% para 12,25%, refletindo uma expectativa de retomada do crescimento e um controle mais eficaz da inflação. No entanto, para 2027 e 2028, as previsões indicam uma tendência de estabilidade, com estimativas de 10,25% e 10%, respectivamente. Essas taxas podem ser um indicativo de que o Banco Central buscará manter a inflação sob controle, mas sem prejudicar a recuperação econômica.
Expectativas para o câmbio e o dólar
A previsão para o dólar em 2025 permaneceu estável em R$ 6,00, refletindo uma expectativa de relativa estabilidade no câmbio. No entanto, para os anos seguintes, as estimativas indicam um leve fortalecimento do real. Para 2027, a projeção do câmbio subiu de R$ 5,82 para R$ 5,92, e para 2028, a estimativa foi ajustada de R$ 5,88 para R$ 5,99. Esse movimento pode ser explicado pela expectativa de uma recuperação gradual da economia brasileira e pelo ajuste nos preços das commodities no cenário internacional.
Resultado primário e dívida pública
O resultado primário para os próximos anos permaneceu estável, com projeções de -0,60% do PIB para 2025 e -0,50% do PIB para 2026. Essa previsão indica que o Brasil deverá continuar com um déficit fiscal, mas sem grandes variações nos próximos anos. Para 2027, a estimativa foi ajustada para -0,30%, e para 2028, a projeção caiu ligeiramente de -0,06% para -0,04%, sugerindo uma leve melhoria nas contas públicas a longo prazo.
Quanto à dívida pública, a projeção para a dívida líquida do setor público ficou em 66,95% do PIB em 2025, com uma leve alta prevista para os anos seguintes. Em 2026, a estimativa foi mantida em 71,19%, e para 2027 e 2028, as previsões subiram para 74,15% e 76,46%, respectivamente. Esses números refletem o impacto da elevada dívida pública sobre as finanças do país.
Balança comercial
A projeção para a balança comercial brasileira também apresentou ajustes. Para 2025, a estimativa caiu de US$ 73,95 bilhões para US$ 73,40 bilhões, enquanto a previsão para 2027 foi reduzida de US$ 77,40 bilhões para US$ 77,28 bilhões. Para 2028, as previsões apontam um pequeno aumento no saldo positivo, subindo de US$ 80 bilhões para US$ 80,11 bilhões.