Boletim Focus: projeções para inflação e indicadores econômicos de 2025 a 2028
O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, trouxe novos números para a inflação de 2025 e 2026, com leve aumento nas estimativas.

O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central, trouxe novas atualizações sobre as projeções para a inflação, taxa de juros, PIB e outros indicadores econômicos relevantes para os próximos anos. As expectativas dos analistas apontam para um leve aumento nas projeções de inflação para 2025 e 2026, enquanto a Selic e o crescimento do PIB devem se manter estáveis. Este conteúdo apresenta um detalhamento das principais alterações nas previsões econômicas e seus impactos sobre a economia brasileira.
Projeções de inflação em alta para 2025 e 2026
As expectativas para a inflação em 2025 e 2026 sofreram reajustes no mais recente Relatório Focus. Para 2025, a projeção de inflação subiu ligeiramente de 4,99% para 5,00%. Já para 2026, a previsão foi ajustada de 4,03% para 4,05%. Esses aumentos indicam uma leve pressão sobre os preços nos próximos anos, o que pode influenciar diretamente o poder de compra das famílias e a política monetária do Banco Central.
A inflação em 2027 e 2028 também apresenta alterações, com a estimativa para 2027 subindo de 3,79% para 3,80%, e para 2028, de 3,60% para 3,62%. Esses números refletem a continuidade das pressões inflacionárias no longo prazo, que demandarão atenção especial das autoridades monetárias.
Taxa de Juros (Selic): estabilidade esperada para os próximos anos
A mediana da Selic, que define a taxa básica de juros da economia, deve permanecer estável em 15% para 2025, conforme indicam as projeções do Banco Central. A taxa de juros é um dos principais instrumentos utilizados pelo BC para controlar a inflação e estimular ou frear o consumo.
Para 2026, a projeção de Selic foi ajustada para 12%, enquanto para 2027, a estimativa subiu ligeiramente de 10% para 10,25%. A estabilidade da Selic para os próximos anos indica que o BC poderá manter uma postura cautelosa, avaliando a inflação e a atividade econômica antes de realizar qualquer ajuste significativo.
Projeções do PIB: crescimento moderado esperado
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a mediana das projeções para 2025 foi mantida em 2,02%. Para 2026, as previsões apontam para um crescimento de 1,80%. O crescimento moderado do PIB reflete as dificuldades que a economia brasileira poderá enfrentar nos próximos anos, em meio à pressão da inflação e à necessidade de ajustes fiscais.
As projeções para 2027 e 2028 indicam um crescimento estável de 2%, sugerindo que, embora a economia deva seguir em recuperação, os desafios fiscais e a instabilidade externa podem limitar um crescimento mais robusto.
Expectativas para o câmbio e a dívida pública
O câmbio, que tem impacto direto nos preços dos produtos importados e no comércio exterior, manteve a previsão de R$ 6,00 para 2025. No entanto, as projeções para os anos seguintes mostram uma leve valorização do real, com a estimativa para 2026 passando de R$ 5,90 para R$ 6,00, e para 2027, subindo de R$ 5,80 para R$ 5,82.
Em relação à dívida pública, as estimativas indicam um aumento da dívida líquida do setor público para 2026, com a projeção subindo de 70,80% para 71,19% do PIB. Esse aumento nas previsões de dívida reflete a necessidade do governo em lidar com os gastos públicos e as pressões fiscais.
Expectativas para a balança comercial e o resultado primário
A balança comercial, que é um indicador do comércio exterior e da saúde da economia, registrou um pequeno ajuste nas previsões. A projeção para 2025 caiu de US$ 74,20 bilhões para US$ 73,95 bilhões, e a estimativa para 2026 também foi revisada para baixo, passando de US$ 77,95 bilhões para US$ 77,00 bilhões.
No caso do resultado primário, que reflete o saldo fiscal do governo, as estimativas para 2025 permaneceram estáveis em -0,60% do PIB. Para 2026, a previsão de déficit primário se manteve em -0,50% do PIB, sinalizando que o Brasil deverá continuar lidando com desafios fiscais para atingir o equilíbrio fiscal no curto e médio prazo.