Ministério da Fazenda identifica potencial do PIB brasileiro entre 2% e 2,5%, influenciando decisões
O Ministério da Fazenda divulgou uma avaliação sobre o Produto Interno Bruto (PIB) potencial do Brasil, destacando uma faixa de oscilação entre 2% e 2,5%. Esta métrica indica a capacidade do país de crescer sem ocasionar desequilíbrios como inflação. De acordo com Guilherme Mello, secretário de política econômica da pasta, este diagnóstico aponta para um […]

O Ministério da Fazenda divulgou uma avaliação sobre o Produto Interno Bruto (PIB) potencial do Brasil, destacando uma faixa de oscilação entre 2% e 2,5%. Esta métrica indica a capacidade do país de crescer sem ocasionar desequilíbrios como inflação. De acordo com Guilherme Mello, secretário de política econômica da pasta, este diagnóstico aponta para um cenário favorável ao crescimento econômico e fortalecimento do mercado de trabalho, sem representar uma barreira ao ciclo de corte de juros conduzido pelo Banco Central.
Mello ressalta que nos últimos anos o país demonstrou capacidade de crescer acima de 2% a 2,5% sem gerar pressões inflacionárias, atribuindo isso à significativa ociosidade tanto no mercado de trabalho quanto na estrutura produtiva. Contudo, essa visão não é unânime, havendo um grupo de analistas que, preocupados com os recentes índices de inflação, alertam para a possibilidade de aumento dos preços no setor de serviços, refletindo a baixa taxa de desemprego, o que poderia impactar o ciclo de afrouxamento monetário do Banco Central.
Para o ano de 2024, a Secretaria de Política Econômica (SPE) projeta um crescimento do PIB de 2,2%, superando a mediana do mercado que está em 1,6% segundo o último relatório Focus do Banco Central. Algumas projeções já apontam para um crescimento na casa dos 2%. Quanto à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a SPE também prevê números mais moderados (3,55%, contra 3,82% do relatório Focus).
Embora o IPCA de janeiro tenha registrado uma alta de 0,42% no último mês, acima do esperado, Mello minimizou esse aumento, atribuindo-o a reajustes contratuais e inércias inflacionárias. Ele ressaltou a importância de uma visão abrangente sobre o cenário econômico, em consonância com o Banco Central.
O debate sobre o PIB potencial do Brasil ganhou destaque entre os economistas do setor privado, especialmente considerando o surpreendente crescimento econômico dos últimos anos. Mello argumenta que o país conseguiu ampliar sua capacidade de crescimento sem gerar desequilíbrios, em parte devido às reformas implementadas recentemente. Ele também aponta para as mudanças estruturais no setor de serviços, aceleradas pela pandemia de Covid-19, como um dos fatores que podem explicar o potencial de crescimento sem pressão inflacionária.