“Fazer previsão macroeconômica e tomar decisões de investimento baseadas nisso geralmente não é uma boa decisão”, diz Tiago Reis
Tiago Reis compartilhou sua visão sobre os riscos de tomar decisões de investimento baseadas em previsões macroeconômicas, destacando que eventos inesperados, como a pandemia e a guerra na Ucrânia, mostram que é difícil prever o futuro econômico com precisão.

O mercado financeiro em 2024 trouxe desafios e surpresas, reforçando a imprevisibilidade do cenário macroeconômico. Segundo Tiago Reis, fundador da Suno Research, e André Meirelles, Diretor de Alocação da Investsmart, compreender as dinâmicas do mercado e adotar estratégias fundamentadas em análise de ativos são essenciais para investidores que buscam sucesso. A live que aconteceu nesta quinta-feira (21), no Youtube do Melhor Investimento com os especialistas destacou aprendizados, erros comuns e o futuro das aplicações no Brasil e no exterior.
O grande aprendizado de 2024: o macro é imprevisível
Tiago destacou que previsões macroeconômicas continuam sendo extremamente desafiadoras. Segundo ele, o ano começou com expectativas de redução na taxa de juros no Brasil, mas, ao contrário, o cenário apresentou altas inesperadas. “Fazer previsão macroeconômica e tomar decisões de investimento baseadas nisso geralmente não é uma boa decisão”, afirmou.
Ele citou eventos imprevisíveis, como a pandemia e a guerra na Ucrânia, como exemplos de fatores que impactaram o mercado global nos últimos anos, reforçando a dificuldade de prever cenários macroeconômicos e a importância de preparar portfólios para diferentes possibilidades.
A abordagem bottom-up
Para superar a imprevisibilidade, Tiago defende a análise bottom-up, que foca na avaliação individual de ativos. Ele explicou que busca investir em ativos subvalorizados, identificando descontos significativos no mercado. “Gosto de me questionar: este ativo está barato ou não?”, disse.
Como exemplo, mencionou investimentos em ações argentinas, especificamente em shoppings da Irsa, que estavam altamente descontadas em relação ao valor por metro quadrado no Brasil. “Os papéis argentinos têm se valorizado, e acredito que o mesmo deve ocorrer com ativos brasileiros, que hoje estão muito descontados.”
Oportunidades no mercado brasileiro
Tiago destacou que o mercado brasileiro oferece boas oportunidades devido ao elevado desconto de ativos. “Ações brasileiras estão valendo metade do valor de reposição, fundos imobiliários com 30% de desconto e títulos públicos pagando muito acima da média histórica.” Apesar disso, ele alertou para os desafios fiscais do país, que pressionam juros e inflação, mas acredita em uma possível reavaliação dos gastos públicos no futuro.
A visão de longo prazo: aprendizado e paciência
Tiago reforçou que a chave para investir com sucesso está em manter o foco no longo prazo e diversificar as estratégias. Para ele, decisões baseadas em previsões econômicas são arriscadas, e o verdadeiro trabalho do investidor está em identificar ativos com potencial de valorização.
A experiência de 21 anos no mercado permite a Tiago identificar tendências e se adaptar aos desafios.