Irã ameaça fechar Estreito de Ormuz e preço do petróleo pode disparar no mundo
Fechamento da principal rota de petróleo global preocupa mercados e pressiona preços

O aumento das tensões entre Irã, Israel e Estados Unidos acendeu um alerta global. O Irã ameaça fechar o Estreito de Ormuz, uma das principais rotas de transporte de petróleo no mundo. A medida seria uma retaliação caso os EUA avancem com um ataque direto contra o Irã, algo que já está em discussão, segundo a imprensa americana.
Por essa faixa de mar, localizada entre Omã e Irã, passa aproximadamente um quinto de todo o petróleo comercializado globalmente. Qualquer interrupção nesse tráfego pode gerar impacto imediato na economia mundial, pressionando o preço dos combustíveis e de produtos em geral.
A segurança da região é garantida pela 5ª Frota da Marinha dos Estados Unidos, que atua para proteger a navegação no local. Mesmo assim, as ameaças recentes preocupam analistas, investidores e governos ao redor do mundo.
Petróleo já dispara e impacto pode ser ainda maior
Desde que os ataques na região se intensificaram, os preços do petróleo começaram a subir. O valor do barril tipo Brent subiu de US$ 69,36 para US$ 78,74 em uma semana, representando uma alta de 13,5%. Já o barril do tipo WTI avançou de US$ 66,64 para US$ 73,88, o que representa um aumento de 10,9% no mesmo período.
Caso o estreito seja efetivamente fechado, analistas do JPMorgan projetam que o valor do barril pode alcançar até US$ 130, gerando impactos diretos nos preços de energia, fretes e outros produtos em escala global.
Essa não é a primeira vez que o Irã faz esse tipo de ameaça. Em 2019, o país cogitou bloquear o estreito após os EUA se retirarem do acordo nuclear. Na época, a tensão não evoluiu para um bloqueio real, mas a situação atual é vista como ainda mais delicada.
Entenda por que o Estreito de Ormuz é tão importante
O Estreito de Ormuz funciona como uma verdadeira ponte marítima entre o Golfo Pérsico e o Mar da Arábia. Na parte mais estreita, ele tem apenas 33 km de largura, com canais de navegação de 3 km para cada sentido.
Diariamente, passam por ali entre 17 e 21 milhões de barris de petróleo, além de enormes volumes de gás natural liquefeito, principalmente exportados pelo Catar. Países como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuwait, Iraque e o próprio Irã dependem desse corredor para escoar sua produção de petróleo, especialmente para a Ásia.
Embora existam oleodutos como alternativa, eles não conseguem atender toda a demanda. Dados da Administração de Energia dos EUA (EIA) indicam que esses dutos possuem uma capacidade extra de cerca de 2,6 milhões de barris por dia, muito abaixo do volume que circula pelo estreito.
Por isso, um possível fechamento de Ormuz não só afetaria o mercado de energia, mas também teria efeitos econômicos diretos em todo o planeta, encarecendo combustíveis, produtos e até serviços.
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